sexta-feira, 27 de julho de 2018

NÓS POR CÁ: VERGONHA EM CIMA DE VERGONHA!

Só Deus sabe como me sinto triste e profundamente envergonhado, com uma dor que o peito não cala, quando fatídicas incúrias acontecem em Solo Pátrio, como a ocorrida por estes dias com um falecido menino belga em Azeitão. A história, apesar de dolorosa, é fácil de contar. A família belga WANZEELE, com os seus dois filhos, veio para Portugal passar férias este Verão e assentou arraiais numa residência de turismo rural em Azeitão. Ao banhar-se na piscina daquela propriedade, debaixo da supervisão dos pais, um dos filhos com cerca de seis anos, o VIC, foi literalmente sugado por um ralo de aspiração da piscina, acabando ali “inexplicavelmente” preso por um braço. Depois de tudo fazerem para o tirarem dali, os pais ligaram para o 112 (número de emergência) e a sua chamada foi “transferida 5 vezes” até que fosse atendida por alguém que dominasse a língua inglesa (!?), segundo fizeram saber num comunicado citado pelo jornal “Público”.
Depois de alguma demora no encontrar da casa das máquinas e no desligar daqueles motores, operação que coube aos bombeiros e que se viram obrigados a arrombar uma porta, o pequeno VIC já foi resgatado em paragem cardiorrespiratória, sendo depois levado para o Hospital Dona Estefânia, onde viria a morrer com os pais a seu lado, às 06H00 da manhã desta última Segunda-feira. Pergunta-se: A quem cabe a fiscalização das propriedades destinadas ao turismo rural? Teria a propriedade em questão ter sido alvo de alguma? Agora, segundo um velho costume, o da culpa morrer virgem em Portugal, ninguém a tem e não vão ser atribuídas responsabilidades a ninguém, quando bastaria uma simples tampa naquele maldito ralo para evitar a morte desta criança.
Os Centros de Emprego e Formação Profissional vendem hoje formações como antigamente se vendiam gravatas pelas ruas - às carradas. Não obstante, ainda sobra gente que atende o número de emergência sem saber falar inglês, o que para mim é uma novidade e não deixa de ser estranho nos tempos que correm, ainda mais num País da EU, que depende em grande medida do turismo. Levará a FAMÍLIA WANZEELE boas lembranças de Portugal? O que dirá do País e dos portugueses aos seus familiares e amigos? Terá ainda vontade e coragem para cá voltar? O acontecido foi mais um lamentável episódio de vergonha em cima de vergonha, para quem parece não a ter e está acostumado a endossar condolências!
PS. Ignoro se a propriedade onde se deu este trágico incidente se encontrava licenciada para turismo rural ou se o seu aluguer foi feito à margem da lei e sem o conhecimento das autoridades fiscalizadoras competentes.

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