Ainda há pouco tempo demos
notícia de um veterinário colombiano, Andres Lopez Elores, de 38 anos, que
associou os seus talentos cirúrgicos ao negócio do narcotráfico. Hoje vamos
falar de Daniel Doherty (na foto acima), um veterinário britânico com 49 anos
de idade, considerado culpado de fraude pelo Tribunal da Coroa de Isleworth,
sentenciado a 12 meses de pena suspensa e obrigado a 80 horas de trabalho
comunitário, por se haver provado a sua colaboração num gangue de contrabando
de cachorros vindos do sul da Irlanda, negócio que rendeu 2,5 milhões de libras
esterlinas das quais 75.000 teriam ido parar ao seu bolso. Dos restantes
membros do grupo, 4 casais, que vendiam os cachorros na zona oeste de Londres, apenas
dois indivíduos receberam penas de 3 anos de prisão efectiva.
Alguns membros da RSPCA (Royal
Society for the Prevention of Cruelty to Animals), a mais antiga e maior
organização de bem-estar animal do mundo e uma das maiores instituições de
caridade do Reino Unido, consideraram ultrajantes as penas aplicadas pelo
tribunal àqueles traficantes de cães, que foram detidos pelas autoridades graças
à sua denúncia.
A participação do
veterinário neste chorudo negócio ilícito consistiu em forjar documentos falsos
sobre a procedência dos animais e neles averbar vacinas nunca dadas, sugerindo
que os animais provinham de lares amorosos e que tinham sido objecto dos
maiores cuidados. Como consequência desta fraude, alguns dos cachorrinhos
adoeceram e outros vieram a morrer (Parvovírus).
Em 5 anos foram vendidos
5.097 cachorros contrabandeados, cujo valor online anunciado oscilava entre as
350 e as 650 £ (de 399.28 a 741.52€/ de 1.693.69 a 3.145.42 BRL). Os contrabandistas
mostraram ser uns burlões de primeira, já que apareciam diante dos clientes
carinhosos com as famílias (esposas e filhos) e acompanhados de cadelas
fantásticas, animais que faziam passar por mães dos cachorros à venda.
Para além das raças
caninas da moda, esta gente vendia também animais de recentes hibridações, como
Yorkies, Cavapoos e Labradoodles, concentrando o seu maior esforço em convencer
peremptoriamente os seus clientes de que aqueles cachorros provinham de lares
amorosos e cuidadosos, logo isentos de traumas e em excelentes condições de
saúde (a atestá-lo estava o Dr. Doherty).
Todos os cachorros foram
apreendidos como parte das investigações, sendo instalados em lares adoptivos e
posteriormente transferidos para a RSPCA para serem realojados. Yonni Wilson,
do grupo SAY NO TO SHOP PUPS,
espera que o Dr. Daniel Doherty seja impedido de exercer a sua profissão para
sempre.
Os apoiantes deste grupo, adeptos
acérrimos da “LEI
LUCY”,
que só aceitam a venda dos cachorros pelos seus criadores e que abrem uma
excepção para os centros de resgate, pedem a proibição imediata da venda destes
animais por terceiros e em pet shops. Convictos das suas ideias, lançaram uma
campanha e conseguiram 144.000 assinaturas para a petição oficial, que foi
debatida no Parlamento Britânico no início desta semana.
Estou convencido que
ninguém avisou o desgraçado do veterinário que o dinheiro corrompe. Agora ele
já sabe, mas é tarde, já tem a carreira feita, a menos que se escape para o
Alasca, para a Austrália ou para Nova Zelândia, para países bem distantes dos
Rochedos (falésias) de Dover. Suspeito que o homem
seja de origem irlandesa atendendo ao seu sobrenome. E porque tudo tem uma
origem, eis o que diz a “HOUSE
OF NAMES.COM” acerca do sobrenome Doherty: “The original Gaelic versions of today's
Irish names demonstrate a proud, ancient past. The original Gaelic form of the
name Doherty is O Dochartaigh, from the word "dochartach," which
means hurtful or obstructive and in this case, it would
be termed as a nickname”. Realmente o sobrenome assenta-lhe como uma luva: ofensor
da lei e obstrutor da mentira!
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