terça-feira, 22 de maio de 2018

NÓS POR CÁ: MORREU ANTÓNIO ARNAUT

Morreu ontem com 82 anos, ANTÓNIO DUARTE ARNAUT, advogado e político a quem devemos o Serviço Nacional de Saúde. Em sua homenagem e como manifestação de pesar pela sua morte, foi hoje decretado dia de luto nacional. Quem o conheceu e privou com ele diz que era extraordinariamente gentil, solidário e que não tinha inimigos. Certo é que dirigentes de todos os partidos políticos com assento na Assembleia da República Portuguesa reconheceram o grande vulto que foi e a sua contribuição para a 3ª República Portuguesa.
Socialista convicto, foi um dos seus fundadores em 19 de Abril de 1973, na Cidade alemã de Bad Münstereifel. Dedicou-se desde a sua juventude ao activismo político e à oposição à Ditadura Salazarista, tendo participado na comissão distrital da CANDIDATURA PRESIDENCIAL DE HUMBERTO DELGADO, em Coimbra, em 1958. No ano seguinte foi arguido no processo resultante da “CARTA AOS CATÓLICOS A ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR”. Foi Militante da ACÇÃO SOCIALISTA PORTUGUESA desde 1965 e quatro anos depois, nas Eleições Legislativas de 1969, foi candidato à Assembleia Nacional, pela Comissão Democrática Eleitoral (CDE), no círculo de Coimbra.
Em 1978 foi MINISTRO DOS ASSUNTOS SOCIAIS do II GOVERNO CONSTITUCIONAL, governo liderado por Mário Soares e formado pela coligação entre o PS e o CDS de Diogo Freitas do Amaral, tendo nessa qualidade lançado o SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE. Em 2016, foi nomeado PRESIDENTE HONÁRIO DO PS no XX congresso do partido, após a morte de António de Almeida Santos. Ocupou alguns cargos relevantes a nível profissional, fez questão de ser poeta e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a 25 de Abril de 2004, nas comemorações dos 30 anos da mesma Revolução e a 7 de abril de 2016, nas comemorações do Dia da Saúde, foi elevado ao grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Morreu um proeminente maçom e um homem bom, um dos raros que nos deixou algo ao invés de nos ter roubado.

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