Determinada família, relativamente
abastada e com múltiplos afazeres, a viver numa extensa moradia isolada, decidiu
contratar um empregado para lhe valer na manutenção daquele espaço e acorrer a
alguns recados. A escolha recaiu sobre um amigo de infância do dono da casa, mais
por comiseração do que por outra coisa qualquer, um homem a chegar à
meia-idade, vindo de contínua vida errante e sem nada de seu, contudo sério,
disponível, prestável, pontual e próprio para qualquer biscate, apesar de
carecer de maturidade, de se armar em rico, ser vingativo e de beber que nem um
cacho, exactamente como aqueles alcoólicos que tremem desvairados quando a
bebida lhes falta.
Entretanto a família
decidiu adquirir vários cães, disposta a juntar o útil ao agradável, a usufruir
simultaneamente da sua companhia e protecção. Os animais deram entrada naquela casa
com 2 meses de idade, foram ali criados e ali cresceram. Bem cedo começaram a
ser treinados e as expectativas dos donos não saíram goradas, já que não
demoraram a denunciar as suas aptidões, dando inclusive sinal de tudo quanto se
movia. Apesar de lhe ter sido dito para não se relacionar com os cachorros e
muito menos dar-lhes ordens, o empregado, entendia que o devia fazer e ignorava
o que lhe era dito, chegando a assustá-los com a mangueira de água do jardim ou
a agarrá-los indevidamente para transportá-los de um lado para o outro, acompanhado
pelo gemido dos animais, actos aparentemente sem grande importância ou
gravidade, mas que pouco a pouco foram cimentando o domínio do homem sobre
aqueles cães.
A certa altura, quando o álcool
o tornou menos responsável e notoriamente mais desagradável, o dono da casa
despediu o empregado, que jurou para si mesmo vingar-se. Nos poucos momentos
sóbrios que tinha, o homem ia planeando como prejudicar afincadamente o seu
ex-patrão. Optou por fazê-lo de noite e a altas horas, pois o dono da casa
trabalhava no seu escritório até bastante tarde. Segundo pensou, assim o fez!
Entrou naquela moradia, foi-se aos carros, furou-lhes todos os pneus e
pintou-os com um spray escarlate, desconectou o gás da habitação e deixou-o
fluir livremente, avançando depois para a piscina, onde brutal e aleivosamente
destruiu o seus sistema de manutenção, pondo-se depois ao fresco, na maior das
calmas, e os cães... nem piaram, apesar de serem muitos! No meio disto tudo, ainda
bem que o ébrio desistiu da ideia de raptar o filho menor daquela família e
doutras ideias malucas que envolviam armas de fogo, uma vez que há gente capaz
de tudo e o álcool não é o melhor dos conselheiros!
Convém
relembrar que temos somente seguro contra roubos, não contra ladrões e que uma
das maneiras mais efectivas de dar-lhes caça é pôr-lhes os cães à perna ou onde
calhar, quando a nossa vida e a dos nossos estiver em risco. MORAL DA HISTÓRIA:
Não devemos despedir os maus empregados? Nada disso! Devemos é impedir, por
todos os meios ao nosso alcance, que subordinem de alguma forma os nossos cães
e, este conselho, destina-se ao dia de ontem!
PS: Esta história é
fictícia e não se reporta a uma pessoa(s) ou situação concreta, apesar de se
repetir amiúde por toda a parte.
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