quarta-feira, 4 de setembro de 2019

QUÃO SUBMISSO DEVERÁ SER UM CÃO DE GUARDA AO DONO?

Todos, independentemente do seu métier, passamos anos a fio a ouvir disparates e a repetir-nos (Deus tenha piedade dos professores), mas de um momento para o outro e donde menos se espera, lá surge um pergunta inteligente que nos obriga a meditar ou repensar. Na semana passada coube-me uma a mim: QUÃO SUBMISSO DEVERÁ SER UM CÃO DE GUARDA AO DONO? Como o assunto é de extrema sensibilidade, não deverá ser abordado de ânimo leve, considerando o bem-estar do animal e a salvaguarda das pessoas. Para melhor entendimento do que é um cão de guarda na nossa perspectiva, começaremos por dizer aquilo que ele não é e que poucos questionam.
Há por aí muita gente, nem toda ela instruenda, que entende que um cão de guarda não necessita de muita obediência e que insistir nela pode ser até prejudicial, porque tende a cortar a impetuosidade inerente aos cães guardiões, tornando-os menos autónomos e carentes de outras condições para desempenharem os seus serviços. O treino do cão de guarda para estes senhores é muito simples – alto, senta, deita e cai em cima (se quiser larga, se não quiser, não larga!). Como se antevê, o treino do cão de guarda tem que ir muito para além disto, considerando a sua natureza e função, porque o cão é uma arma que não deverá ser disparada acidentalmente.
Se todas armas não dispensam um mecanismo de segurança, também o cão guardião não o poderá dispensar. Já estamos a ver donde virá ele, obviamente da obediência que torna possível o cumprimento pronto e imediato das ordens, pois sabemos que um cão não tem mais ou menos obediência - ou tem, ou não tem! Quando estamos a falar da obediência, não estamos a referir-nos àquela que é incutida pelo concurso da violência, que nesta matéria é de todo contraproducente, mas da resultante da cumplicidade que não dispensa a recompensa no acerto. A todos os treinadores de cães de guarda deveria ser exigido treinar um cão sem o mínimo de características para isso, para que melhor compreendessem que a brincar… a brincar, podem alcançar-se coisas muito sérias.
De duas coisas podemos ter a certeza: os cães de guarda carecem de uma obediência incondicional e esta jamais deverá ser entendida e praticada como sinónimo de submissão, porque doutro modo estaremos a treinar indivíduos acostumados a aceitar a derrota, que primeiro experimentaram com os seus donos. A submissão total de um cão, tão advogada pelos parcos em valentia, acaba por inviabilizar a acção do animal perante pessoas de perfil igual ou semelhante ao do seu dono, desgraça que muitas vezes sucede e de que vamos tendo notícia. A obediência só será sinónimo de submissão se, ao invés de ser aceite, for imputada, o que normalmente sucede aos cães de gente apressada.
Para se ter um bom cão de guarda não é preciso despromovê-lo socialmente, mas elevá-lo a um estatuto tangente ao do seu dono, ascensão até onde for possível respeitarem-se mutuamente sem correrem o risco de confrontação, porque se ao dono importa não perder a liderança, importa ao cão não experimentar a derrota. Só um equilíbrio destes poderá tirar o máximo partido de dois amigos com um objectivo comum! Perante a pergunta: QUÃO SUBMISSO DEVERÁ SER UM CÃO DE GUARDA AO DONO? responderemos: SÓ  O INDISPENSÁVEL PARA NÃO SE VIRAR CONTRA ELE!

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