Este
mês, no departamento francês de Var, foi detectado um caso de raiva num
cachorrinho. “Um caso de raiva num cachorro no Var foi confirmado a 5 de
janeiro de 2024 pelo Laboratório Nacional de Referência em Raiva em Nancy”,
indicou o Ministério da Agricultura na passada terça-feira, dia 16 de janeiro
de 2024, num comunicado de imprensa publicado no seu site na Internet. “O
animal, importado ilegalmente de Marrocos, morreu 13 dias após a sua introdução
no território”, informou o mesmo ministério. Segundo um seu funcionário
entrevistado pela Agence France Presse (AFP), o cachorrinho entrou no
território de avião no dia 16 de dezembro e morreu de raiva no dia 29 de
dezembro. “Todas as pessoas expostas ao animal foram contactadas pela Agência
Regional de Saúde de Provence-Alpes-Côte d’Azur e atendidas num centro
anti-rábico ”, acrescentou o ministério. O animal não mordeu ninguém, mas “uma
pessoa foi beliscada e foi atendida pelo centro anti-rábico do Var” , explicou
também a prefeitura de Var à AFP , especificando que os processos judiciais
estavam “em andamento ”, sem dar mais explicações.
Aconteceu em França e espera-se que não aconteça aqui. Mas antes de falar sobre essa possibilidade, importa explicar que a raiva é uma doença sistematicamente fatal quando os seus sintomas aparecem, tanto nos humanos como nos animais. A contaminação de um ser humano é feita pela saliva de um animal contaminado ao morder, arranhar ou lamber a pele, também através das mucosas danificadas (olhos e boca), mas não é transmitida de pessoa para pessoa. Portugal é um País indemne de raiva - o último caso de raiva autóctone registado em Portugal ocorreu em 1960 - mas o risco de introdução da doença mantém-se face à possibilidade de entrada ilegal de animais suscetíveis, o que torna obrigatória a vacinação anti-rábica nos canídeos a partir dos 3 meses de idade. Compreende-se agora a importância que tem a vacinação contra a raiva – ela salva vidas de pessoas e animais. E, se deixarmos de vacinar os nossos cães contra a raiva, apesar de não termos a doença no nosso território, estamos a sujeitá-los a uma possível contaminação que obviamente virá do exterior (e tem muito por onde entrar), de países onde a doença ainda se mantém activa e através de animais susceptíveis importados ilegalmente. Proteja a saúde de todos, vacine o seu cão contra a raiva e diga não à importação ilegal de animais!
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