sexta-feira, 27 de setembro de 2019

UM DILEMA NA TERRA DAS LÂMINAS

Primeiro vamos falar da terra onde tudo se passou, SOLINGEN, uma cidade alemã com estatuto de Distrito, localizada na região administrativa de Düsseldorf, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. Até à década de 70 do século passado, o nome “Solingen” era bastante conhecido das famílias portuguesas mais abastadas, cujas senhoras por altura do seu casamento sempre levavam no seu enxoval um bonito e funcional faqueiro com essa marca, geralmente de prata, como sinal de qualidade. Os faqueiros Solingen ainda hoje se encontram à venda no mercado, o seu preço depende do material usado no seu fabrico e do número de peças, oscilando entre os 700 e os 2.000€.
Solingen há muito que é conhecida como a “CIDADE DAS LÂMINAS”, graças às diversas forjas de renome instaladas há séculos na cidade, que produziram e continuam a produzir espadas, facas, tesouras e navalhas. A fama das suas lâminas remonta à Idade Média, quando os ferreiros dali cunharam a expressão “Cidade das Lâminas”. No final do Séc. XVII, um grupo de ferreiros de Solingen traiu os juramentos da profissão e levou os segredos das suas forjas para a vila inglesa de SHOTLEY BRIDGE, adjacente à cidade de Consett, no condado de Durham, 16 km a sudoeste de Newcastle, que em tempos foi o coração da indústria de fabricação de espadas na Grã-Bretanha. Actualmente estima-se que 90% das facas produzidas em solo germânico provenham de Solingen. Entre as mais famosas empresas de cutelaria e forja de Solingen estão: a Wüsthof; a J. A. Henckels, a Boker, a Villeroy & Boch e a Wilkinson Sword, que apesar de ser uma empresa inglesa, tem hoje a sua sede em Solingen.
O dilema de Solingen diz respeito a um motorista que bateu com a sua viatura noutra que se encontrava estacionada e que se pôs em fuga. Tudo aconteceu no Distrito de Kettwig, hoje às 05H55. Como consequência do embate, o pequeno Dachshund do motorista fugitivo, que circulava no banco do pendura, ao ver a porta do seu lado aberta, escapou-se para a rua sem o seu dono dar por isso. O pequeno cão acabou nas mãos da polícia e várias testemunhas assistiram ao incidente.
O dono do Dachshund encontra-se agora num dilema: caso vá buscar o seu cão, a polícia detém-no, identifica-o, e encaminha-o para o Tribunal; se desprezar o Dachshund, livra-se do problema e de despesas. Entretanto, o cão encontra-se num abrigo, não sem antes a polícia lhe ter dado o pequeno almoço. O animal tem entre 6 e 7 anos de idade e apresenta-se bem cuidado.
O que falará mais alto: o amor pelo cão ou a fuga às responsabilidades? A avaliar pela primeira acção do dono, o segundo caso parece levar vantagem (ainda dizem que os cães não precisam de ter sorte com os donos!), muito embora qualquer um possa arrepender-se.

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