Segundo
revelou a SOCIEDADE ENTOMOLÓGICA DA AMÉRICA, o CENTRO DE CONTROLE E PREVENCÃO DE DOENÇAS (CDC) realizou um novo estudo, apoiado em testes
laboratoriais, sobre os efeitos de roupas tratadas com PERMETRINA nas carraças (carrapatos).
A PERMETRINA é
um insecticida sintético de um composto da flor de crisântemo, que foi
documentada pela sua utilidade na proteção contra as picadas de carraças,
mosquitos e moscas já no final dos anos 70. Não obstante, os pesquisadores
continuam a investigar os seus efeitos nas várias espécies sob as mais variadas
condições. Com a contínua expansão geográfica das carraças na na América do
Norte, torna-se fundamental aquilatar da eficácia dos produtos à disposição do
consumidor na proteção contra estes ectoparasitas hematófagos, caso se pretenda
combater a ameaça da DOENÇA
DE LYME(1) e
outras infecções que transmitem ao picarem em humanos.
Nas experiências
realizadas, as roupas tratadas com PERMETRINA
tiveram fortes efeitos tóxicos em três espécies primárias de carraças
conhecidas por espalhar patógenos(2) responsáveis por várias doenças nos
Estados Unidos. São elas: a carraça de perna preta (IXODES
SCAPULARIS), a carraça estrela solitária (AMBLYOMMA AMERICANUM)
e a carraça de cão americano (DERMACENTOR
VARIABILIS). Ficou provado que a exposição à PERMETRINA
interferiu na habilidade das carraças em se mover adequadamente, tornando-as
lentas e provavelmente interferindo também na sua capacidade de morder. Nas pesquisas
anteriores apenas se haviam comprovado idênticos efeitos na carraça de perna
preta.
Também se comprovou que a PERMETRINA
tem efeitos notáveis tanto nos estágios juvenis como nos adultos das carraças IXODES SCAPULARIS e
AMBLYOMMA AMERICANUM.
Para os testes concorreram várias peças de vestuário (camisas, calças e meias)
produzidas por um dos principais fabricantes de roupas tratadas com permetrina,
dispostas primeiro em superfícies planas, nas quais os pesquisadores colocaram carraças.
Noutros testes a superfície foi colocada num ângulo de 45 graus e as carraças
foram observadas quanto à probabilidade de se soltarem e caírem devido ao
efeito irritante da permetrina.
Noutros testes ainda, as
carraças foram colocadas em superfícies planas e contidos por intervalos
específicos de 1 a 5 minutos, sendo em seguida observadas quanto à sua
capacidade de se movimentarem normalmente nas 24 horas seguintes. “Todas as
espécies de ectoparasitas hematófagos testados sofreram irritação nos
diferentes estágios das suas vidas - o efeito de 'pé quente' - depois de entrarem
em contato com roupas tratadas com a permetrina", segundo disse Lars
Eisen, entomologista do CDC National Center for Emerging, especialista em Doenças
Zoonóticas infecciosas e autor sénior do estudo.
Essa irritação “fez com
que as carraças caíssem de um tecido vertical tratado, projectado para imitar
uma perna de calça ou o braço de uma camisa. Também descobrimos que o contato
sustentado com roupas tratadas com permetrina - até 5 minutos - resultou na
perda do movimento normal de todas as espécies examinadas nas suas diferentes
fases da vida, deixando-as incapazes de morder. Os efeitos variaram um pouco
entre as espécies. As roupas tratadas obtiveram um efeito mais forte nas ninfas
das carraças de perna preta (após uma exposição de um minuto, 100% não tiveram
movimento normal uma hora depois). Uma exposição de cinco minutos em roupas
tratadas com permetrina levou à perda do movimento normal das três espécies nos
seus diferentes estágios da vida durante pelo menos uma hora. O tratamento com
permetrina está disponível em várias formas para os consumidores.
Nos
Estados Unidos alguns fabricantes já fornecem roupas pré-tratadas com
permetrina, há empresas que recebem roupas pelo correio e que a devolvem pelo
mesmo meio depois de tratada com este insecticida. Os sprays de permetrina são
outra alternativa para os consumidores, caso decidam aplicar o insecticida por
sua conta nas roupas.
O CDC (CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE
DOENÇAS NORTE-AMERICANO) recomenda o tratamento de roupas e
equipamentos como botas, calças, meias e tendas com produtos com 0,5 de PERMETRINA e
adianta que ela não perde o seu efeito protector depois de várias lavagens.
Segundo o Dr. Eisen, pesquisas em andamento e futuras procurarão determinar
qual a duração dos tratamentos de permetrina, os ciclos de lavagem e as
condições de uso, uma vez que gostaria de adiantar orientações mais específicas
sobre o uso de roupas assim tratadas, bem como saber dizer quais as que oferecem
melhor protecção, o que a saber-se melhoraria as recomendações para a saúde
pública.
Felizmente
os consumidores portugueses já têm para o efeito vários produtos à base de
permetrina. Por curiosidade adianta-se que o QUITOSO,
que tantas vezes temos usado na cabeça dos nossos filhos mais pequenos, tem como
base a Permetrina. Também os uniformes dos militares norte-americanos são
tratados com este mesmo insecticida. Com o devido cuidado, sob conselho e
debaixo da prescrição recomendada pelo veterinário do seu cão, poderá também nele
usar um spray de permetrina, que afoguenta também moscas e mosquitos,
considerando que nem sempre a vacinação contra a Leishmaniose é 100% eficaz.
(1)A Doença de Lyme ou Borreliose de Lime é
uma doença causada pela bactéria espiroqueta Borrelia burgdorferi transmitida
geralmente pela picada da carraça. (2)Patógeno é um agente que pode provocar uma
doença ou fornecer as condições que presidem ao seu desenvolvimento.
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