Inesperadamente e de um
dia para o outro, o Jorge que vendia castanhas num beco soturno, transitou dali
para a porta de um banco, deixando estupefactos e boquiabertos vizinhos e
conhecidos. Um dos seus amigos reparou no seu novo posto de venda e
perguntou-lhe qual a causa da mudança, ao que ele respondeu estar melhor ali,
porque as pessoas quando levantam dinheiro no banco compram logo 3 ou 4 dúzias
de castanhas, que ali é só dinheiro a entrar, que a vida lhe corre às mil maravilhas
e que ainda vai ficar rico. O amigo vendo-o assim alegre e abonado, pede-lhe 50€
emprestados. O vendedor de castanhas diz-lhe que não pode e outro relembra-lhe
que é seu amigo e que precisa que o desenrasque. Apesar de lamentar a situação, o Jorge
mantém a sua decisão. O amigo insiste e pergunta-lhe para que servem os amigos,
ao que o vendedor de castanhas respondeu: “Mais alto que a amizade manda o
contrato que fiz com o banco, nem eles vendem castanhas lá dentro, nem eu
empresto dinheiro cá fora!
quinta-feira, 31 de maio de 2018
ESTA É O CADELÃO, A MELHOR CADELA DA ESCOLA!
Já cá não está quem dizia
a frase acima e temos imensas saudades do Carlos Veríssimo, enquanto aluno e
amigo. Soltava a frase quando a Lucky entrava na pista, não que a cadela fosse
a melhor, mas porque era dado à brincadeira. A foto que ilustra este texto
pertence à CPA de pêlo comprido LUCKY,
uma cadela nascida na ACENDURA
BRAVA, que era filha do KOLUMBUS e
da LOBINHA e
que herdou por via paterna a pouca vontade de trabalhar, já que o Kolumbus era
de linha de beleza e nunca se encantou por qualquer tipo de trabalho, apesar de
dar filhos muito bonitos. A cadela pertence ao Eduardo Ramos que a treinou na CLASSE AB
de 2003/2004.
Apesar da pouca jeiteira do dono e da má vontade da cadela, que era hábil em
subornar o seu condutor e a deitar-se no chão, conseguimos fazer deles um
binómio razoável, não obstante a madame de 4 patas se considerar “um espírito livre”. A Lucky,
caso chegue até lá, fará 15 anos no dia 19 de Outubro deste ano. Somos
obrigados a dar os parabéns à Família Ramos, porque é inexcedível no tratamento
que dá aos seus cães. E quando assim é, valeu a pena termos por cá andado.
SKUBY UM LOBEIRO ATLETA E LONGEVO
O CPA lobeiro que encabeça
este texto pertenceu à classe de adestramento da Acendura Brava de 2003/2004.
Não era uma criação nossa, mas foi criado e treinado como se o fosse, demonstrando
especiais aptidões na obediência, guarda, ginástica e endurance canina. Chamava-se
Skuby, pertencia à Família Ramos, foi sempre conduzido pelo João Ramos que o
adestrou convenientemente. Nasceu a 06 de Maio de 2003 e morreu a 12 de Março
de 2018, com quase 15 anos. Este CPA lobeiro ajudou o João a crescer e a entrar
no mundo dos adultos, tornando-o responsável e brioso, sem dúvida um dos
melhores companheiros que teve na adolescência. Obrigado Skuby, foi um prazer
enorme acompanhar o teu crescimento e um privilégio ter-te treinado.
IPSWICH: UMA ESMOLINHA PRÓS CEGUINHOS!
Sabe Deus quanto me custa usar
o substantivo, mas não há judiaria maior do que consentir que o nosso cão
ataque um cão-guia, cobardia que sempre apanha despreparado qualquer cego, que
o deixa transtornado e em profunda confusão. Não obstante, os ataques aos cães
dos invisuais acontecem um pouco por toda a parte e a cidade Ipswich, no
Condado de Suffolk, no sudeste inglês, não escapa à regra.
Após uma série de ataques
a cães na cidade, o IPSWICH BOROUGH COUNCIL (IBC)
está a liderar uma campanha com um duplo objectivo: proteger os cães-guia nas
suas ruas e evitar novos confrontos. A dita campanha tem o nome de "TAKE THE LEAD” e
procura incentivar a posse responsável de cães, esforço meritório diante do
bem-estar que todos desejamos, quer sejamos invisuais ou não.
