O tema da futura mesquita
da Mouraria volta à tona de água forçado pelos recentes ataques terroristas ocorridos
em Manchester e em Londres. E como as televisões não perdem pitada, um dos
canais privados lusos aproveitou para ir entrevistar os futuros vizinhos da
mesquita a construir na Mouraria, gente já acostumada às duas que lá existem,
no intuito de recolher o seu parecer. Como não podia deixar de ser e segundo a
tradição sincretista que sempre pairou sobre a cabeça dos portugueses, aquela
gente lisboeta não se mostrou minimamente preocupada com a construção do futuro
local de culto islâmico e apenas manifestou alguma inquietação quanto à
indemnização dos proprietários dos prédios que serão demolidos para lhe dar
lugar.
Até hoje não tivemos em
Portugal qualquer manifestação de radicalismo islâmico, apesar do número crescente
de muçulmanos entre nós, bonança que se deve em grande parte à tolerância dos
portugueses e ao Sheik David Munir, um moderado, Imã da Mesquita Central de
Lisboa, que é a principal mesquita da comunidade islâmica em Portugal, clérigo nascido
em Moçambique por alturas do domínio colonial português (1963), filho de pai
iemenita e mãe moçambicana de ascendência indiana, formado em teologia no
Paquistão e há 32 anos à frente da mesquita central de Lisboa.
Como dentro da própria
comunidade islâmica há gente que discorda da postura de Munir, é bem possível que
vá parar à futura mesquita da mouraria um imã menos “ocidentalizado” e mais
próximo da jihad, uma vez que o nosso Estado democrata e laico dificilmente irá
influenciar na sua escolha. Já existem em solo português mais de 50 locais de
culto islâmico e a opinião pública portuguesa ignora se as suas mensagens são
idênticas e apelam à paz ou se há algumas que têm o radicalismo islâmico como
profissão de fé.
Não creio que da nova
mesquita venha grande mal ao mundo, mas acredito que dentro em breve os
não-muçulmanos tenham que debandar da Mouraria, sucedendo a outros europeus que
em minoria nos seus bairros e terras, se viram rodeados de muçulmanos e
sujeitos às suas leis e preceitos. Depois de havermos derrubado há séculos a “Muralha
Fernandina” será que irão levantar uma contra nós a poente do Castelo de S.
Jorge? Já não deve faltar muito, porque ali superabundam talhos “halal” e a
língua árabe paira sobre as enegrecidas e gastas calçadas à portuguesa
vinda de esconsos e vãos de escada. Será isso bom para o turismo da Capital?
De duas coisas estamos certos: os mouros estão de volta a casa e, Portugal jamais poderá ser um paraíso para os terroristas.
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