Todos
sabemos que os cães não são muito exigentes com a comida, por isso comem a
mesma ração com igual prazer todos os dias, apesar de alguns donos desejarem
que eles experimentem os mais refinados menus. Interessados em descobrir quais
os compostos aromáticos mais atraentes na alimentação dos cães, um grupo de químicos
chineses da Universidade de Jiangnan publicou recentemente na revista “Journal
of Agricultural and Food Chemistry” o resultado deste estudo piloto.
O
estudo foi realizado através de cromatografia
gasosa-espectrometria de massa (GC-MS) juntamente com teste de aceitação,análise de regressão de
mínimos quadrados parciais (PLSR), experimento de validação e teste de
preferência para identificar os principais compostos aromáticos de alimentos
para cães (DFs). Seis DFs foram avaliados por pulverização de seis
intensificadores de palatabilidade num DF basal. Os intensificadores de
palatabilidade com sabores diferentes foram preparados pela reacção de Maillard
em diferentes fontes de proteína e condições de reação.
As
taxas de ingestão dos seis DFs foram testadas em seis cães Beagle adultos e
foram classificadas em níveis alto, médio e baixo. Foram identificados 55
compostos voláteis pela microextracção da fase sólida do espaço da cabeça
(HS-SPME) GC-MS. A análise de correlação dos compostos voláteis associados às
taxas de ingestão pela regressão dos mínimos quadrados parciais (PLSR)
encontrou nove compostos significativamente positivos e três significativamente
negativos que fizeram uma contribuição significativa para a palatabilidade dos
DFs.
A
partir destes experimentos, a equipa de químicos determinou que os cães
preferiam alimentos contendo (E) -2-hexenal (que os humanos associam a um odor
desagradável e gorduroso), 2-furfuriltiol (enxofre torrado e odor a fumo) e
4-metil-5-tiazoleetanol (odor a carne). Em contraste, os cães não se importavam
com alimentos contendo (E)-2-octenal (um odor desagradável e gorduroso
ligeiramente diferente).
Com
a química ao serviço da indústria alimentar para cães, facilmente se antevê a
porcaria que irão comer daqui para a frente e a quantidade das doenças que irão
ter. Será a sua evolução capaz de acompanhar a do mundo à sua volta? Mais, a
justa preocupação com a diminuição da pegada ecológica irá ser aproveitada pela
indústria alimentar para animais, vendendo-nos rações de baixíssima qualidade a
preços exorbitantes, já que tudo se resume a duas ou três fórmulas químicas similares
às encontradas a partir dos combustíveis fósseis que tanto mal trouxeram ao mundo.
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