Para além dos transtornos
imediatos que um ataque a um cão-guia possa causar, geralmente as repercussões
não são leves, o animal atacado poderá ficar automaticamente inapto para o
serviço que até ali desempenhava, ficando o cego sem ele, mais confinado e
privado da sua liberdade de movimentos.
E ficará assim até que lhe
arranjem outro, o que poderá levar anos. Se a sorte lhe sorrir e lhe entregarem
um novo cão, o invisual terá que se adaptar e confiar nele. Como o treino de um
cão-guia é um processo moroso e dispendioso, quando um deles fica inapto por
causa de uma lamentável escaramuça, está-se a deitar desnecessariamente
dinheiro à rua.
Voltando a Ipswich. A
campanha conta com o apoio da GUIDE
DOGS UK, da POLÍCIA,
do GOVERNO LOCAL DE IPSWICH e
do um dos seus membros, uma senhora que dá pelo nome de SANDY MARTIN.
Neste momento, para a campanha “andar”, os seus organizadores precisam de
parceiros para o evento.
ALICE
FIRBANK, da equipa de comunidades do IBC, disse que
gostaria de ter o apoio de uma empresa veterinária ou de uma pet shop, alguém
capaz de ajudar com microchips e com alguns sacos de lançamento, onde
geralmente constam amostras de ração, biscoitos, brinquedos e até acessórios
para cães. Depois de realçar que a parceria é uma excelente oportunidade de
negócio, a dita senhora adianta o seu número de telefone para os possíveis
interessados, que provavelmente virão duma empresa ou organização local.
Para todos os efeitos, a
organização da campanha “TAKE
THE LEAD” está literalmente a estender a mão à caridade para
poder valer aos cegos, a suplicar “UMA
ESMOLINHA PARA OS CEGUINHOS”. A quem caberá regular localmente a
posse e o passeio dos cães? Quem deverá patrulhar as ruas para que tudo corra
dentro da normalidade e os direitos de todos sejam respeitados? Os cegos só serão
marginalizados e desrespeitados se o governo, a sociedade e a comunidade onde
estão inseridos não os proteger!
Nunca nos agradou “um
estado policial”, porque sabemos dos abusos, mas achamos que o ataque aos
cães-guia é uma acção subversiva, criminosa e de índole manifestamente
terrorista, pelo que os donos dos cães agressores deverão ser punidos
exemplarmente, não com coimas ou com trabalho comunitário, mas com pesadas
penas de prisão efectiva, para que outros iguais desprezem o seu exemplo, já
que o problema não é de natureza social ou cultural, ele é transversal a todas
as culturas e resulta da malvadez individual. Entretanto, fico à espera dos
resultados desta campanha, ansioso por saber se contribuiu ou não para a diminuição dos
ataques sobre os cães-guia em Ipswich.
EM EDMONTON VAI APOSTAR-SE MAIS NA PREVENÇÃO
EDMONTON é uma grande cidade
canadiana e capital da Província de Alberta, considerada como a cidade
importante mais setentrional do mundo. Mas não é da sua geografia ou economia
que vamos falar, mas de uma nova estratégia implementada pelas autoridades para
evitar/prevenir os ataques caninos sobre outros cães, um sério problema ali.
Para se ter uma ideia mais
exacta do problema, basta dizer que no ano passado foram registados 464 ataques
e que 13 cães morreram em consequência disso (2,8%).
Como a punição dos donos
infractores não tem surtido o efeito desejado nem evitado tampouco a morte de
cães inocentes, o DEPARTAMENTO
DE POLÍCIA da cidade optou por apostar mais na prevenção, sendo
nisso coadjuvado pelos PEACE
OFFICERS (PSPO’s),
agentes da autoridade em parte similares aos nossos guardas municipais, que debaixo
da alçada directa dos tribunais e do Procurador-Geral de Alberta, têm como
objectivo defender e fazer cumprir as leis e regulamentos provinciais, ainda
que os seus poderes e autoridade sejam inferiores aos da Polícia (só em Alberta
existem 3.000 PSPO’s).
