Primeiro vamos falar da
terra onde tudo se passou, SOLINGEN, uma
cidade alemã com estatuto de Distrito, localizada na região administrativa de
Düsseldorf, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. Até à década de 70 do
século passado, o nome “Solingen” era bastante conhecido das famílias
portuguesas mais abastadas, cujas senhoras por altura do seu casamento sempre levavam
no seu enxoval um bonito e funcional faqueiro com essa marca, geralmente de
prata, como sinal de qualidade. Os faqueiros Solingen ainda hoje se encontram à
venda no mercado, o seu preço depende do material usado no seu fabrico e do
número de peças, oscilando entre os 700 e os 2.000€.
Solingen há muito que é
conhecida como a “CIDADE
DAS LÂMINAS”, graças às diversas forjas de renome
instaladas há séculos na cidade, que produziram e continuam a produzir espadas,
facas, tesouras e navalhas. A fama das suas lâminas remonta à Idade Média,
quando os ferreiros dali cunharam a expressão “Cidade das Lâminas”. No final do
Séc. XVII, um grupo de ferreiros de Solingen traiu os juramentos da profissão e
levou os segredos das suas forjas para a vila inglesa de SHOTLEY BRIDGE, adjacente
à cidade de Consett, no condado de Durham, 16 km a sudoeste de Newcastle, que
em tempos foi o coração da indústria de fabricação de espadas na Grã-Bretanha.
Actualmente estima-se que 90% das facas produzidas em solo germânico provenham
de Solingen. Entre as mais famosas empresas de cutelaria e forja de Solingen
estão: a Wüsthof; a J. A. Henckels, a Boker, a Villeroy & Boch e a Wilkinson
Sword, que apesar de ser uma empresa inglesa, tem hoje a sua sede em Solingen.
O dilema de Solingen diz
respeito a um motorista que bateu com a sua viatura noutra que se encontrava
estacionada e que se pôs em fuga. Tudo aconteceu no Distrito de Kettwig, hoje
às 05H55. Como consequência do embate, o pequeno Dachshund do motorista
fugitivo, que circulava no banco do pendura, ao ver a porta do seu lado aberta,
escapou-se para a rua sem o seu dono dar por isso. O pequeno cão acabou nas
mãos da polícia e várias testemunhas assistiram ao incidente.
O dono do Dachshund
encontra-se agora num dilema: caso vá buscar o seu cão, a polícia detém-no, identifica-o,
e encaminha-o para o Tribunal; se desprezar o Dachshund, livra-se do problema e
de despesas. Entretanto, o cão encontra-se num abrigo, não sem antes a polícia
lhe ter dado o pequeno almoço. O animal tem entre 6 e 7 anos de idade e
apresenta-se bem cuidado.
O que falará mais alto: o
amor pelo cão ou a fuga às responsabilidades? A avaliar pela primeira acção do
dono, o segundo caso parece levar vantagem (ainda dizem que os cães não precisam
de ter sorte com os donos!), muito embora qualquer um possa arrepender-se.
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