Pesquisadores das Universidades
finlandesas de Helsínquia e de Jyväskylä (na foto baixo) em conjunto
com outros da californiana de Davis revelaram num estudo recente, divulgado
pela Universidade de Helsínquia, uma nova causa genética para a doença ocular
canina em TERRIERS WHEATEN
IRISH SOFT-COATED.
Segundo estes cientistas,
é o genótipo da mãe que determina o risco da doença nos cachorros, doença que
acontece apenas quando ambos são homozigotos na mutação do gene RBP4, que é a
responsável pela enfermidade e deficiência, o que não é comum, porque
normalmente as doenças recessivas em mamíferos dependem apenas da composição
genética dos indivíduos. Importa dizer que é possível que existam defeitos
congénitos semelhantes com este tipo de relação genética ainda por descobrir e
que este gene está também implicado na Microftalmia-Anoftalmia-Coloboma (MAC)
humana.
A proteína codificada
(RBP) liga-se à vitamina A e transfere-a do fígado para outros tecidos. O
transporte de vitamina A é essencial durante a gravidez, já que a falta desse
nutriente causa o desenvolvimento anormal dos olhos. Durante a gravidez, o feto
recebe vitamina A através da placenta.
A mutação do gene RBP4 leva à
insuficiência de vitamina A e ao desenvolvimento anómalo dos olhos durante a
gravidez, de tal modo que a proteína passa a ser anormalmente segregada pelo
fígado, o que é fatal para a transmissão da cegueira. Nada disto aconteceria se
não houvesse uma delicada interacção entre a mãe e o feto durante a gravidez.
Como parte da pesquisa
levada a cabo pelos cientistas atrás mencionados, foi desenvolvido um teste de
ADN para fins de diagnóstico e de reprodução veterinária, teste importante para
se evitar que mais criadores produzam cães cegos. Através dele poder-se-ão
identificar as transportadoras da doença e alcançar melhores planos de reprodução.
Os veterinários também poderão usá-lo como diagnóstico diferencial para
confirmar a base genética de uma condição suspeita. Até agora, a mutação do
RBP4 só foi encontrada em terriers irlandeses Wheaten Soft-Coated, o que não
impede que aconteça ou esteja também presente noutras raças caninas, segundo
fez saber MARIA KAUKONEN,
primeira autora do estudo e concorrente ao doutoramento na Universidade de
Helsínquia.
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