quarta-feira, 28 de junho de 2017

DEA 1.1 NEGATIVO: UM GRANDE NEGÓCIO

Enquanto o sangue salvar vidas, tanto de pessoas como de animais, não deixará de ser um chorudo negócio para alguns, como acontece também acontece no panorama canino. Apesar da esmagadora maioria dos proprietários doar gratuitamente o sangue dos seus cães, essa gratuidade não deixará de ser acompanhada de algumas contrapartidas, que acompanharão esses animais para toda a vida, mesmo quando já não puderem ser dadores (alimentação, acompanhamento médico e tratamentos). 
Como essas contrapartidas acabam por aliviar orçamentos e subsidiar outros projectos, há quem faça dos seus quintais e do grosso dos seus cães um verdadeiro banco de sangue. E se já há pouco sangue à disposição dos veterinários, caso assim não fosse ainda menos haveria e, até que chegasse e não chegasse, muito cão morreria.
Existem mais grupos sanguíneos caninos do que humanos (mais de treze) e um deles sempre apresenta escassas reservas - o DEA 1.1 negativo, presente em muitos Dobermans, Galgos, Boxers, Pastores Alemães, Retrievers, Airedale Terriers, Weimaraners, Bulldogs Americanos, Pointers e Bull Terriers ingleses, entre tantos outros. 
“DEA”, Dog Erythrocyte Antigen (em português: antígeno eritrocitário canino) é a designação reconhecida internacionalmente para identificar os diferentes grupos sanguíneos caninos, o equivalente ao nosso “Rh”. Os cães portadores de DEA negativo são dadores universais e por isso mesmo bastante procurados.
O grupo somático mais solicitado para o efeito é o dos lebréis, nomeadamente os Greyhounds que são referidos internacionalmente como “dadores universais”, porque o sangue de 70% deles pode ser usado em todas as raças, apresentando ainda como vantagem adicional o facto de ser muito rico em glóbulos vermelhos, o que torna os grandes criadores e/ou proprietários de Greyhounds num alvo preferencial de quem reclama e necessita do sangue daqueles cães, apesar de qualquer cão, com raça definida ou não, poder ser dador de sangue.
Quem faz a colheita do sangue tem em consideração 7 condições básicas para eleger cães dadores, são elas: os animais terão que ter uma idade compreendida entre 1 e 6 anos de idade; não necessitam de ser de uma raça específica; devem pesar 25 kg no mínimo; carecem de ser saudáveis, amistosos e bem-comportados nos consultórios dos veterinários; encontrar-se livres dos parasitas do coração, de pulgas e carraças; disponíveis para doar sangue de 2 em 2 meses e residirem nas cercanias de quem efectua as recolhas.
Nos países europeus de primeira linha, aqueles que dizem circular a maior velocidade, normalmente credores e não devedores, graças a frutíferas campanhas públicas e à respectiva sensibilização das populações, não faltam cães dadores de sangue, contrariando o que aqui se passa, onde essas campanhas são inexistentes, os dadores são caçados à meia-volta e a recolha do sangue invariavelmente obriga a deslocações de várias centenas de quilómetros. Caso pretenda que o seu cão seja dador de sangue, procure o seu veterinário e solicite o seu parecer, pois gostar de cães é também valer aos alheios.

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