Os casos de uma doença
fúngica séria e às vezes fatal em cães do Minnesota, Estados Unidos, estão a ultrapassar
os gráficos previstos para 2019, uma vez que a BLASTOMICOSE espalha-se
mais quando o clima se apresenta mais quente e húmido. Até agora já foram
relatados às autoridades estaduais de saúde 170 casos de blastomicose em cães,
um aumento de quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado, ultrapassando
o recorde anterior que era de 155 casos, estabelecido durante o ano inteiro de
2017. Apesar da exposição ao fungo acontecer logo na Primavera, é no final do
Verão e durante o Outono que doença afecta mais cães (neste Verão esta doença fúngica
atingiu também os humanos). É possível, ninguém descarta essa hipótese, que as
alterações climáticas sejam responsáveis pelo aumento do número de casos, uma
vez que os esporos de Blastomyces prosperam em solos húmidos com materiais
orgânicos em decomposição, pelo que áreas densamente arborizadas são os
principais pontos de surtos.
No Minnesota, os
veterinários especulam que o grande aumento dos casos ficou a dever-se a
eventos de chuva mais forte, responsáveis por altos fluxos de água e
inundações, expondo assim os solos que carregam os esporos de fungos responsáveis
pela blastomicose, uma vez que há muitos relatórios perto de riachos e rios que
foram inundados nalgum momento do passado recente. Todavia, a Blastomicose
também aparece em solos húmidos distantes de qualquer hidrovia e o número de
casos relatados neste estado norte-americano tem aumentado quase todos os anos
nas últimas décadas, não se sabendo ao certo se é por haver mais casos
diagnosticados ou por haver mais esporos de Blastomicose no solo, ou ambos.
Blastomicose, também
conhecida como Blastomicose Norte-Americana, Doença de Chicago ou Doença de
Gilchrist, é uma doença pulmonar causada pela inalação de esporos do fungo
Blastomyces dermatitidis; ocasionalmente, o fungo tem disseminação hematogénica,
provocando doença extrapulmonar. Os sintomas são de pneumonia ou da
disseminação para vários órgãos, em geral, a pele. O diagnóstico é clínico e/ou
por meio de radiografia de tórax, confirmado por identificação laboratorial do
microrganismo. O tratamento é feito com itraconazol, fluconazol, ou
anfotericina B. Afortunadamente não temos Blastomicose em Portugal, o que é
para nós uma óptima notícia. A doença é endémica na América do Norte e os
sintomas típicos desta doença respiratória incluem: dor óssea, muscular e
articular (principalmente no peito), tosse com ou sem muco escuro (castanho) ou
com sangue, febre e suores frios, para além de perca de peso.
Depois de termos estragado
(alterado) a natureza, parece que é chegada a hora de ela se revoltar contra
nós, trazendo para homens e animais o agravamento das doenças já existentes e
outras até aqui desconhecidas. Anima-me a esperança numa frase que sempre ouvi
dizer: “entre mortos e vivos, alguém há-de escapar!”