Segundo é notícia em
Itália, em Tricase, município da região da Puglia, na Província de
Lecce, ontem à tarde, um bebé de oito meses foi morto por um Cane Corso, cão que
coabitava com a família há já quatro anos. Tudo aconteceu numa casa de campo onde
a mãe e a avó do menino se deslocaram para tratar dos animais. Para executar
alguma tarefa, a mãe da criança tirou-a do colo e deitou-a no relvado do jardim,
mantendo-a debaixo de vigilância. Instantânea e inesperadamente, o molosso
atirou-se ao menino, mordeu-lhe na cabeça e matou-o, perante o olhar incrédulo
da sua mãe e avó. A criança ainda foi levada de emergência para o hospital, mas já não havia mais nada a fazer. O relatório médico é compatível com o relato das
duas mulheres e um juiz de instrução ordenou a autópsia ao bebé antes de o
devolver à família para ser sepultado.
Trágicos incidentes destes
são infelizmente bastante comuns, tão comuns que há já quem não os estranhe,
porque volta não volta, aqui ou ali, surge mais caso. E a história é sempre a
mesma: um cão de forte potência de mordedura, mais antigo no lar do que a
criança, acaba por abatê-la, quando se encontrou a sós com ela ou perante a
distracção (ignorância) dos pais. Grande número de casais actuais tem cães e
tem-nos antes dos filhos, escolhendo os animais de acordo com as suas
expectativas, não questionando por vezes se eles serão os companheiros mais indicados
para coabitar com as crianças vindouras. Por sua vez, os cães com forte
sentimento territorial, que vivem essencialmente para os donos e que não gostam
que algo ou alguém se interponha entre eles e os seus mestres, não irão gostar
de perder a primazia, de ser relegados para um lugar mais abaixo na hierarquia,
de ceder o seu lugar para um “intruso” recém-chegado – o bebé.
Hoje ouve-se falar muito
sobre “Gravidez Planeada”, mas nem sempre tais planos consideram a necessidade
de preparar o cão ou cães já existentes para a feliz novidade, o que por certo
diminuiria o futuro risco de acidentes quase a zero. Nunca foi tão necessário e
urgente educar donos e cães para evitar possíveis desacatos entre os animais, agora
considerados por muitos como crianças, e as crianças propriamente ditas, coisa
fácil de acontecer pela disputa de uma simples bola ou pela aproximação da
criança à comida do cão (os exemplos não se esgotam aqui). O incidente ocorrido em
Tricase serve para lembrar aos futuros pais, já hoje proprietários caninos, que
devem educar convenientemente os seus cães antes da chegada dos filhos. Quero
aqui relevar que, em matéria de obediência, um cão não é mais ou menos
obediente – ou é não é – ainda mais quando importa salvaguardar vidas humanas!
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