Com o vento “de férias”, o
calor tomou conta de nós, o pó cercou-nos e os cães foram obrigados a refrescar-se
mais vezes. Debaixo destas condições procurámos a sombra e com a sua ajuda desenvolvemos
o nosso trabalho de ontem. A ênfase das tarefas incidiu sobre a obediência
dinâmica, a técnica de condução e a PERPENDICULAR
DE APROXIMAÇÃO, indicação e ajuda que os condutores
executam com a trela perpendicular sobre a área a ultrapassar, para darem o
meio dos obstáculos aos cães. Na foto abaixo é possível ver o adestrador a explicar para a classe como fazer.
Na foto seguinte vemos o
binómio José António/Ben a executar uma perpendicular de aproximação sobre um
mesa de piquenique, onde o condutor se adiantou correctamente após o requerido
trabalho à trela.
Logo após a aplicação de
uma perpendicular de aproximação, para garantir aos cães a direcção pretendida,
os condutores são obrigados a adiantarem-se, porque doutro modo poderão “apanhar”
com eles em cima, por ausência do segmento de recta exigido. Na foto seguinte
vemos uma situação destas, onde o condutor atrasado tudo faz para que o cão não
se cruze na sua frente.
No desempenho do binómio
João/Masha é possível ver uma perpendicular óptima desbaratada pelo atraso do
condutor, por deu entrada ao salto quando não devia (tinha um binómio na sua
frente) e não teve a desenvoltura atlética para se adiantar (a cadela é um
relógio!).
A foto seguinte, uma obra de
arte do Paulo Motrena, que funde três indivíduos num exercício, mostra o acerto
na perpendicular de aproximação e desnuda em simultâneo o atraso da condutora,
que indevidamente serve de âncora e sobrecarrega o esforço da cadela.
O que mais contribui para
o atraso dos condutores nos saltos, quando conduzem à trela, deve-se mais à
falta de preparo físico do que à ausência de habilidade, porque são obrigados a
manter os olhos dos cães sobre a linha superior dos obstáculos, dar-lhes os
comandos certos, ajudá-los na transposição e adiantar-se na saída dos obstáculos
(correr, falar, carregar e correr ainda mais rápido). A foto abaixo, relativa
ao binómio José Maria/Mel, espelha o que acabámos de explicar.
O condutor abaixo
conseguiu realizar com sucesso os dois primeiros momentos do salto (entrada e
transposição), mas na saída está a cometer um erro técnico, falha que ao não
ser ultrapassada poderá atentar contra a morfologia e saúde do animal, levando-o
a selar-se e a divergir de mãos, tudo porque ficou agarrado à trela ao invés de
soltá-la, o que impede o animal de distribuir rapidamente o seu peso corporal
pelos dois pares de membros.
O Jorge gosta de aprender
e o Soneca aprende com facilidade. O que o Labrador precisa e o Jorge não sabe
é que os Labradores trabalham maioritariamente com a memória afectiva, não
dispensando amiúde a recompensa e a brincadeira. Sim, um Labrador ensina-se a
brincar e, não é só ele!
Depois de refrescarmos os
cães e de lhes termos dado algumas guloseimas do seu agrado, recompensámo-los
com alguns ataques à manga e convidámos todos os condutores a ser cobaias. E
como quem manda dá o exemplo, coube ao Adestrador enfrentar o Labrador Soneca,
camarada que se desgasta por tanto querer atacar e que mesmo suspenso não
desiste dos seus intentos.
Como CPA negro Blaze
ultrapassa de pé 1,7m, ele não precisa de se elevar totalmente nas patas
traseiras para alcançar a manga, o que tira alguma espectacularidade às suas
intervenções. Todavia, para se aquilatar da força do bicho, vale a pena comparar
o seu volume com o da cobaia e ver o modo como enche a boca.
Também coube ao José Maria
enfrentar o Blaze, decisão mais emocional que confiante. Não obstante este
aluno esteve bem e o cão ainda melhor, porque vendo embaraço da cobaia, decidiu
poupá-la (os cães inteligentes têm destas coisas).
Sempre decidido, mas não
às cegas e tirando partido da sua idade e reflexos, o Jorge costuma enfrentar
os cães mais difíceis, aqueles que não querem saber da manga para nada. Ontem
coube-lhe enfrentar a CPA Mel que voa cada vez mais alto!
Como os ataques à manga da
Fila Nasha são particamente indefensáveis, por serem muito rápidos, cirúrgicos
e distribuídos por diferentes áreas, por prevenção, para defesa do Jorge,
optámos por fazê-los à trela. A foto abaixo mostra o ímpeto e a decisão desta
cadela.
Também o CPA Bohr foi
convidado para capturar e foi-o porque importa melhorar-lhe certos aspectos
técnicos que farão dele um guardião mais eficaz. O Jorge foi chamado a actuar
mais uma vez e cumpriu o seu papel com galhardia.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: João/Nasha; José António/Ben; José Maria/Mel;
Jessy/Blaze; Jorge/Soneca, Paulo/Bohr e Svetlana/Lexa. A reportagem fotográfica
ficou a cargo do Paulo Motrena e da Svetlana e a roulotte das bebidas entregue ao Jorge.
Demos pela falta do Afonso e do Tomás. Para a semana voltaremos com outros
exercícios e novidades. Bom Domingo!
Sem comentários:
Enviar um comentário