O rácio de cães adoptados
que agridem os seus novos donos é de 0,1% (1 em 1000), valor estimado a partir
das notícias que vêm a lume, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos. É
possível que esse número seja menor em Portugal devido ao tipo de cães e à
prática generalizada da castração, com a qual não concordamos, mas que somos
obrigados a aceitar - como um mal necessário - devido à falta de informação e experiência
de quem adopta e à desconsideração do seu agregado familiar, que doutra forma poderiam
ver a sua integridade em risco.
E porque ainda subsiste um
rácio 0,1 de cães que podem agredir quem os adopta, no Condado de Caldwell, no
Estado da Carolina do Norte/USA, uma menina de 4 anos foi atacada na última
Quarta-feira, dentro de sua casa e na presença da mãe, por um cão (Pitbull) que
a sua família havia adoptado recentemente (o animal só esteve dois meses no
abrigo para adopção). O Cão entrou na sala onde se encontravam ambas e jogou-se
de imediato à cara da menina, atingindo-a gravemente ao redor do olho esquerdo
(por pouco não perdeu o olho). Depois disto, foi entregue no Caldwell County
Animal Shelter, onde permanecerá sobre observação para se proceder ao despiste
da raiva. Escusado será dizer que a família não o quer de volta, nem mesmo
pintado!
Se você tem crianças
pequenas, endiabradas, com reduzido senso de responsabilidade e pretende
adoptar um cão, não o deverá fazer de modo aleatório, porque corre o perigo de
vê-las atacadas pelo animal, o que ninguém deseja mas que sempre acontece,
despropósito de graves consequências que poderá resultar até na morte das
crianças, já que os cães não são todos uns “anjinhos” e se o forem, sempre poderá
haver no seu meio um “caído do céu”, um lobo disfarçado de cordeiro.
Para que não aconteça nada
de grave às crianças e possam crescer ao lado dos cães sem contratempos, convém
considerar seis (6) condições, são elas: a castração do animal, a sua idade,
sexo, raça, envergadura e tempo de permanência no abrigo. E tudo isto porquê?
Porque os cães castrados são notoriamente menos agressivos, os cachorros
adaptam-se com maior facilidade, as cadelas são mais dóceis, os cães de raça
perigosa são mais propensos a atacar, os muito fortes a levar tudo à frente e é
de todo conveniente conhecer o comportamento do cão a adoptar.
Assim, o animal ideal para
quem tem crianças, caso se opte por um cachorro, é procurar uma cachorra de
tamanho médio, que em adulta pese entre 12 e 27 kg, já castrada ou a castrar.
Caso a opção recair sobre um animal adulto, aconselhamos a escolha de cadela
castrada, com o peso atrás recomendado, sem ser de raça perigosa e com o tempo
suficiente no abrigo para se conhecer a totalidade das suas reacções e
comportamento.
Ainda que todas as
condições adiantadas sejam importantes, a última, a relativa ao tempo de
permanência no abrigo, é suma importância, porque os disparates perpetrados por
cães são mais comuns nos recém-chegados e castrados recentemente, animais de
quem se sabe pouco e que poderão vir a revelar-se impróprios para certos lares
e um perigo iminente para as crianças, como foi o caso ocorrido no Condado de
Caldwell, de que atrás demos notícia e que foi divulgado pela agência noticiosa
WSOC-Charlotte.
Só considerámos aqui as
condições exigíveis para a segurança e salvaguarda das crianças pequenas, não a
totalidade das condições necessárias a uma boa instalação doméstica canina,
assunto que oportunamente abordaremos com muito gosto pela sua actualidade e
utilidade.
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