sexta-feira, 11 de setembro de 2020

(E) -2-HEXENAL + 2-FURFURILTIOL + 4-METIL -5-TIAZOLEETANOL

Todos sabemos que os cães não são muito exigentes com a comida, por isso comem a mesma ração com igual prazer todos os dias, apesar de alguns donos desejarem que eles experimentem os mais refinados menus. Interessados em descobrir quais os compostos aromáticos mais atraentes na alimentação dos cães, um grupo de químicos chineses da Universidade de Jiangnan publicou recentemente na revista “Journal of Agricultural and Food Chemistry” o resultado deste estudo piloto.
O estudo foi realizado através de cromatografia gasosa-espectrometria de massa (GC-MS) juntamente com teste de aceitaçãoanálise de regressão de mínimos quadrados parciais (PLSR), experimento de validação e teste de preferência para identificar os principais compostos aromáticos de alimentos para cães (DFs). Seis DFs foram avaliados por pulverização de seis intensificadores de palatabilidade num DF basal. Os intensificadores de palatabilidade com sabores diferentes foram preparados pela reacção de Maillard em diferentes fontes de proteína e condições de reação.  
As taxas de ingestão dos seis DFs foram testadas em seis cães Beagle adultos e foram classificadas em níveis alto, médio e baixo. Foram identificados 55 compostos voláteis pela microextracção da fase sólida do espaço da cabeça (HS-SPME) GC-MS. A análise de correlação dos compostos voláteis associados às taxas de ingestão pela regressão dos mínimos quadrados parciais (PLSR) encontrou nove compostos significativamente positivos e três significativamente negativos que fizeram uma contribuição significativa para a palatabilidade dos DFs.
A partir destes experimentos, a equipa de químicos determinou que os cães preferiam alimentos contendo (E) -2-hexenal (que os humanos associam a um odor desagradável e gorduroso), 2-furfuriltiol (enxofre torrado e odor a fumo) e 4-metil-5-tiazoleetanol (odor a carne). Em contraste, os cães não se importavam com alimentos contendo (E)-2-octenal (um odor desagradável e gorduroso ligeiramente diferente).
Com a química ao serviço da indústria alimentar para cães, facilmente se antevê a porcaria que irão comer daqui para a frente e a quantidade das doenças que irão ter. Será a sua evolução capaz de acompanhar a do mundo à sua volta? Mais, a justa preocupação com a diminuição da pegada ecológica irá ser aproveitada pela indústria alimentar para animais, vendendo-nos rações de baixíssima qualidade a preços exorbitantes, já que tudo se resume a duas ou três fórmulas químicas similares às encontradas a partir dos combustíveis fósseis que tanto mal trouxeram ao mundo.

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