segunda-feira, 14 de maio de 2018

RICO & HOPE: COMPAIXÃO E SOBREVIVÊNCIA

Um jovem indonésio de 26 anos chamado Rico Soegiarto, há 10 meses atrás, quando retornava à noite do trabalho em Denpasar, deparou-se com uma famélica cadela abandonada nas ruas de Bali, que de tão magra e maltratada que estava não se sabia se tinha raça ou não.
Movido de compaixão pelo animal, o jovem levou-a para casa, apesar de já ter na altura quatro cães. Apostado em recuperar a cadela, a quem foi posto o nome de Hope, Rico lavou-a, alimentou-a, melhorou-lhe o aspecto e cuidou-lhe da saúde desde o primeiro dia, tudo fazendo para que voltasse à condição de saudável, forte e feliz, conforme se encontra hoje.
Agora já não subsistem dúvidas: a Hope é uma linda Husky Siberiana. Quem tem agora um problema sério é o seu dono, porque a cadela é demasiado sociável com toda a gente e como ladrões não faltam em Bali, Rico teme que lha roubem. Se o rapaz indonésio está de parabéns pelo que fez, provavelmente sem ele a Hope não sobreviveria, de nada teria valido o seu empenho e dedicação se a cadela também não fosse uma lutadora.
Infelizmente nem todos os huskies têm a mesma sorte que a Hope teve, quando fogem aos seus donos e não encontram o caminho de regresso a casa, acabando alguns debilitados, feridos, atropelados e até mortos. Outros há que são mortos a tiro por serem confundidos com lobos, correrem atrás do gado, matarem ovelhas ou tentarem assaltar capoeiras durante a noite.
Se há cães a quem uma coleira com GPS faz falta, o Husky Siberiano é uma delas, porque sempre tem lugar no pódio das raças que mais fogem aos donos e de casa. Quanto ao Rico da nossa história, há quem diga que merece uma medalha, eu creio que não, porque fazer o bem já é recompensa que baste. Se fizermos o bem para sermos recompensados, para além de podermos não valer a quem mais precisa, somos capazes de enveredar pela hipocrisia. E depois, quer a prática quer a experiência do bem não trazem infelicidade a ninguém, muito pelo contrário.

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