domingo, 8 de setembro de 2019

PERPENDICULAR DE APROXIMAÇÃO E “TIRO AO BONECO”

Com o vento “de férias”, o calor tomou conta de nós, o pó cercou-nos e os cães foram obrigados a refrescar-se mais vezes. Debaixo destas condições procurámos a sombra e com a sua ajuda desenvolvemos o nosso trabalho de ontem. A ênfase das tarefas incidiu sobre a obediência dinâmica, a técnica de condução e a PERPENDICULAR DE APROXIMAÇÃO, indicação e ajuda que os condutores executam com a trela perpendicular sobre a área a ultrapassar, para darem o meio dos obstáculos aos cães. Na foto abaixo é possível ver o adestrador  a explicar para a classe como fazer.
Na foto seguinte vemos o binómio José António/Ben a executar uma perpendicular de aproximação sobre um mesa de piquenique, onde o condutor se adiantou correctamente após o requerido trabalho à trela.
Logo após a aplicação de uma perpendicular de aproximação, para garantir aos cães a direcção pretendida, os condutores são obrigados a adiantarem-se, porque doutro modo poderão “apanhar” com eles em cima, por ausência do segmento de recta exigido. Na foto seguinte vemos uma situação destas, onde o condutor atrasado tudo faz para que o cão não se cruze na sua frente.
No desempenho do binómio João/Masha é possível ver uma perpendicular óptima desbaratada pelo atraso do condutor, por deu entrada ao salto quando não devia (tinha um binómio na sua frente) e não teve a desenvoltura atlética para se adiantar (a cadela é um relógio!).
A foto seguinte, uma obra de arte do Paulo Motrena, que funde três indivíduos num exercício, mostra o acerto na perpendicular de aproximação e desnuda em simultâneo o atraso da condutora, que indevidamente serve de âncora e sobrecarrega o esforço da cadela.
O que mais contribui para o atraso dos condutores nos saltos, quando conduzem à trela, deve-se mais à falta de preparo físico do que à ausência de habilidade, porque são obrigados a manter os olhos dos cães sobre a linha superior dos obstáculos, dar-lhes os comandos certos, ajudá-los na transposição e adiantar-se na saída dos obstáculos (correr, falar, carregar e correr ainda mais rápido). A foto abaixo, relativa ao binómio José Maria/Mel, espelha o que acabámos de explicar.
O condutor abaixo conseguiu realizar com sucesso os dois primeiros momentos do salto (entrada e transposição), mas na saída está a cometer um erro técnico, falha que ao não ser ultrapassada poderá atentar contra a morfologia e saúde do animal, levando-o a selar-se e a divergir de mãos, tudo porque ficou agarrado à trela ao invés de soltá-la, o que impede o animal de distribuir rapidamente o seu peso corporal pelos dois pares de membros.
O Jorge gosta de aprender e o Soneca aprende com facilidade. O que o Labrador precisa e o Jorge não sabe é que os Labradores trabalham maioritariamente com a memória afectiva, não dispensando amiúde a recompensa e a brincadeira. Sim, um Labrador ensina-se a brincar e, não é só ele!
Depois de refrescarmos os cães e de lhes termos dado algumas guloseimas do seu agrado, recompensámo-los com alguns ataques à manga e convidámos todos os condutores a ser cobaias. E como quem manda dá o exemplo, coube ao Adestrador enfrentar o Labrador Soneca, camarada que se desgasta por tanto querer atacar e que mesmo suspenso não desiste dos seus intentos.
Como CPA negro Blaze ultrapassa de pé 1,7m, ele não precisa de se elevar totalmente nas patas traseiras para alcançar a manga, o que tira alguma espectacularidade às suas intervenções. Todavia, para se aquilatar da força do bicho, vale a pena comparar o seu volume com o da cobaia e ver o modo como enche a boca.
Também coube ao José Maria enfrentar o Blaze, decisão mais emocional que confiante. Não obstante este aluno esteve bem e o cão ainda melhor, porque vendo embaraço da cobaia, decidiu poupá-la (os cães inteligentes têm destas coisas).
Sempre decidido, mas não às cegas e tirando partido da sua idade e reflexos, o Jorge costuma enfrentar os cães mais difíceis, aqueles que não querem saber da manga para nada. Ontem coube-lhe enfrentar a CPA Mel que voa cada vez mais alto!
Como os ataques à manga da Fila Nasha são particamente indefensáveis, por serem muito rápidos, cirúrgicos e distribuídos por diferentes áreas, por prevenção, para defesa do Jorge, optámos por fazê-los à trela. A foto abaixo mostra o ímpeto e a decisão desta cadela.
Também o CPA Bohr foi convidado para capturar e foi-o porque importa melhorar-lhe certos aspectos técnicos que farão dele um guardião mais eficaz. O Jorge foi chamado a actuar mais uma vez e cumpriu o seu papel com galhardia.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Nasha; José António/Ben; José Maria/Mel; Jessy/Blaze; Jorge/Soneca, Paulo/Bohr e Svetlana/Lexa. A reportagem fotográfica ficou a cargo do Paulo Motrena e da Svetlana e a roulotte das bebidas entregue ao Jorge. Demos pela falta do Afonso e do Tomás. Para a semana voltaremos com outros exercícios e novidades. Bom Domingo!

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