Os agentes
irão agora trabalhar com os proprietários caninos para que se tornem donos
responsáveis e os seus cães não sejam reincidentes nos ataques, trabalho
deveras importante para manter os cidadãos e os animais de Edmonton em
segurança. Assim, é necessário que os quintais destinados aos cães sejam
seguros e que os animais estejam sempre debaixo de controle.
Para além destas medidas, pensando
num futuro melhor e sem ataques caninos, os PSPO’s
e
os agentes do ANIMAL
CONTROL estão a ir para as escolas no intuito de educar os
alunos nesta matéria. As autoridades estão também a trabalhar em estrita colaboração
com a EDMONTON HUMANE
SOCIETY, realizando com ela WORKSHOPS
para ajudar na sociabilização de certas raças.
Para que não se fique com
uma ideia errada acerca das ruas de Edmonton, como se elas fossem autênticos
ringes de luta para cães, importa dizer que as suas autoridades classificam os ataques
caninos em seis níveis. Um ataque de nível 1 engloba um comportamento
intimidatório, mas nenhum contacto físico, enquanto um ataque de nível 6
resulta na morte de um animal. Tomando como referência os ataques ali ocorridos
em 2016, cerca de 40% foram classificados como nível 1, percentagem que se
mantém desde 2013.
Com
esta política DOG
FRIENDLY, que acertadamente insiste no esclarecimento,
aconselha a sociabilização e que aposta na prevenção, as polícias de Edmonton estão
de parabéns, porque sairão vencedoras no combate pela protecção dos seus
cidadãos e cães.
PS:
Este texto teve como base e ponto de partida o artigo “EDMONTON INTRODUCES NEW
STRATEGIES TO PREVENT DOG ATTACKS”, da autoria de ANGELA JUNG e postado pela
CTV NEWS EDMONTON.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
HERANÇA MATERNA LEVA A DOENÇA OCULAR CONGÉNITA CANINA
Pesquisadores das Universidades
finlandesas de Helsínquia e de Jyväskylä (na foto baixo) em conjunto
com outros da californiana de Davis revelaram num estudo recente, divulgado
pela Universidade de Helsínquia, uma nova causa genética para a doença ocular
canina em TERRIERS WHEATEN
IRISH SOFT-COATED.
Segundo estes cientistas,
é o genótipo da mãe que determina o risco da doença nos cachorros, doença que
acontece apenas quando ambos são homozigotos na mutação do gene RBP4, que é a
responsável pela enfermidade e deficiência, o que não é comum, porque
normalmente as doenças recessivas em mamíferos dependem apenas da composição
genética dos indivíduos. Importa dizer que é possível que existam defeitos
congénitos semelhantes com este tipo de relação genética ainda por descobrir e
que este gene está também implicado na Microftalmia-Anoftalmia-Coloboma (MAC)
humana.
A proteína codificada
(RBP) liga-se à vitamina A e transfere-a do fígado para outros tecidos. O
transporte de vitamina A é essencial durante a gravidez, já que a falta desse
nutriente causa o desenvolvimento anormal dos olhos. Durante a gravidez, o feto
recebe vitamina A através da placenta.
A mutação do gene RBP4 leva à
insuficiência de vitamina A e ao desenvolvimento anómalo dos olhos durante a
gravidez, de tal modo que a proteína passa a ser anormalmente segregada pelo
fígado, o que é fatal para a transmissão da cegueira. Nada disto aconteceria se
não houvesse uma delicada interacção entre a mãe e o feto durante a gravidez.
Como parte da pesquisa
levada a cabo pelos cientistas atrás mencionados, foi desenvolvido um teste de
ADN para fins de diagnóstico e de reprodução veterinária, teste importante para
se evitar que mais criadores produzam cães cegos. Através dele poder-se-ão
identificar as transportadoras da doença e alcançar melhores planos de reprodução.
Os veterinários também poderão usá-lo como diagnóstico diferencial para
confirmar a base genética de uma condição suspeita. Até agora, a mutação do
RBP4 só foi encontrada em terriers irlandeses Wheaten Soft-Coated, o que não
impede que aconteça ou esteja também presente noutras raças caninas, segundo
fez saber MARIA KAUKONEN,
primeira autora do estudo e concorrente ao doutoramento na Universidade de
Helsínquia.
