segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A BLASTOMICOSE ESTÁ A ATACAR EM FORÇA NO MINNESOTA

Os casos de uma doença fúngica séria e às vezes fatal em cães do Minnesota, Estados Unidos, estão a ultrapassar os gráficos previstos para 2019, uma vez que a BLASTOMICOSE espalha-se mais quando o clima se apresenta mais quente e húmido. Até agora já foram relatados às autoridades estaduais de saúde 170 casos de blastomicose em cães, um aumento de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado, ultrapassando o recorde anterior que era de 155 casos, estabelecido durante o ano inteiro de 2017. Apesar da exposição ao fungo acontecer logo na Primavera, é no final do Verão e durante o Outono que doença afecta mais cães (neste Verão esta doença fúngica atingiu também os humanos). É possível, ninguém descarta essa hipótese, que as alterações climáticas sejam responsáveis pelo aumento do número de casos, uma vez que os esporos de Blastomyces prosperam em solos húmidos com materiais orgânicos em decomposição, pelo que áreas densamente arborizadas são os principais pontos de surtos.
No Minnesota, os veterinários especulam que o grande aumento dos casos ficou a dever-se a eventos de chuva mais forte, responsáveis por altos fluxos de água e inundações, expondo assim os solos que carregam os esporos de fungos responsáveis pela blastomicose, uma vez que há muitos relatórios perto de riachos e rios que foram inundados nalgum momento do passado recente. Todavia, a Blastomicose também aparece em solos húmidos distantes de qualquer hidrovia e o número de casos relatados neste estado norte-americano tem aumentado quase todos os anos nas últimas décadas, não se sabendo ao certo se é por haver mais casos diagnosticados ou por haver mais esporos de Blastomicose no solo, ou ambos.
Blastomicose, também conhecida como Blastomicose Norte-Americana, Doença de Chicago ou Doença de Gilchrist, é uma doença pulmonar causada pela inalação de esporos do fungo Blastomyces dermatitidis; ocasionalmente, o fungo tem disseminação hematogénica, provocando doença extrapulmonar. Os sintomas são de pneumonia ou da disseminação para vários órgãos, em geral, a pele. O diagnóstico é clínico e/ou por meio de radiografia de tórax, confirmado por identificação laboratorial do microrganismo. O tratamento é feito com itraconazol, fluconazol, ou anfotericina B. Afortunadamente não temos Blastomicose em Portugal, o que é para nós uma óptima notícia. A doença é endémica na América do Norte e os sintomas típicos desta doença respiratória incluem: dor óssea, muscular e articular (principalmente no peito), tosse com ou sem muco escuro (castanho) ou com sangue, febre e suores frios, para além de perca de peso.
Depois de termos estragado (alterado) a natureza, parece que é chegada a hora de ela se revoltar contra nós, trazendo para homens e animais o agravamento das doenças já existentes e outras até aqui desconhecidas. Anima-me a esperança numa frase que sempre ouvi dizer: “entre mortos e vivos, alguém há-de escapar!” 

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