terça-feira, 8 de setembro de 2020

SE FOSSE UM BOM CÃO DE GUARDA NÃO MATAVA A RAPOSA

Dificilmente um bom cão de guarda é um bom protector de gado e vice-versa, porque o primeiro tem como alvo as pessoas e o segundo os animais selvagens. Quando um cão se presta para os dois ofícios, com o tempo, por razões ligadas à sua própria natureza e modo de caçar, começará pouco a pouco a desinteressar-se pelos alvos humanos e a preferir os animais por estarem mais ao seu alcance. E quando assim sucede, afunda-se o cão de guarda e renasce o cão caçador, coisa que larápios experientes muito sabem quando usam gatos, cães e outros animais para distraírem os cães guardiões. Para nos fazermos melhor entender, vamos narrar o sucedido na cidade alemã de Eppelborn, no Distrito de Neunkirchen, Estado do Saarland.
Ontem, uma raposa de seis meses de idade, que rondava um galinheiro no Scheidterberg de Saarbrücken pela manhã, foi surpreendida por um cão de guarda que a mordeu várias vezes, deixando-a gravemente ferida. A polícia recolheu a raposa e levou-a para o Santuário de Vida Selvagem de Eppelborn. Hoje recebemos a notícia que esta inexperiente raposa (na foto abaixo), ferida quando intentava caçar galinhas, acabou por ser abatida devido aos ferimentos internos infligidos pelo cão, isto segundo um porta-voz do sector.
Se no exacto momento em que atacava a raposa, algum meliante decidisse entrar na propriedade do seu dono, o cão largaria a raposa ou continuaria com ela até que desse luta? Pela nossa experiência e já assistimos a muitos casos idênticos, envolvendo cães, gatos e cisnes (entre outros), o cão não largaria de imediato a raposa e deixaria o intruso entrar na propriedade (provavelmente nem daria por ele devido ao entusiasmo vivido). Perguntar-nos-ão agora: como deveria o cão ter procedido? Se ao invés de atacar a raposa lhe tivesse apenas ladrado, denunciando assim a sua presença ali e avisando os donos de algo anómalo, isso seria mais do que suficiente para pôr a ingénua raposa a milhas, o que pouparia a sua vida. Resultou deste estúpido incidente o ressurgimento de um cão caçador, a morte de uma raposa e o enterro de um cão de guarda, que provavelmente nunca o foi a não ser nas expectativas.

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