SINGAPURA: PROJECTO ADORE E CÃES NEGROS
Singapura continua a ser
uma terra de oportunidades para os homens e agora é-o também para os cães,
porque ali, desde 2014 até à presente data, já foram adoptados 800, 80 deles só
este ano, tudo ao abrigo de uma iniciativa oficial de realojamento de cães,
cujo projecto tem o nome de “ADORE”
(ADO
ption e RE
homing de cães), que é patrocinado pelo Ministério do Desenvolvimento Nacional
e que visa tirar das ruas os cães abandonados de raça indefinida.
Mas nem tudo são rosas,
porque os cidadãos de Singapura resistem em adoptar cães negros graças a um
conjunto de superstições associadas à desgraça e à morte, no que não diferem
dos colonizadores britânicos que outrora governaram o país, também eles com a
mesma relutância relativa aos cães negros, insanidade que me trás à memória a
malfadada divisão operada no Ruanda pelos colonizadores belgas, que dividiram o
povo daquela colónia em tutsis e hútus, divisão tornada cultural que mais tarde resultou num
genocídio.
A adopção de cães naquelas
paragens está ligada ao HOUSING
AND DEVELOPMENTE BOARD, órgão governamental do Ministério do
Desenvolvimento Nacional de Singapura responsável pela habitação social no
país. O Conselho de Habitação e Desenvolvimento (HBD) é
o conselho estatutário do Ministério do Desenvolvimento Nacional responsável
pela habitação pública em Singapura, sendo-lhe creditado a eliminação de
favelas e de outras habitações precárias na década de 60, assim como o
reassentamento dos seus moradores em habitações de baixo custo construídas pelo
estado. Hoje, 82% dos singapurenses vivem em habitações públicas fornecidas
pelo HBD.
Aos moradores nas casas do
estado é-lhes permitido adoptar cães e até têm sido incentivados para tal
através do projecto ADORE,
mas mediante as seguintes condições: o cão terá que ser um rafeiro local, de
tamanho médio ou especial de Singapura (um pouco maior); ter pelo menos 6 meses
de idade e estar esterilizado e, frequentar um curso de obediência básica
ministrado por adestradores credenciados pela AVA (Agri-Food
and Veterinary Authority of Singapore), autoridade responsável pela segurança
alimentar e pela saúde de animais e plantas de Singapura.
Os candidatos a proprietários
caninos deverão observar as seguintes condições: assinar uma
declaração em como observarão nos seus cães o Código de Comportamento
Responsável (CORB); só será permitido um cão registado por apartamento; o cão a
adoptar terá que ter o acordo dos vizinhos; o candidato a proprietário canino
terá que garantir o microchip, a esterilização e a vacinação do cão e o animal
não poderá ser adoptado sem uma licença da AVA.
Caso o inquilino duma habitação HBD
deseje um cão maior, pode adquirir um já treinado e certificado pelo SOSD, organização local
que aderiu ao projecto ADORE e
que se dedica ao resgate, reabilitação, treino e realojamento de cães
abandonados.
Como europeu e sabendo o
que se passa no Velho Continente, sinto-me envergonhado perante tamanho avanço,
eficiência e acerto. Acredito que muito em breve não haverá um só cão a vadiar
pelas ruas de Singapura. Sempre será mais fácil solucionar os problemas dos
cães do que “limpar os macacos do sótão” dos homens, nomeadamente os que
suportam e alimentam mitos e superstições à revelia da ciência e do avanço
tecnológico como os relativos aos cães negros. E quanto aos de Singapura, bem depressa compreenderam que o problema dos cães abandonados não é um problema alheio, mas sim colectivo e que todos temos que fazer parte da sua solução.
PERDERAM O VOO MAS GANHARAM 8 CACHORROS!
Uma senhora e a sua filha,
acompanhadas dos seus cães de serviço, um macho chamado NUGGET e
uma fêmea de nome ELLIE, pretendiam
embarcar para Filadélfia no Aeroporto de Tampa, na Flórida/USA, quando
inesperadamente, em pleno cais de embarque, a cadela de dois anos entrou em
trabalho de parto dando à luz oito cachorros, 7 machos e uma fêmea.
As donas da cadela sabiam
que ela estava prenhe, mas não esperavam o parto tão cedo, que aconteceu entre
aplausos e latidos de acordo com a BBC. O
feliz acontecimento teve lugar junto ao Portão F80 daquele aeroporto e contou
com a ajuda especializada da equipa médica da TAMPA
FIRE RESCUE (bombeiros).
