Muitos portugueses gostam
de mexericos, sofrem de inveja e os media vão ao seu encontro, obrigando os
restantes cidadãos a consultarem ou a assistirem aos noticiários internacionais.
Acabado o “folhetim Bruno de Carvalho”, outro se levanta agora e parece que vai
durar, o relativo a RICARDO
ROBLES (na foto seguinte), deputado do BLOCO DE ESQUERDA, partido
que juntamente com o PARTIDO
COMUNISTA PORTUGUÊS apoia o actual governo, popularmente alcunhado de "geringonça".
O destaque dado a Robles
resulta do facto de se dizer contra a especulação imobiliária (que é voz
corrente no seu partido) e de ter comprado com a sua irmã um prédio à Segurança
Social em Alfama, em 2014 (na foto abaixo), de frente para o Museu do fado, num
montante de 347.000
€ (que grande negócio fez o Estado!),
quantia que os obrigou a contrair dois empréstimos à banca, respectivamente à CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS e
ao MONTEPIO GERAL.
Depois das obras de
requalificação que os dois irmãos empreenderam, no valor de 650.000 €,
o imóvel está agora a ser vendido por uma imobiliária de luxo, ao preço de 5.700 000 €
(cinco milhões e setecentos mil euros), negócio que não se coaduna em absoluto
com as declarações do co-proprietário do prédio, enquanto político de esquerda
quando diz que “ lamenta que o problema da habitação em Lisboa se esteja a
agravar”, que “Os preços continuam a aumentar brutalmente e isto está a criar
uma crise social. Encontrar casa, seja para arrendar seja para compra, apesar
de o crédito para a habitação estar mais acessível, continua a ser
proibitivo" e “Esta é uma cidade cada vez mais para ricos e menos para
lisboetas e para quem quer viver na cidade, para trabalhar, morar,
estudar."
Nada disto me espanta,
porque há muito sei que o hábito não faz o monge, que em todos os partidos há
gente pior do que outra e que raros são os políticos, sejam eles de esquerda,
do centro ou da direita, que tendo oportunidade para “deitar a mão à massa”,
não o farão ou não mentirão para “chegar ao poleiro”. No meio de tudo isto, o
movimento do “SACO
AZUL”(1) do
GES,
de Portugal para a Suíça, num montante de 3 200 000 000
€,
ocorrido entre 2006 e 2014, não mereceu o devido destaque e acabou por passar
despercebido!
Ser dum partido político é
prometer ao povo o que ele quer e não ter ideia de o cumprir, por se haver comprometido
anteriormente com outros que aceitaram e promoveram a sua ascensão. Dito isto,
não faltam por cá “CONDES
DE ABRANHOS”(2). Entretanto, o folclore continua lá para
os lados do PALÁCIO
DE BELÉM, porque hoje DOM
MARCELO I, o popular, recebe a SELECÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL SUB-19,
sagrada campeã europeia na Finlândia, num jogo frente à sua congénere italiana.
Será que a época do “fado é que instrói e o futebol é que induca” nunca mais
acaba? Infelizmente, a maioria destes jovens campeões, tal como aconteceu com
outros que os antecederam, saltará de empréstimo em empréstimo e de clube em
clube até passarem ao anonimato, por via dos bons negócios que as SAD’S(3) são obrigadas a fazer.
Como
parece que um onda de calor se aproxima, com temperaturas acima dos 40º
celsius, resta-nos pedir à Virgem de Fátima que nos livre dos incêndios, faça
com que a rede do SIRESP(4) funcione
e que os helicópteros Kamov consigam descolar. Por via das dúvidas, é melhor
dar também uma palavrinha a Santa Bárbara, para que nos mande chuva em caso de
necessidade, porque nestas coisas da desgraça só a Divina Providência nos pode
valer!
(1)SACO
AZUL corresponde a fundos não declarados na contabilidade oficial de uma
empresa com o objectivo de fugir ao fisco e/ou de pagar subornos. É sinónimo de
contas clandestinas (caixa 2 ou caixa b são outros sinónimos) que apenas são do
conhecimento de um círculo restrito de pessoas. Contudo, e como explica o Ciberdúvidas,
este termo nem sempre teve esta conotação pejorativa. (2) “O CONDE DE ABRANHOS” é uma
obra póstuma do grande escritor português Eça de Queiroz, que narra e satiriza
uma figura do constitucionalismo, Alípio Abranhos. (3) Sociedades
Anónimas Desportivas que permitem constituir um tipo de sociedade, sob a forma
de sociedade anónima, cujo objecto é a participação numa modalidade em
competições desportivas de carácter profissional, a promoção e organização de
espectáculos desportivos e o fomento ou desenvolvimento de actividades
relacionadas com a prática desportiva profissionalizada dessa modalidade. (4) Operadora de comunicações da Rede Nacional de
Emergência e Segurança resultante da parceria público-privada promovida pelo
Ministério da Administração Interna, que segundo tudo indica não funcionou em
pleno nos incêndios ocorridos no ano passado em Pedrogão Grande.
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