Há
duas coisas que aprecio nos germânicos e que nisso são inexcedíveis: o seu
Natal e o carinho que dedicam aos animais (estariam porventura pensar que ia
falar dos seus carros e auto-estradas?). Existe na cidade de Kiel, no Estado de
Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, um abrigo denominado Tierheim–Uhlenkrog,
que neste tempo de quarentena decidiu valer aos cães daqueles que estão em
quarentena, impossibilitados de sair ou que se encontram já infectados, uns pfotengeher (caminhantes das patas)
prontos para passeá-los, exactamente como já acontece em Itália e noutros
lugares.
No
anúncio da sua prestação pode ler-se: “Por vezes a vida intervém. Um novo
emprego está pendente, você adoece, precisa de ir a uma clínica, tratar de um
parente ou por outro motivo qualquer não tem tempo suficiente para o seu animal
de estimação. Surge então a pergunta: quem poderá cuidar amorosamente do meu
animal? O abrigo de animais de Uhlenkrog quer reunir os porta-patas e os que
desejam alimentar os animais, mantê-los ocupados e passear com eles, por um
curto período de tempo ou por mais tempo. O abrigo de animais Uhlenkrog oferece
seminários para os caminhantes de patas e, em seguida, ajuda a mediar (este
texto é encimado pela foto seguinte).
Assim
sucede nas sociedades organizadas e poderá vir a acontecer entre nós, porque a
solidariedade não tem raça, côr ou credo, ela está presente em todos, não escolhe
ninguém e todos precisam dela. Com medo da infecção, as pessoas já não falam
umas com as outras e quando alguém avista alguém, todos viram a cara para o
lado. Será que depois da passagem do Covid-19 teremos de reaprender a conviver
uns com outros? Eu diria que sim, até porque alguns que conhecíamos já não
estarão por cá.
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