quarta-feira, 15 de abril de 2020

A COISA PARECE ESTAR PRETA PARA O LADO DOS CÃES

Para um tal de Prof. Xuhua Xia (na foto acima), vindo lá do Departamento de Biologia da Universidade de Ottawa, no Canadá, segundo um estudo que publicou na revista “Molecular Biology and Evolution”, os cães vadios que comem carne de morcegos podem ter começado a presente pandemia, sendo estes o hospedeiro intermediário animal mais provável para a transmissão do Sars-Cov-2 em humanos, apesar doutros cientistas contestarem as suas afirmações e descobertas.
Segundo o estudo, o ancestral do novo coronavírus e o seu parente mais próximo - o coronavírus do morcego - infectaram os intestinos dos cães, evoluindo depois para infectar os humanos. Humanos e mamíferos podem combater os vírus através de uma proteína antiviral que impede a multiplicação da infecção. Em simultâneo, regiões do ADN - dinucleotídeos CpG - dizem ao sistema imunológico para atacar o vírus. Mas os coronavírus de fita única podem evitar as defesas naturais do corpo, reduzindo a CpG. Xia analisou os genomas de betacoronavírus e descobriu que Sars-CoV-2 e seu parente mais próximo - o coronavírus de morcego - têm a menor quantidade de CpG. Apenas os genomas de coronavírus canino têm valores genómicos semelhantes, diz o estudo.
O receptor celular para Sars-CoV-2 é "amplamente difundido no sistema digestivo humano", diz o estudo, acrescentando: "Isso é consistente com a interpretação de que a baixa CpG em Sars-CoV-2 foi adquirida pelo ancestral de Sars-CoV-2 evoluindo nos sistemas digestivos de mamíferos. "A interpretação é ainda corroborada por um relatório recente de que uma alta proporção de pacientes com Covid-19 também sofre de desconforto digestivo. "De fato, 48,5% apresentaram sintomas digestivos como principal queixa". O professor Xia disse que os resultados sugerem "a importância de monitorar os coronavírus do tipo Sars em cães selvagens na luta contra o Sars-CoV-2".
Porém, o professor James Wood, chefe do Departamento de Medicina Veterinária e pesquisador em dinâmica de infecções da Universidade de Cambridge, não está convencido e disse: "Há muita inferência e muito poucos dados directos. Não vejo nada neste artigo para apoiar essa suposição e estou preocupado que ele tenha sido publicado nesta revista. "Eu não acredito que qualquer proprietário de cão deva preocupar-se como o resultado deste trabalho."
Para muita gente, o que vale é um estudo conduzido pelo Covid Research Group da Universidade Católica do Sagrado Coração, publicado na revista do Instituto Pasteur de Paris, que concluiu que a proximidade com os animais de estimação e com o gado pode aumentar as defesas imunológicas “naturais” do homem e diminuir os sintomas de uma possível infecção. Como se depreende, as opiniões dividem-se e o cerco em torno dos cães aumenta. Resta-nos esperar e não entrar em alarmismos, tomar as devidas cautelas e higienizar os nossos cães e os lugares em que coabitam connosco, já que nada está comprovado.

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