O Sebastião que nos coube
em sorte, entendido como criança logo que entrou no lar da família que o
adoptou, tem por hábito rosnar e jogar-se contra quem lhe mexer nos brinquedos
ou tentar tirar-lhe da boca as suas iguarias preferidas (ultimamente já nem
deixava que lhe mexessem na coleira) e morder quem o importunar quando está ao
colo da dona ou de outro membro do agregado familiar, chegando a morder
inclusive quem o acaricia. Apostados na resolução do problema, começámos hoje
por pô-lo a comer à ordem e não quando lhe dá na real gana, a comer só da mão
da dona e a rejeitar as guloseimas dadas por terceiros, porque não gostaríamos
de vê-lo envenenado, a continuar a agredir quem lhe quer bem e a ser como outro
de quem se dizia ser comilão e comer tudo, tudo sem colher.
O pequeno Pinscher depressa
aprendeu a lição e agora já é possível interromper-lhe a refeição e tirar-lhe a
comida da boca. Amanhã o trabalho incidirá sobre a entrega dos brinquedos, para
que aprenda a largá-los quando lhe é pedido ao invés de os defender
literalmente com unhas e dentes. Este trabalho tem que ser levado a sério e
carece de recapitulação, já que o Sebastião vai ter brevemente a companhia de
uma bebé em idade de gatinhar, que possivelmente quererá dividir com ele os brinquedos
de ambos.
A parte mais engraçada
disto tudo e que muito agradou ao Pinscher foi o de haver comido um queque como
recompensa, paparoca que engoliu praticamente sem mastigar (hoje já não deve
comer muito mais!). Depreende-se pelo que acabámos de dizer que a tarefa foi
alcançada pela recompensa e fixada por comandos próprios. Este Sebastião é o
máximo, deixou de encenar a Batalha de Alcácer-Quibir em casa e está a
comportar-se agora como um soberano ao serviço do povo que o sustenta – sem dúvida
o rei diferente!
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