quarta-feira, 30 de maio de 2018

HERANÇA MATERNA LEVA A DOENÇA OCULAR CONGÉNITA CANINA

Pesquisadores das Universidades finlandesas de Helsínquia e de Jyväskylä (na foto baixo) em conjunto com outros da californiana de Davis revelaram num estudo recente, divulgado pela Universidade de Helsínquia, uma nova causa genética para a doença ocular canina em TERRIERS WHEATEN IRISH SOFT-COATED.
Segundo estes cientistas, é o genótipo da mãe que determina o risco da doença nos cachorros, doença que acontece apenas quando ambos são homozigotos na mutação do gene RBP4, que é a responsável pela enfermidade e deficiência, o que não é comum, porque normalmente as doenças recessivas em mamíferos dependem apenas da composição genética dos indivíduos. Importa dizer que é possível que existam defeitos congénitos semelhantes com este tipo de relação genética ainda por descobrir e que este gene está também implicado na Microftalmia-Anoftalmia-Coloboma (MAC) humana.
A proteína codificada (RBP) liga-se à vitamina A e transfere-a do fígado para outros tecidos. O transporte de vitamina A é essencial durante a gravidez, já que a falta desse nutriente causa o desenvolvimento anormal dos olhos. Durante a gravidez, o feto recebe vitamina A através da placenta. 
A mutação do gene RBP4 leva à insuficiência de vitamina A e ao desenvolvimento anómalo dos olhos durante a gravidez, de tal modo que a proteína passa a ser anormalmente segregada pelo fígado, o que é fatal para a transmissão da cegueira. Nada disto aconteceria se não houvesse uma delicada interacção entre a mãe e o feto durante a gravidez.
Como parte da pesquisa levada a cabo pelos cientistas atrás mencionados, foi desenvolvido um teste de ADN para fins de diagnóstico e de reprodução veterinária, teste importante para se evitar que mais criadores produzam cães cegos. Através dele poder-se-ão identificar as transportadoras da doença e alcançar melhores planos de reprodução. Os veterinários também poderão usá-lo como diagnóstico diferencial para confirmar a base genética de uma condição suspeita. Até agora, a mutação do RBP4 só foi encontrada em terriers irlandeses Wheaten Soft-Coated, o que não impede que aconteça ou esteja também presente noutras raças caninas, segundo fez saber MARIA KAUKONEN, primeira autora do estudo e concorrente ao doutoramento na Universidade de Helsínquia. 

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