Dificilmente
um bom cão de guarda é um bom protector de gado e vice-versa, porque o primeiro
tem como alvo as pessoas e o segundo os animais selvagens. Quando um cão se
presta para os dois ofícios, com o tempo, por razões ligadas à sua própria
natureza e modo de caçar, começará pouco a pouco a desinteressar-se pelos alvos
humanos e a preferir os animais por estarem mais ao seu alcance. E quando assim
sucede, afunda-se o cão de guarda e renasce o cão caçador, coisa que larápios
experientes muito sabem quando usam gatos, cães e outros animais para
distraírem os cães guardiões. Para nos fazermos melhor entender, vamos narrar o
sucedido na cidade alemã de Eppelborn, no Distrito de Neunkirchen, Estado do Saarland.
Ontem,
uma raposa de seis meses de idade, que rondava um galinheiro no Scheidterberg
de Saarbrücken pela manhã, foi surpreendida por um cão de guarda que a mordeu
várias vezes, deixando-a gravemente ferida. A polícia recolheu a raposa e
levou-a para o Santuário de Vida Selvagem de Eppelborn. Hoje recebemos a
notícia que esta inexperiente raposa (na foto abaixo), ferida quando intentava
caçar galinhas, acabou por ser abatida devido aos ferimentos internos infligidos
pelo cão, isto segundo um porta-voz do sector.
Se
no exacto momento em que atacava a raposa, algum meliante decidisse entrar na
propriedade do seu dono, o cão largaria a raposa ou continuaria com ela até que
desse luta? Pela nossa experiência e já assistimos a muitos casos idênticos,
envolvendo cães, gatos e cisnes (entre outros), o cão não largaria de imediato
a raposa e deixaria o intruso entrar na propriedade (provavelmente nem daria por
ele devido ao entusiasmo vivido). Perguntar-nos-ão agora: como deveria o cão
ter procedido? Se ao invés de atacar a raposa lhe tivesse apenas ladrado, denunciando
assim a sua presença ali e avisando os donos de algo anómalo, isso seria mais
do que suficiente para pôr a ingénua raposa a milhas, o que pouparia a sua
vida. Resultou deste estúpido incidente o ressurgimento de um cão caçador, a
morte de uma raposa e o enterro de um cão de guarda, que provavelmente nunca o
foi a não ser nas expectativas.
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