Num
texto com um pedido de doação postado ontem na Internet, a NETWORK FOR ANIMALS (NFA), organização
de bem-estar animal que fornece apoio logístico e financeiro para iniciativas
relacionadas em vários países, com sede no Reino Unido e escritórios nos
Estados Unidos e África do Sul, relata que no coração de África os cães estão a
ser vítimas do implacável comércio da carne de cão. Historicamente, muito
poucos africanos consumiam carne de cão, mas as dificuldades económicas levaram
a um aumento chocante em países como o Congo. Os cães são transportados em
camiões e carros através da fronteira da vizinha Zâmbia e assim que chegam ao
Congo, os são brutalmente abatidos. A NFA está a preparar-se para combater esse
brutal comércio com todas as suas forças. Ela (a NFA) conseguiu quase eliminar esse
comércio nas Filipinas e está agora a trabalhar com organizações e autoridades
locais para evitar que a Zâmbia se transforme no centro do comércio africano da
carne de cão, país onde comer carne é ilegal, mas não a sua comercialização. Os
cães vindos da Zâmbia são cães de rua ou roubados, muitos são inclusive animais
de estimação estimados. Uma vez capturados, são amontoados num camião sem água,
comida ou ventilação adequada, sob o calor escaldante de África, e levados para
a fronteira. A poucos metros do Congo são brutalmente abatidos nos mercados
locais, onde possível ouvi-los gemer, arranhar portas e uivar em inúteis
tentativas para escapar.
Os
transportadores pouco ou nada se importam com eles - os cães são apenas
mercadoria. Os primeiros esforços de resgate da NFA salvaram apenas três cães –
os outros morreram antes que que esta organização de bem-estar animal lhes
pudesse valer, mas três cães estão vivos graças aos seu esforços e isso é apenas
um começo. A rematar a sua denúncia, a NFA adianta: “Com o seu apoio
intensificaremos os nossos esforços. Temos um lugar onde os cães estarão
seguros e bem cuidados, só precisamos de fundos para montar operações de
interceptação e cuidar das almas traumatizadas que salvamos. Cada missão custa
cerca de US$ 5.000 (£ 4.000), mas cada centavo gasto vale a pena porque
significa que os cães são salvos de mortes horríveis. A sua generosidade é a
tábua de salvação deles. Juntos, vamos virar a maré contra a crueldade. Vamos
dar a estes cães uma oportunidade de vida, uma oportunidade de felicidade.”
Se o terrível comércio da carne de cão aumenta na empobrecida África, dificilmente o abate dos cães terminará sem que a pobreza das populações seja ultrapassada. O problema não está só no abate dos cães, mas também no que obriga as pessoas a comê-los. Se a fome for vencida no continente africano, a carne de cão, enquanto comida de sobrevivência, perderá a sua importância e o seu comércio razão de ser. Diante destes factos uma dúvida me avassala: o que mais valerá resgatar: as pessoas da miséria ou os cães da morte? Mais facilmente se resgatarão os cães do que as pessoas, porque infelizmente ainda ninguém encontrou solução para a pobreza!