O trabalho de parto acabou
por impedir o embarque de donos e cães, que farão a viagem de 1.600 km para
Filadélfia de carro, segundo foi adiantado pelo MIAMI
HERALD. Cá para mim, estas donas “esticaram a corda até
partir”, porque todos sabemos que a gestação das cadelas vai de 58 a 63 dias,
podendo excepcionalmente estender-se até aos 65. Tentaram a sua sorte, mas a
mãe natureza gorou-lhes os planos. As agências noticiosas que fazem eco desta
notícia dizem que os cães são Labradores, mas as fotos que publicam indicam
tratar-se de Golden Retrievers. Resta-nos felicitar donas e cães.
NÚMERO DIÁRIO DE LEITORES
A média diária de leitores
deste blogue tem sido de 300. Ontem esse número foi largamente ultrapassado e
chegámos aos 545 leitores, valor mais alto deste ano. Este aumento de
visitantes deve-se a uma maior afluência de leitores do Brasil, Estados Unidos,
Reino Unido e Espanha. Agradecemos a procura e esperamos continuar a manter o
interesse de todos.
terça-feira, 29 de maio de 2018
NAS "PRIMEIRAS NAÇÕES" TAMBÉM HÁ CÃES VADIOS
“PRIMEIRAS NAÇÕES”
é o termo utilizado no Canadá para se referir à etnicidade dos povos indígenas
localizados no actual território do país, bem como aos seus descendentes, tanto
aborígenes como Índios. O corpo de representação nacional das Primeiras Nações
no Canadá é a Assembleia das Primeiras Nações, criada em 1982. Como nas terras
destes indígenas há demasiados cães sem dono que se tornam perigosos,
normalmente acontece o seu abate. Conhecedora disso, a SPCA canadiana (SOCIETY
for the PREVENTION
of CRUELTY
to ANIMALS)
está empenhada em resgatar o maior número de cães possível numa missão de
misericórdia.
Resgatar estes cães não é
fácil atendendo às distâncias percorridas, acabando os animais por ser
transportados de avião e depois em autocarros próprios para o efeito,
vulgarmente conhecidos por BARK
BUSES. Ontem mais 30 cães de duas Nações foram recolhidos.
Depois de uma prévia avaliação, os animais serão levados para vários centros da
SPCA em Ontário onde serão colocados para adopção. A tarefa, que é dispendiosa,
conta com o trabalho de 4 voluntários que vão às comunidades indígenas recolher
os cães. Tivemos conhecimento deste trabalho através da notícia divulgada pela
agência noticiosa online “tbnewswatch”
(THUNDER BAY NEWS).
PIADA DA SEMANA: A MÃE LÁ SABIA PORQUÊ!
Uma quarentona
divorciada pede à mãe que a vá ajudar a arrumar os seus poucos haveres em sua
casa. Já com as duas entregues ao trabalho, a filha deparava-se com o seu fato
de noiva que deseja vender. Ao vê-lo diz para mãe que o maior erro que cometeu
na vida foi ter casado com o seu ex-marido. Ao ouvir tal sentença, a mãe
respondeu-lhe serena e carinhosamente, quase sem levantar os olhos: “e o
segundo foi teres-te divorciado dele!”
NÓS POR CÁ: A EUTANÁSIA NÃO PASSOU
Nenhum dos 4 Projectos de
Lei para a despenalização da morte assistida (eutanásia) foi aprovado pelo
Parlamento Português. Os Projectos hoje chumbados foram da autoria do Partido
Socialista, Bloco de Esquerda, Verdes e PAN. O Projecto de Lei que esteve mais
perto de passar foi o do PS, que obteve 110 votos a favor, 115 contra e 4
abstenções. Caso algum projecto de lei tivesse sido aprovado, Portugal passaria
a ser o 5º país europeu a aceitar a eutanásia, prática já aceite na Holanda,
Bélgica, Luxemburgo e Suíça. Os partidos proponentes dos projectos de lei a
favor da morte assistida prometem voltar à carga até que esta seja legalizada
entre nós.
