sábado, 7 de julho de 2018

O MEU AMIGO PACO E EU

Na próxima Quarta-feira, dia 11 do corrente mês, o meu amigo PACO vai deixar-me, depois de 15 dias entregue aos meus cuidados. Sei que irei ter saudades dele (já as tenho hoje só de pensar que se vai embora), porque é único e faz coisas que nunca tinha visto fazer a um cachorro Pastor Alemão com 5 meses de idade. São muitas as suas “proezas”, mas a melhor de todas é de carregar água na boca e despejá-la depois no lugar onde se vai deitar.
Tem um bom impulso ao alimento, uma máquina sensorial potente e afinada, é naturalmente bem-disposto e curioso, gosta de correr atrás de pombos e dentro de casa é calmo, silencioso e muito asseado. Com a sua chegada readquiri velhas rotinas de criação, passei a levantar-me às 5 da manhã para o levar à rua e acostumei-me a trazer vários saquinhos de plástico no bolso para apanhar os seus dejectos.
O camarada passou a fazer parte da minha vida e eu da dele, tudo para que o seu bem-estar não seja afectado e possa continuar a crescer alegre e sadio. As saídas higiénicas acontecem quatro vezes ao dia, de dois em dois dias come um reforço de carne com massa (que ele adora e não lhe tira o apetite pela ração) e todas as manhãs vai correr com os seus dois irmãos, o CAPO e a PRADA no jardim que lhes pertence, chegando depois disso a casa invariavelmente exausto.
Entretanto, procedi à troca do peitoral pelo usual semi-estrangulador desde sempre em uso na ACENDURA. O cachorro evolui hoje no “junto” de modo irreparável e tem estado a acostumar-se ao buliço e às gentes da cidade, a levar de vencida suspeitas e medos infundados que dificultavam a sua condução. Na rua dá conta de tudo, conseguindo sinalizar estranhos mesmo antes de avistá-los, tanto de dia como de noite.
Como é bem comportado e asseado não o encerro em nenhuma dependência da casa, política que o tem transformado na minha sombra, já que não me larga nem um segundo e vai atrás de mim para todo o lado. Depois de me apanhar a dormir, provavelmente alertado pelo meu ressonar, entra no meu quarto e deita-se ao lado da cama, passando ali a noite a dormir de pernas para o ar. Se porventura eu adormecer, o PACO lambe-me os pés para me acordar, lembrando-me que já é hora de irmos para a rua, o que por norma acontece por volta das 6 horas e meia da manhã.
Muito haveria para contar sobre a nossa amizade, amizade que vai continuar nas lições que irei ministrar-lhe. Eu não tenho a certeza, mas parece-me que o PACO rejuvenesceu-me, trouxe-me saúde e um renovado apego a simples rotinas que há muito havia desleixado. Quando ele se for embora, provavelmente andarei pela casa fora à sua procura até que me acostume. Eu não sei como se diz “obrigado” na linguagem dos cães, mas sei muito bem o que é do seu agrado e como fazê-lo feliz. De qualquer modo, muito obrigado PACO!

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