Uma pesquisa levada a cabo
juntos dos hospitais norte-americanos pelo Tufts Institute for Human-Animal em
colação com a Tufts University e publicada no “American Journal of Infection
Control” deste mês, dedicada a avaliar dos possíveis riscos causados pelos cães
de terapia em uso naquelas unidades de saúde, para além de concluir das melhorias
físicas e psicológicas visíveis nos doentes humanos visitados, revelou lacunas
nas políticas de segurança e saúde tanto dos pacientes como dos animais
utilizados para aquele fim, já que muitas unidades hospitalares não respeitam
as directrizes recomendadas para as visitas de animais.
De acordo com os
resultados alcançados por este estudo, não se pode ignorar que há pessoas que
são alérgicas aos animais utilizados, alguns deles sem o comportamento adequado
e apresentando todos um risco potencial de doenças zoonóticas, risco este que
aumenta quando os protocolos de saúde, higiene e lavagem das mãos são
descuidados. Outro risco a considerar advém dos cães que comem pensos ou
guloseimas de carne crua, muito mais sujeitos à contaminação com bactérias como
a Campylobacter, Salmonella e Cryptosporidium, agentes patogénicos passíveis de
comprometer a saúde de cães, pessoas e a dos doentes de débil imunidade.
Muitos dos hospitais
entrevistados não consideravam até ao momento estes riscos, pelo que 4% dos
hospitais e 22% das instituições de cuidados de saúde não tinha qualquer política
ou prática de defesa contra isso e 16% dos hospitais e 40% dos lares de idosos
requeriam apenas dos cães um único para sempre válido registo de saúde, apesar
de 82% dos hospitais e 98% dos lares de idosos aceitarem no interior das suas
instalações cães de terapia (os restantes apenas aceitavam cães de serviço).
E os dados continuam: 26%
das unidades atrás referidas não exigiram um certificado de saúde aos cães que
usaram como terapia; 70% consentiu na entrada de animais que se alimentavam de
carne crua; 26% não solicitaram especificamente um teste fecal aos cães; 7% não
tinham como requisito a vacinação anti-rábica; 66% dos cães utilizados não se
encontravam credenciados pelas entidades reconhecidas para tal e mais de metade
dos que exigem testes de comportamento optaram por chamar sempre os mesmos
cães. Como o estudo foi limitado na sua amostra, este deverá servir de embrião
para outros sujeitos à mesma temática.
Obviamente que saudamos
com imensa alegria a entrada dos cães de terapia nas unidades de saúde humanas,
considerando os seus benefícios para o bem-estar e recuperação dos pacientes,
como acontece já hoje nos Estados Unidos, mas lá como cá, há que minimizar os
riscos para a saúde de ambos. Oxalá o nosso permissivo País, hábil a correr
atrás do prejuízo, aprenda com os erros dos outros e não enverede pela mesma
balda.
E já agora, cuidadinho com
os cãezinhos a quem franqueamos a entrada nas nossas casas e com as mãozinhas
lavadas depois de mexermos nos alheios, isto se tivermos crianças pequenas, cães,
cachorros ou ninhadas, para já não falarmos na confecção da comidinha que
sempre exigiu mãos bem lavadas e várias vezes, quer se use luvas ou não, já que
doença não é saúde e porcaria condimento!
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