Contrariamente ao que se
julga, antes da II
GUERRA MUNDIAL os Estados Unidos não tinham qualquer
esquadrão ou companhia cinotécnica, muito embora já tivessem usado cães como
mascotes ou para qualquer outra capacidade não oficial. O aproveitamento dos cães
aconteceu em JANEIRO
DE 1942, obra de alguns membros do AMERICAN
KENNEL CLUB e de outros entusiastas caninos, que
formaram uma organização civil denominada de DOGS
FOR DEFENSE, com o objectivo de treinar
cães-sentinelas para o exército ao longo da costa dos Estados Unidos.
Ao tomar conhecimento
daquela organização e do seu esforço, o Ten.Cor. CLIFFORD
C. SMITH, chefe da Divisão de Protecção de Plantas da Divisão
de Inspecção do Quartel-General, sugeriu ao seu Comandante que o exército passasse
a usar aqueles cães-sentinela nos depósitos de suprimentos, sugestão que foi
aceite (Março de 1942) e que originou um programa experimental com sucesso,
levando o QUARTERMASTER CORPS em
Agosto do mesmo ano a estabelecer centro de treinos para cães de guerra em Front
Royal, VA; Fort Robinson, NE; Ilha do Gato (Gulfport), MS; Camp Rimini
(Helena), MT; e San Carlos. Sobre a formação de cães na Ilha do Gato já
editamos um artigo intitulado: “O
SEGREDO DE CAT ISLAND: VARRER O JAPÃO À DENTADA!”,
editado em 21/11/2014.
O K-9 CORPS
aceitou treinar inicialmente 32 raças caninas, mas dois anos depois já havia
reduzido essa lista a sete, sendo elas: Pastor Alemão; Doberman; Pastor Belga;
Husky Siberiano; Collie; Cão de Esquimó e Malamute do Alasca. Os responsáveis
pela DOGS FOR DEFENSE
entregaram para o efeito ao exército cerca de 18.000 cães e quase 8.000 foram
dispensados (44,4%) após os testes realizados nos centros. As razões que
presidiram à dispensa destes animais foram: “excitabilidade quando sujeitos a
ruídos e a tiros, doenças, falta de olfacto e temperamento inadequado”.
O QUARTERMASTER CORPS
treinou tratadores e cães segundo o MANUAL
TÉCNICO 10-396 de 01 de Julho de 1943, que delineava a
doutrina a ser observada no treino. A sua duração normal ia de 8 a 12 semanas.
Os cães passavam primeiro por algo a que poderia chamar-se “treino básico”,
altura em que se acostumavam à vida nas forças armadas. Depois eram recrutados
para um programa de treino especializado que os capacitava como cães
mensageiros, de sentinela e de patrulha.
Em Março de 1944 formaram-se
pelotões de Cães de Guerra para ajudar as forças militares americanas nas operações
ofensivas na Europa e no Pacífico, servindo 7 no Velho Continente e 8 no
Pacífico. Graças à prestação destes cães, os japoneses nunca conseguiram
emboscar uma patrulha norte-americana liderada por um deles. Entendeu o QUARTERMASTER CORPS
treinar também cães para detectarem baixas no campo de batalha, sendo os cães
testados pela primeira vez em CARLISLE
BARRACKS, em 04
DE MAIO DE 1944. O programa viria a ser abandonado porque
os cães não conseguiam fazer distinção entre homens não feridos, feridos e
mortos (se fosse hoje sabiam como, porque já temos cães detectores de cadáveres).
Depois da II Guerra
Mundial, o CORPO
DA POLÍCIA MILITAR assumiu a responsabilidade de treinar os
cães militares, que continuaram e continuam a servir com distinção noutros
conflitos. Calcula-se que o Exército Norte-americano mobilizou 1.500 cães para a GUERRA DA COREIA e 4.000 na GUERRA DO VIETNAME.
A coragem e lealdade destes cães continuam a salvar vidas e a evitar baixas desde a criação do CORPO K-9,
como ainda recentemente o fizeram no IRAQUE e no AFEGANISTÃO.
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