CHEGOU A VEZ DE NOVA IORQUE
Nova Iorque é o 20º Estado
Norte-americano a adoptar leis contra aqueles que “conscientemente coloquem em
qualquer cão qualquer identificação falsa ou imprópria”, que designe o animal
como um cão-guia, de serviço ou de terapia. Saúda-se esta tomada de posição para
o bem das pessoas em geral, dos portadores dos cães de serviço e para os
próprios animais, considerando que os cães dos falsários acabavam por causar
transtorno a todos.
A Lei, que parece ter
entrado em vigor final do ano transacto, prevê para os infractores uma multa de
100 dólares, uma pena de prisão até 15 dias ou ambas, sanções que achamos
demasiado suaves para quem tão grosseiramente prejudica e engana os demais,
pondo com isso a saúde e a integridade de muitos em risco. Deseja-se que o
exemplo nova-iorquino ecoe o mais rapidamente possível nos restantes estados
norte-americanos, levando-os a adoptar leis semelhantes.
Na verdade não terão outra
hipótese, porque as companhias aéreas norte-americanas têm sido das mais
prejudicadas pelos falsos animais de serviço, facto que as tem obrigado a proibir,
per si, um sem número de espécies ditas de terapia junto dos passageiros. De
acordo com a ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE CONTROLE AÉREO AMERICANO cerca de 87.000 voos
cruzam diariamente os céus dos Estados Unidos. Como os aviões não podem
permanecer no ar eternamente, é mais do que natural que ao aterrarem encontrem leis
semelhantes àquelas que fazem respeitar nos céus. E nós, também teremos por cá
falsários assim? É possível que ainda não, a coisa é recente, mas também não deveremos
“perder o comboio”!
segunda-feira, 28 de maio de 2018
ESTE ERA O NOSSO BLACK JACK!
Este texto dá seguimento a
outro publicado no dia 24 de Maio com o título: “MORREU
UM DOS NOSSOS”. Quando publicámos o texto anterior não
tivemos à nossa disposição fotos do CPA JACK na Escola, mas graças ao empenho
da Família Carreiras, que está em Sheffield/Inglaterra, eis agora algumas. A
foto acima reporta-se ao treino do “quieto” no Jardim do Império, em frente à
entrada do Centro Cultural de Belém. Na seguinte podemos vê-lo com Fila-Guia da
Escola, ainda cachorro e totalmente enquadrado.
Cão seguro, fiel e
concentrado, o Jack (oficialmente Black Jack) ajudou-nos a harmonizar muitos
colegas de classe, que vendo o seu comportamento, acabavam por imitá-lo nas
tarefas pretendidas. A foto que se segue é de uma dessas classes, onde para
além do Jack podemos ver dois Cocker Spaniels (o vermelho achava por bem morder
nas donas) e uma cachorra Cão de Água Português, esta muito meiga, irreverente
e dada ao suborno emocional.
E por último podemos ver
este bom gigante ladeado por dois miúdos dos escuteiros, que apesar de não terem
conseguido vender-nos calendários, acabaram por tirar uma fotografia com o cão, foto que posteriormente lhes foi enviada.
Nas quatro fotos que
adornam este breve texto, todas elas com o Jack ainda cachorro, quisemos
homenagear um cão que nos vai ficar na memória, porque o ajudámos a construir,
sempre apostámos no seu progresso e não estávamos preparados para o seu
desaparecimento. Este era o nosso Black Jack, um nobre companheiro em quem
podíamos confiar.
A IMPORTÂNCIA DA "TITICA DE CACHORRO" DO MIOCENO
Antes de tudo mais importa
explicar sucintamente o que foi o MIOCENO. MIOCENO ou
MIOCÉNIO é
a quarta época da era geológica Cenozoica e a primeira época do período
Neogeno. O nome desta era veio das palavras gregas μείων (meiōn, “menos”) e
καινός (kainos, “novo”) que significam "menos recente" por ter 18%
menos invertebrados marinhos modernos que o Plioceno. Esta
era remonta entre cerca de 24 milhões e cerca de 5 milhões de anos atrás, sendo
posterior ao OLIGOCENO e
anterior ao PLIOCENO. Divide-se
nas idades Aquitaniana, Burdigaliana, Langhiana, Serravalliana, Tortoniana e
Messiniana (da mais antiga para a mais recente).
