Um sem-abrigo, daqueles
que abomina qualquer apoio institucional por causa das regras a que se vê
obrigado, senhor da sua liberdade e bêbado que nem um cacho, já pela noite
adentro, ia ziguezagueando na direcção da sua choça. Quando ia sensivelmente a
meio do caminho, foi subitamente acometido de enjoos, agarrou-se a um candeeiro
para não cair e vomitou tudo o que tinha no estômago. Mais aliviado, olhou para
o chão e reparou no seu vómito, cujo cheiro já havia chamado à atenção de um cão. Perplexo,
coçando a cabeça e franzindo o nariz, o homem perguntou para si mesmo: “Lembro-me
de ter comido a carne, as batatas fritas e o arroz, do vinho que bebi, mas não
me lembro de ter comido o cão?!”
sexta-feira, 10 de abril de 2020
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