Vamos aos factos. No Vale
de São Fernando, em Sherman Oaks, Distrito arborizado da cidade californiana de
Los Angeles/USA, no passado Sábado, dia 05 de Maio, no Bloco 14400 da Benefit
Street, uma menina com 3 meses de idade saiu dali e deu entrada no hospital,
alegadamente por ter sido atacada por um ou mais cães, vindo a morrer na
unidade hospitalar em consequência dos seus ferimentos.
O ataque teria ocorrido às
15H45 de Sábado e os 3 cães (um rottweiler, um labrador e um terrier) foram
levados pelas autoridades para se saber qual deles é o responsável pela morte
da bebé. Segundo consta, tudo aconteceu quando a avó da menina, que estava a
cuidar dela, saiu do seu quarto para ir buscar o biberão da água, ocasião
aproveitada pelos cães da casa para tomarem posse da criança.
A Capitã da Esquadra de
Van Nuys da Polícia de Los Angeles, Lillian Carranza, classificou o ocorrido
como “uma verdadeira tragédia”. Para além da tragédia teria havia negligência
ou não? Nós achamos que sim e vamos já dizer porquê.
A nosso ver houve
negligência não só da avó mas também dos pais da criança. A avó, quer sentindo
os cães por perto ou não, sabendo da sua existência naquela casa, não deveria
ter deixado a neta sozinha ou então deveria ter fechado a porta do quarto dela até
ao seu retorno. Ainda que “Deus meta a mão por baixo do menino e do borracho”, todo o cuidado é pouco quando se misturam
cães com crianças de tenra idade, porque de um momento para o outro, atraídos
pelo cocó e lambidela após lambidela, os cães podem começar a morder os
infantes. Podem também fazê-lo por ciúme e por rejeição.
O corpo da notícia não
esclarece se a bebé se encontrava na casa da avó ou se esta vivia na casa dos
seus pais. De qualquer modo, os cães chegaram primeiro àquele lar e tinham nele
todas as mordomias, ao ponto de poderem circular por toda a casa, território
que obviamente consideravam seu e que os ajudou ao seu escalonamento social. Nestas circunstâncias, em que os cães são
anteriores ao bebé na casa, os animais deverão ser objecto de um
condicionamento prévio e próprio para que respeitem o bebé e o seu espaço, regras
que já adiantámos no artigo “E
QUANDO O BEBÉ CHEGAR, O QUE FAZER COM O CÃO”, datado de
31/08/2009.
Não nos parece que tal
condicionamento tivesse acontecido, porque se assim fosse jamais entrariam no
quarto da bebé. Inverdades que dizem ser todos os cães bonzinhos, que adoram
crianças e que não fazem mal a uma mosca, acabam por ser denunciadas da pior
maneira possível - depois de causarem vítimas. Nenhum cão deixa de ser predador
por édito do seu dono e todos precisam
de ser sociabilizados, mormente com crianças recém-nascidas e de tenra idade,
que têm comportamentos mais próximos do dos cães e que são por isso mesmo
presas muito apelativas, ainda mais quando entram abruptamente na sua matilha e
têm a primazia dos cuidados.
Naquela família ninguém
estava à espera de uma tragédia assim, mas
os cães prepararam-na, tragédia que
aconteceu pela negligência humana que os desconsiderou e desprezou as regras
capazes de controlá-los. Terá havido nisto tudo alguma ignorância? É
possível, mas isso não desculpa a família da bebé, que deveria informar-se e
preparar os cães para o nascimento e presença da menina, criatura que deveriam
ter aceitado como o melhor dos bens daquela casa e parte indissociável de quem os
dominava, o que nos leva imediatamente para a constatação de uma liderança
humana questionável, fraca, possivelmente antropomórfica e por isso mesmo
imprópria.
O drama vivido no Bloco
14400 da Benefit Street, em Sherman Oaks, abate-se diariamente e
por toda a parte sobre muitas famílias, gente que infelizmente confia na sorte
ao invés de se precaver e que tem primeiro cães do que filhos, tratando-os e
mimando-os como se fossem crianças, isentos de regras e plenos de direitos, ao
ponto de chegarem a exterminar a sua própria descendência, insanidade
inqualificável, ela sim uma tragédia!
Caro leitor(a), caso seja
proprietário(a) de um ou mais cães e deseje posteriormente ter filhos, procure
primeiro a aprovação dos seus cães num curso de obediência básica, para que
tudo corra bem e nada haja a lamentar. Quem procede assim só pode esperar boas
novas!
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