Ao contrário de outras
divisões do tempo geológico, não existe um evento mundial que separe o Mioceno
de seu antecessor ou sucessor, sendo identificados apenas vários eventos
regionais, o que implica em dizer que o planeta já se encontrava muito próximo
das suas modernas características. Nesta era a temperatura global continua a
descer e acontece a adaptação final das espécies marinhas, principalmente focas
e baleias. Já no que concerne à fauna e a flora as alterações foram muitas,
tantas que muitos animais não conseguiram adaptar-se e acabaram por
extinguir-se.
O
MIOCENO é muitas vezes mencionado como a “IDADE DAS ERVAS”,
porque é nele que surgem as primeiras gramíneas e outras plantas herbáceas, que
proliferam com o clima quente do Mioceno, dando origem a grandes áreas de pasto
por todos os continentes. A alteração da vegetação causou profundas alterações
na fauna herbívora, que foi obrigada a adaptar-se ao pasto. Por causa desta
alteração inicia-se a decadência dos perissodáctilos (cavalos e rinocerontes) e
a ascensão dos artiodáctilos (bovinos, veados e camelos), assim como os
proboscídeos (elefantes) e os herbívoros dominantes.
Os creodontes são extintos
e substituídos pelos carnívoros actuais, canídeos e felinos, sendo nesta era
que surge o “DENTE
DE SABRE” (subfamília Machairodontinae). O Mioceno foi um
período de moldagem da fauna e da flora do nosso planeta, onde foram dados os primeiros
passos para constituição das dominantes que temos hoje. Assim como aconteceu na
fauna terrestre, também aconteceu na marinha. E dito isto chegamos aos
antepassados há muito extintos de cães e lobos e também à importante descoberta
da “TITICA DE CACHORRO DO
MIOCENO”, excrementos fossilizados que cientificamente têm o
nome de “CROPÓLITOS”,
um nome aparentemente pomposo mas impróprio para se chamar a alguém.
Os cientistas já há muito
que sabiam, pela análise de fósseis, da existência de uma espécie de cão
selvagem a que chamaram de “BOROPHAGUS
PARVUS” (crânio na foto abaixo), um animal do tamanho de um
lobo, que viveu entre os 16 e os 2 milhões de anos atrás, cujo crânio e
mandíbula eram muito semelhantes aos das actuais hienas, indiciando que tal
como elas poderia esmagar ossos, suposição agora comprovada pela descoberta de
14 cropólitos.
Este achado teve lugar na
formação geológica “MEHRTEN”
na Califórnia/USA, local que data do final do Mioceno (entre 5,3 a 6,4 milhões
de anos atrás) e que é conhecido por ser rico em fósseis de Borophagus. Resta
dizer que os cropólitos são ainda mais raros que os ossos e que os excrementos
fossilizados foram catalogados como tendo 2 milhões de anos. Valendo-se de uma
micro-tomografia computadorizada de raios X (micro-CT), os cientistas
conseguiram ver o interior dos cropólitos, descobrindo muitas lascas e
fragmentos de ossos não dissolvidos em todos os espécimes, numa média de 5% da
massa total daqueles excrementos. Na foto seguinte podemos ver uma
micro-tomografia computadorizada de um cropólito de Borophagus que mostra no
seu interior fragmentos ósseos de várias cores.
De acordo com Jack Tseng
(na foto abaixo), um especialista em zoologia, patologia e ciências anatómicas,
em paleobiologia e biologia evolucionária, professor na Universidade de Buffalo
de Nova Iorque, os coprólitos agora encontrados disseram aos investigadores que
os hábitos alimentares do Borophagus não se pareciam com os das hienas
malhadas, como até aqui se pensava, já que estas digerem completamente os ossos
engolidos, restando somente nos seus dejectos pó. Para além de desnudar este
equívoco, os excrementos fossilizados também deram pistas acerca do modo de
vida deste antepassado de lobos e cães, que fazia uso de latrinas comunais, o
que os cientistas consideraram no seu estudo ser um indício de territorialidade.
Tudo leva a crer que o
Borophagus Parvus, para além de ser um ancestral de todos os cães em geral,
seja também o “pai” de todos os molossos, canídeos de mandíbula forte e de
grande força de esmagamento. Como o assunto é apaixonante e ainda há tanto por
descobrir, aguardam-se com expectativa novos desenvolvimentos.
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