Sabe quais são os seres
vivos mais antigos do mundo? Até há bem pouco tempo nem a comunidade científica
sabia. São DOIS
VERMES NEMATÓIDES (lombrigas) que PESQUISADORES RUSSOS
descobriram na SIBÉRIA,
presos no gelo há 40.000
ANOS
e que conseguiram reanimar. Numa colaboração com a PRINCETON
UNIVERSITY/USA, estes cientistas publicaram um estudo
sobre o assunto na revista DOKLAY
BIOLOGICAL SCIENCES.
Estes cientistas russos
contaram que estavam em duas amostras de gelo muito antigas oriundas da
Sibéria. A primeira amostra, com 32 mil anos, foi encontrada a 30 metros de profundidade;
a segunda, tirada a uma profundidade de 3.5 metros, tem 41.700 anos. Ao descongelar
as amostras, os pesquisadores encontraram mais de 300 nematóides, dois dos
quais mostravam sinais de viabilidade. Ao constatarem essa possibilidade,
tentaram ressuscitá-los num meio de crescimento rico em nutrientes, com ágar-ágar
(1) e com bactérias E. coli como alimento.
Depois de várias semanas,
os vermes começaram a mostrar sinais de recuperação no seu metabolismo. Os
pesquisadores afirmam ter seguido um procedimento rigoroso de esterilização,
que impede qualquer contaminação externa. É impossível que os vermes sejam
introduzidos mais tarde nas amostras. Os biólogos russos lembram que os
nematóides não são conhecidos por cavar tão fundo no solo. Por conseguinte,
deve deduzir-se que as amostras colhidas são "vintage".
Estudos
científicos anteriores já haviam comprovado a excepcional resiliência dos
nematóides. Já em 1946, alguns cientistas conseguiram ressuscitar nematóides em
amostras de plantas com 39 anos de idade. A descoberta dos agora ressuscitados
seres vivos mais antigos do mundo, segundo adianta o estudo, mostra a
capacidade de organismos multicelulares sobreviverem à criopreservação por
milhares de anos. Os pesquisadores esperam abrir caminho para novas pesquisas
sobre criopreservação humana (o assunto é recorrente e tarda não tarda volta à
tona de água).
(1)O ágar-ágar, também conhecido simplesmente
como ágar ou agarose, é um hidrocolóide fortemente gelatinoso extraído de
diversos géneros e espécies de algas marinhas vermelhas que consiste numa
mistura heterogénea de dois polissacarídeos, agarose e agaropectina.
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