Morreu ontem com 82 anos, ANTÓNIO DUARTE ARNAUT,
advogado e político a quem devemos o Serviço Nacional de Saúde. Em sua
homenagem e como manifestação de pesar pela sua morte, foi hoje decretado dia
de luto nacional. Quem o conheceu e privou com ele diz que era
extraordinariamente gentil, solidário e que não tinha inimigos. Certo é que
dirigentes de todos os partidos políticos com assento na Assembleia da
República Portuguesa reconheceram o grande vulto que foi e a sua contribuição
para a 3ª República Portuguesa.
Socialista convicto, foi
um dos seus fundadores em 19 de Abril de 1973, na Cidade alemã de Bad
Münstereifel. Dedicou-se desde a sua juventude ao activismo político e à
oposição à Ditadura Salazarista, tendo participado na comissão distrital da CANDIDATURA PRESIDENCIAL DE HUMBERTO
DELGADO, em Coimbra, em 1958. No ano seguinte foi arguido no
processo resultante da “CARTA
AOS CATÓLICOS A ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR”. Foi Militante da
ACÇÃO SOCIALISTA
PORTUGUESA desde 1965 e quatro anos depois, nas Eleições Legislativas
de 1969, foi candidato à Assembleia Nacional, pela Comissão Democrática Eleitoral
(CDE), no círculo de Coimbra.
Em 1978 foi MINISTRO DOS ASSUNTOS SOCIAIS do II GOVERNO CONSTITUCIONAL, governo
liderado por Mário Soares e formado pela coligação entre o PS e o CDS de Diogo
Freitas do Amaral, tendo nessa qualidade lançado o SERVIÇO
NACIONAL DE SAÚDE. Em 2016, foi nomeado PRESIDENTE HONÁRIO DO PS
no XX congresso do partido, após a morte de António de Almeida Santos. Ocupou alguns
cargos relevantes a nível profissional, fez questão de ser poeta e foi agraciado
com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a 25 de Abril de 2004, nas
comemorações dos 30 anos da mesma Revolução e a 7 de abril de 2016, nas
comemorações do Dia da Saúde, foi elevado ao grau de Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade pelo actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Morreu um proeminente maçom e um homem bom, um dos
raros que nos deixou algo ao invés de nos ter roubado.
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