quarta-feira, 15 de abril de 2020

NA LONGÍNQUA NOVA ZELÂNDIA

Na longínqua Nova Zelândia, segundo dá notícia a agência RNZ, ao ataques de cães nunca foram tantos, fenómeno que alguns atribuem aos medos pandémicos dos seus proprietários, umas vez que esses ataques aumentaram exponencialmente durante o confinamento. Alguns especialistas em comportamento animal locais dizem que os animais estão a agir assim por se aperceberem do aumento da ansiedade nos seus donos. Nas primeiras três semanas de quarentena, houve 18 ataques de cães relatados ao Conselho da Cidade de Hutt, dos quais 13 foram ataques a pessoas, em comparação com 11 no mês anterior, cinco deles em pessoas.
O número de relatos de cães ameaçadores também aumentou de quatro para sete. A gerente de saúde pública do Conselho Municipal de Wellington, Helen Jones, disse que na última semana houve tantos ataques como num mês. Em Christchurch, houve 11 ataques relatados na primeira semana de bloqueio, mais do que o dobro do total na semana anterior - mas o conselho da cidade disse que o número era "consistente com o do mesmo período do ano passado". Em Auckland, o número de ataques a pessoas permaneceu constante, mas o número de ataques a outros animais quase dobrou na primeira semana do bloqueio. Eles aumentaram de 17 para 32. Hamilton, Hauraki District e Thames-Coromandel também tiveram um aumento no número de ataques.
A nosso ver, a quarentena prolongada também tem como efeito nos cães aumentar-lhes a territorialidade e a cumplicidade com os donos, devido a uma relação mais próxima que os torna mais seguros, confiantes e audazes no exterior, tornando-se ao lado dos seus donos mais protectores e pouco ou nada sociáveis, não vendo por isso com bons olhos a aproximação de estranhos, sejam eles animais, outros cães ou pessoas. Passada esta pandemia, que já leva tempo demais, mas que não nos desespera, lá teremos que voltar à estaca zero e reiniciar a sociabilização dos nossos cães, que de tão mimados e inchados que andam, para além de embirrentos, parecem trazer “o rei na barriga”. Mas nem tudo é mau, porque os cães medrosos e os mais fracos de carácter, ao ter os donos sempre a seu lado, estão a ganhar um novo alento. 

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