domingo, 28 de janeiro de 2024

SCHWARTZ, DOC & BALZAC LDA

 

Penosa e cheia de reveses tem sido a passagem para a condução em liberdade dos cães do José Maria, provavelmente por serem demasiados para a sua paciência que invariavelmente choca com a ansiedade de querer fazer bem. Pouco a pouco, nem sempre com o acerto necessário, graças também à qualidade dos animais que vem em auxílio do dono, os Pastores do José Maria estão a dar mostras do seu potencial genético e a abandonar a mediocridade, evolução que não pode ser separada do empenho do seu condutor cuja principal qualidade é a persistência. Como adestrador sou obrigado a ser também visionário, a esperar o que há-de vir e a acreditar nisso. E, se assim não fosse, dificilmente acreditaria no progresso cinotécnico deste profissional liberal perito em argumentação. Anteontem à noitinha, sexta-feira, 26 de janeiro de 2024, “fez-se dia” para o CPA negro Schwartz, porque não hesitou em executar um salto de precisão conforme se pode ver no GIF acima, o que muito alegrou o seu condutor e fortaleceu a aposta do adestrador em ambos. O FSM Doc, em segundo plano na foto seguinte, executou na ocasião aquele mesmo salto com êxito, não sendo a sua execução aqui registada por inexactidão da fotógrafa convidada que lhe cortou a suspensão e a saída do salto.

Aproveitámos a noite e o ambiente nocturno para proceder à condução em liberdade, para condicionar os cães a tomar sentido nos donos, a obedecer-lhes e a permanecerem vigilantes. Para além das distracções que os sons e odores da noite oferecem, os binómios foram ainda surpreendidos por umas gravações a decorrer ao seu redor, por toda a sorte de pessoas que passeava, com cão ou sem cão, e por alguns bêbados que tendem a eliminar as noites quando as estrelas fazem gazeta. Contudo, permaneceram fiéis às ordens que lhe foram dadas.

Quando procuramos alcançar a condução em liberdade com duas mãos direccionais sempre somos confrontados com problemas cinestésicos por parte dos alunos que, por uma razão ou outra, acabam por perder a percepção do movimento, induzindo com isso os seus cães ao vício e ao erro. Acresce ao problema o facto de se investir pouco na expressão cultural em Portugal, arte que até há pouco tempo, mercê de manifesta ignorância era vista por alguns como andrógina e por isso mesmo desaconselhada, não obstante as posturas e expressões culturais terem um importantes papel na comunicação interespécies, sendo por isso de certo modo linguagem universal. Na foto abaixo, os dois condutores foram flagrados em manifesto erro, o primeiro a dar a indicação do movimento de “à frente” com a mão errada e o segundo a deixar o cão esquivar-se para o lado esquerdo. As imperfeições detectadas apenas apontam numa direcção – na necessidade do treino.

Se a noite de sexta-feira serviu de testemunho ao progresso do Schwartz e de confirmação da categoria do Doc (que ainda tem muito mais para dar), ela prestou-se também à evolução, agora galopante, do Boxer Balzac, que executou pela primeira vez e ao longo do Círculo de 6m o “à frente” em liberdade, progresso notável para um cão que ainda recentemente claudicava de um dos membros ao andar. Cabe agora ao Cláudio a difícil tarefa de equilibrar a regra com a recompensa, período transitório que convém ser resolvido satisfatoriamente considerando as possíveis  futuras implicações.

Sexta-feira foi uma noite de vitórias que foi bem aproveitada pela sociedade SCHWARTZ, DOC & BALZAC LDA, que o digam o José Maria, o José António e o Cláudio. Com o Paulinho recolhido aos seus aposentos para evitar males maiores, a reportagem fotográfica esteve a cargo da Matilde, muito embora tenha cabido ao dono do CPA Bohr optimizá-la.

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