Durante anos, para
desespero dos alunos mais sensíveis e propensos à asneira, quando os condutores
caninos erravam e os seus cães acertavam os exercícios ou figuras, logo se
ouvia a frase: “NÃO
ADMIRA, VOCÊ É FILHO DE UMA EMOÇÃO E O SEU CÃO DE SELECÇÃO”,
sentença dura que visava produzir alteração sobre quem tinha vontade e
condições para melhorar o seu desempenho, marca de uma época em que se podia
ler nas t-shirts escolares “O
CÉU É O NOSSO LIMITE”, frase que espelhava bem o rigor que
dedicávamos ao adestramento e o quanto exigíamos dos seus praticantes. Escusado
será dizer que dali saíram excelentes condutores e cães magníficos.
Segundo um estudo vindo a
público na segunda metade de 2016, proveniente do “Canine Cognition Center” em
Yale/US, os cães são mais objectivos e menos propensos a imitar tarefas
dispensáveis do que as crianças, desprezando acções irrelevantes quando existe
uma maneira mais eficiente para a solução dum determinado problema (in https://medicalxpress.com/news/2016-09-dogs-bad-advice-humans.html#nRlv),
o que parece reforçar a frase que atrás citámos e que entre nós fez história,
ainda mais quando há gente que teima em ser eternamente criança.
Por tudo isto se conclui
que a relação entre donos e cães não pode ser patética, porque os cães são
pragmáticos e depressa tiram vantagem de quem os trata como tolos, entendendo
essa postura e comportamento dos donos como uma inequívoca manifestação de
submissão, o que é de todo indesejável atendendo ao despropósito e às suas
consequências.
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