Há coisas que acontecem
com maior incidência na República da África do Sul, onde o combate contra a ignorância
parece perdido e a violência contra as mulheres não pára de aumentar. Segundo
faz saber o “PRETORIA
NEWS”,
jornal sediado na capital deste país africano, uma mulher foi a uma esquadra de
polícia em Mamelodi, uma cidade a leste de Pretoria, para apresentar queixa
contra o seu parceiro, que é também pai do seu filho, por a ter abusado durante
algum tempo. Duas semanas antes de apresentar queixa, ela foi violentamente
espancada e foi isso que a levou a queixar-se à polícia. Chegada à esquadra, os
polícias nela presentes disseram-lhe que não podiam fazer nada, que procurasse
outra esquadra, pois “tinham muito medo dos cães do indivíduo?!”. A resposta
não agradou à queixosa e durante um curto espaço de tempo continuou a ir pedir auxílio
àquela esquadra.
Até que um dia conseguiu
entrar em contacto com um alto funcionário da polícia, que de imediato aceitou
a queixa, pediu desculpa à mulher pelo comportamento deplorável dos seus
colegas e que imediatamente procedeu à prisão do presumível agressor. A violência
contra as mulheres continua a ser um grande problema na África do Sul e tem
havido repetidos protestos contra este tipo de crime. Segundo dados oficiais,
pelo menos 137 crimes sexuais são cometidos diariamente, na sua maioria contra
mulheres. Somente em Agosto, diz que 30 mulheres foram mortas pelos maridos. No
final do mês passado, um estudante de 19 anos de idade foi estuprado e
espancado até à morte numa estação de correios da Cidade do Cabo. Alguns dias
depois, uma praticante de boxe com 25 anos de idade foi morta a tiros pelo seu
parceiro, um polícia.
O Presidente da África do
Sul, Matamela Cyril Ramaphosa, diante dos manifestantes que se dirigiram à
Cidade do Cabo em protesto no início deste mês, anunciou uma abordagem de
tolerância zero no contexto dos desenvolvimentos recentes, ao dizer: “Basta,
vamos agir” e “Homens que matam e estupram devem permanecer na prisão a vida
toda." As promessas costumam ser levadas pelo vento e ventos há-os em
demasia na África do Sul. Pode ser que sim, não se sabe é quando! De qualquer
modo, porque o está feito, feito está, lamenta-se o desrespeito daqueles agentes
policiais em relação à pobre mulher, que foi duas vezes desrespeitada e feita
vítima – primeiro pelo companheiro e depois pela polícia. Depois disto, fico
curioso em saber que requisitos pedirá a Polícia Sul-africana aos seus
candidatos.
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