terça-feira, 31 de julho de 2018

DI COSA È MORTO KAOS?

No passado Sábado foi encontrado morto no jardim da casa onde vivia, em SANT’EUSANIO FORCONESE, na região dos Abruzos, Província de Áquila/Itália, o PASTOR ALEMÃO lobeiro de resgate KAOS, propriedade do adestrador italiano FABIANO ETTORE, que há 2 anos atrás participou no resgate de sobreviventes na cidade italiana de AMATRICE (fustigada por um terrível terramoto de magnitude de 6.2 que fez 241 mortos e destruiu a maior parte da cidade) e que meses depois prestou idêntico serviço na cidade de NORCIA, também ela atingida por um violento terramoto. Pela nobreza e acerto no seu serviço, este cão era saudado em Itália como herói.
Quem deu com o cão morto foi o seu proprietário e treinador, que afirma terem-no envenenado, segundo fez saber num post do Facebook, adiantando que o Kaos estava vivo na noite anterior, porque o ouviu ladrar por volta das 2 da manhã. Profundamente chocado com a morte do animal, manifestou-se nestes termos: “Não tenho palavras” e “Eu não consigo entender um acto tão horrível”. Como se desconhece ainda como o animal foi envenenado e se o foi de modo intencional, a polícia abriu um inquérito ao ocorrido.
Mal tiveram conhecimento do trágico incidente, activistas dos direitos dos animais italianos, lamentaram o sucedido e descreveram o suposto assassino do cão de resgate como um “criminoso perigoso”. RINALDO SIDOLI (na foto seguinte), porta-voz do ANIMALISTI ITALIANI, grupo romano pelos direitos dos animais, disse a propósito: “Mataram o herói que, junto com as equipas de resgate, cavou com suas quatro patas durante essas horas dramáticas para encontrar sobreviventes do massacre”. Completando depois: “Kaos salvou os seres humanos, e esses mesmos seres humanos envenenaram-no”. Em seguida, SIDOLI pediu novas leis que introduziriam penas mais duras para a crueldade contra os animais.
Devido em parte à justa popularidade do cão, a sensual parlamentar italiana MICHELA BRAMBILLA (na foto abaixo) disse à Associated Press que esperava que a morte de Kaos encorajasse os membros do Parlamento a aprovar uma lei contra a crueldade sobre os animais que ela havia proposto no início deste ano. Por seu lado, GIULIA GRILLO, Ministra da Saúde de Itália, expressou condolências online, escrevendo que estava a trabalhar com o ministro do Meio Ambiente, SÉRGIO COSTA, e com o ministro da Justiça, ALFONSO BONAFEDE, para ampliar as penalidades para os "criminosos sem coração" por trás de intoxicações animais.
De acordo com um estudo de 2012, que analisou os dados fornecidos pelo Centro de Controle de Intoxicações de Milão, a maioria das intoxicações de animais em Itália envolve cães. Outro estudo, este de 2014, realizado por pesquisadores italianos que examinaram os dados de 870 cães em Roma, concluiu que o envenenamento foi a segunda causa mais comum para a sua morte e com mais de 17% deles morreram ao consumir materiais tóxicos. Este relatório disse ainda que nos ambientes urbanos, pode haver um "baixo nível de tolerância social aos cães vizinhos" e que "intencionalmente iscas envenenadas localizadas são comuns.
A nossa solidariedade vai para Fabiano Ettore porque lamentamos profundamente o desaparecimento de um cão assim, um animal nobre, nascido e criado para servir, sem maldade inata ou incutida, que morreu precocemente sem nada que o justifique. A morte do Kaos levanta de novo a polémica sobre a recompensa a dar aos cães de pistagem, salvamento e resgate, porque se for baseada somente em guloseimas, estes cães irão continuar a morrer que nem tordos!

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