quarta-feira, 28 de junho de 2017

NEM TUDO SÃO ROSAS!

Uma pesquisa levada a cabo juntos dos hospitais norte-americanos pelo Tufts Institute for Human-Animal em colação com a Tufts University e publicada no “American Journal of Infection Control” deste mês, dedicada a avaliar dos possíveis riscos causados pelos cães de terapia em uso naquelas unidades de saúde, para além de concluir das melhorias físicas e psicológicas visíveis nos doentes humanos visitados, revelou lacunas nas políticas de segurança e saúde tanto dos pacientes como dos animais utilizados para aquele fim, já que muitas unidades hospitalares não respeitam as directrizes recomendadas para as visitas de animais.
De acordo com os resultados alcançados por este estudo, não se pode ignorar que há pessoas que são alérgicas aos animais utilizados, alguns deles sem o comportamento adequado e apresentando todos um risco potencial de doenças zoonóticas, risco este que aumenta quando os protocolos de saúde, higiene e lavagem das mãos são descuidados. Outro risco a considerar advém dos cães que comem pensos ou guloseimas de carne crua, muito mais sujeitos à contaminação com bactérias como a Campylobacter, Salmonella e Cryptosporidium, agentes patogénicos passíveis de comprometer a saúde de cães, pessoas e a dos doentes de débil imunidade.
Muitos dos hospitais entrevistados não consideravam até ao momento estes riscos, pelo que 4% dos hospitais e 22% das instituições de cuidados de saúde não tinha qualquer política ou prática de defesa contra isso e 16% dos hospitais e 40% dos lares de idosos requeriam apenas dos cães um único para sempre válido registo de saúde, apesar de 82% dos hospitais e 98% dos lares de idosos aceitarem no interior das suas instalações cães de terapia (os restantes apenas aceitavam cães de serviço).
E os dados continuam: 26% das unidades atrás referidas não exigiram um certificado de saúde aos cães que usaram como terapia; 70% consentiu na entrada de animais que se alimentavam de carne crua; 26% não solicitaram especificamente um teste fecal aos cães; 7% não tinham como requisito a vacinação anti-rábica; 66% dos cães utilizados não se encontravam credenciados pelas entidades reconhecidas para tal e mais de metade dos que exigem testes de comportamento optaram por chamar sempre os mesmos cães. Como o estudo foi limitado na sua amostra, este deverá servir de embrião para outros sujeitos à mesma temática.
Obviamente que saudamos com imensa alegria a entrada dos cães de terapia nas unidades de saúde humanas, considerando os seus benefícios para o bem-estar e recuperação dos pacientes, como acontece já hoje nos Estados Unidos, mas lá como cá, há que minimizar os riscos para a saúde de ambos. Oxalá o nosso permissivo País, hábil a correr atrás do prejuízo, aprenda com os erros dos outros e não enverede pela mesma balda.
E já agora, cuidadinho com os cãezinhos a quem franqueamos a entrada nas nossas casas e com as mãozinhas lavadas depois de mexermos nos alheios, isto se tivermos crianças pequenas, cães, cachorros ou ninhadas, para já não falarmos na confecção da comidinha que sempre exigiu mãos bem lavadas e várias vezes, quer se use luvas ou não, já que doença não é saúde e porcaria condimento!

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