Na longínqua Nova Zelândia,
segundo dá notícia a agência RNZ, ao ataques de cães nunca foram tantos,
fenómeno que alguns atribuem aos medos pandémicos dos seus proprietários, umas
vez que esses ataques aumentaram exponencialmente durante o confinamento.
Alguns especialistas em comportamento animal locais dizem que os animais estão
a agir assim por se aperceberem do aumento da ansiedade nos seus donos. Nas
primeiras três semanas de quarentena, houve 18 ataques de cães relatados ao
Conselho da Cidade de Hutt, dos quais 13 foram ataques a pessoas, em comparação
com 11 no mês anterior, cinco deles em pessoas.
O número de relatos de
cães ameaçadores também aumentou de quatro para sete. A gerente de saúde pública
do Conselho Municipal de Wellington, Helen Jones, disse que na última semana
houve tantos ataques como num mês. Em Christchurch, houve 11 ataques relatados
na primeira semana de bloqueio, mais do que o dobro do total na semana anterior
- mas o conselho da cidade disse que o número era "consistente com o do mesmo
período do ano passado". Em Auckland, o número de ataques a pessoas
permaneceu constante, mas o número de ataques a outros animais quase dobrou na
primeira semana do bloqueio. Eles aumentaram de 17 para 32. Hamilton, Hauraki
District e Thames-Coromandel também tiveram um aumento no número de ataques.
A nosso ver, a quarentena
prolongada também tem como efeito nos cães aumentar-lhes a territorialidade e a
cumplicidade com os donos, devido a uma relação mais próxima que os torna mais
seguros, confiantes e audazes no exterior, tornando-se ao lado dos seus donos
mais protectores e pouco ou nada sociáveis, não vendo por isso com bons olhos a
aproximação de estranhos, sejam eles animais, outros cães ou pessoas. Passada
esta pandemia, que já leva tempo demais, mas que não nos desespera, lá teremos
que voltar à estaca zero e reiniciar a sociabilização dos nossos cães, que de
tão mimados e inchados que andam, para além de embirrentos, parecem trazer “o
rei na barriga”. Mas nem tudo é mau, porque os cães medrosos e os mais fracos
de carácter, ao ter os donos sempre a seu lado, estão a ganhar um novo alento.
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