sexta-feira, 25 de maio de 2018

BOAS NOTÍCIAS PRÓ COMBATE ÀS CARRAÇAS

Segundo revelou a SOCIEDADE ENTOMOLÓGICA DA AMÉRICA, o CENTRO DE CONTROLE E PREVENCÃO DE DOENÇAS (CDC) realizou um novo estudo, apoiado em testes laboratoriais, sobre os efeitos de roupas tratadas com PERMETRINA nas carraças (carrapatos). 
A PERMETRINA é um insecticida sintético de um composto da flor de crisântemo, que foi documentada pela sua utilidade na proteção contra as picadas de carraças, mosquitos e moscas já no final dos anos 70. Não obstante, os pesquisadores continuam a investigar os seus efeitos nas várias espécies sob as mais variadas condições. Com a contínua expansão geográfica das carraças na na América do Norte, torna-se fundamental aquilatar da eficácia dos produtos à disposição do consumidor na proteção contra estes ectoparasitas hematófagos, caso se pretenda combater a ameaça da DOENÇA DE LYME(1) e outras infecções que transmitem ao picarem em humanos.
Nas experiências realizadas, as roupas tratadas com PERMETRINA tiveram fortes efeitos tóxicos em três espécies primárias de carraças conhecidas por espalhar patógenos(2) responsáveis por várias doenças nos Estados Unidos. São elas: a carraça de perna preta (IXODES SCAPULARIS), a carraça estrela solitária (AMBLYOMMA AMERICANUM) e a carraça de cão americano (DERMACENTOR VARIABILIS). Ficou provado que a exposição à PERMETRINA interferiu na habilidade das carraças em se mover adequadamente, tornando-as lentas e provavelmente interferindo também na sua capacidade de morder. Nas pesquisas anteriores apenas se haviam comprovado idênticos efeitos na carraça de perna preta.
Também se comprovou que a PERMETRINA tem efeitos notáveis tanto nos estágios juvenis como nos adultos das carraças IXODES SCAPULARIS e AMBLYOMMA AMERICANUM. Para os testes concorreram várias peças de vestuário (camisas, calças e meias) produzidas por um dos principais fabricantes de roupas tratadas com permetrina, dispostas primeiro em superfícies planas, nas quais os pesquisadores colocaram carraças. Noutros testes a superfície foi colocada num ângulo de 45 graus e as carraças foram observadas quanto à probabilidade de se soltarem e caírem devido ao efeito irritante da permetrina.
Noutros testes ainda, as carraças foram colocadas em superfícies planas e contidos por intervalos específicos de 1 a 5 minutos, sendo em seguida observadas quanto à sua capacidade de se movimentarem normalmente nas 24 horas seguintes. “Todas as espécies de ectoparasitas hematófagos testados sofreram irritação nos diferentes estágios das suas vidas - o efeito de 'pé quente' - depois de entrarem em contato com roupas tratadas com a permetrina", segundo disse Lars Eisen, entomologista do CDC National Center for Emerging, especialista em Doenças Zoonóticas infecciosas e autor sénior do estudo.
Essa irritação “fez com que as carraças caíssem de um tecido vertical tratado, projectado para imitar uma perna de calça ou o braço de uma camisa. Também descobrimos que o contato sustentado com roupas tratadas com permetrina - até 5 minutos - resultou na perda do movimento normal de todas as espécies examinadas nas suas diferentes fases da vida, deixando-as incapazes de morder. Os efeitos variaram um pouco entre as espécies. As roupas tratadas obtiveram um efeito mais forte nas ninfas das carraças de perna preta (após uma exposição de um minuto, 100% não tiveram movimento normal uma hora depois). Uma exposição de cinco minutos em roupas tratadas com permetrina levou à perda do movimento normal das três espécies nos seus diferentes estágios da vida durante pelo menos uma hora. O tratamento com permetrina está disponível em várias formas para os consumidores.
Nos Estados Unidos alguns fabricantes já fornecem roupas pré-tratadas com permetrina, há empresas que recebem roupas pelo correio e que a devolvem pelo mesmo meio depois de tratada com este insecticida. Os sprays de permetrina são outra alternativa para os consumidores, caso decidam aplicar o insecticida por sua conta nas roupas.
O CDC (CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS NORTE-AMERICANO) recomenda o tratamento de roupas e equipamentos como botas, calças, meias e tendas com produtos com 0,5 de PERMETRINA e adianta que ela não perde o seu efeito protector depois de várias lavagens. Segundo o Dr. Eisen, pesquisas em andamento e futuras procurarão determinar qual a duração dos tratamentos de permetrina, os ciclos de lavagem e as condições de uso, uma vez que gostaria de adiantar orientações mais específicas sobre o uso de roupas assim tratadas, bem como saber dizer quais as que oferecem melhor protecção, o que a saber-se melhoraria as recomendações para a saúde pública.
Felizmente os consumidores portugueses já têm para o efeito vários produtos à base de permetrina. Por curiosidade adianta-se que o QUITOSO, que tantas vezes temos usado na cabeça dos nossos filhos mais pequenos, tem como base a Permetrina. Também os uniformes dos militares norte-americanos são tratados com este mesmo insecticida. Com o devido cuidado, sob conselho e debaixo da prescrição recomendada pelo veterinário do seu cão, poderá também nele usar um spray de permetrina, que afoguenta também moscas e mosquitos, considerando que nem sempre a vacinação contra a Leishmaniose é 100% eficaz.
(1)A Doença de Lyme ou Borreliose de Lime é uma doença causada pela bactéria espiroqueta Borrelia burgdorferi transmitida geralmente pela picada da carraça. (2)Patógeno é um agente que pode provocar uma doença ou fornecer as condições que presidem ao seu desenvolvimento. 

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