Só Deus sabe como me sinto
triste e profundamente envergonhado, com uma dor que o peito não cala, quando fatídicas
incúrias acontecem em Solo Pátrio, como a ocorrida por estes dias com um
falecido menino belga em Azeitão. A história, apesar de dolorosa, é fácil de
contar. A família belga WANZEELE,
com os seus dois filhos, veio para Portugal passar férias este Verão e assentou
arraiais numa residência de turismo rural em Azeitão. Ao banhar-se na piscina
daquela propriedade, debaixo da supervisão dos pais, um dos filhos com cerca de
seis anos, o VIC, foi literalmente sugado por um ralo de aspiração da piscina,
acabando ali “inexplicavelmente” preso por um braço. Depois de tudo fazerem
para o tirarem dali, os pais ligaram para o 112
(número
de emergência) e a sua chamada foi “transferida 5 vezes” até que fosse atendida
por alguém que dominasse a língua inglesa (!?), segundo fizeram saber num
comunicado citado pelo jornal “Público”.
Depois de alguma demora no
encontrar da casa das máquinas e no desligar daqueles motores, operação que
coube aos bombeiros e que se viram obrigados a arrombar uma porta, o pequeno VIC
já foi resgatado em paragem cardiorrespiratória, sendo depois levado para o
Hospital Dona Estefânia, onde viria a morrer com os pais a seu lado, às 06H00
da manhã desta última Segunda-feira. Pergunta-se: A quem cabe a fiscalização
das propriedades destinadas ao turismo rural? Teria a propriedade em questão
ter sido alvo de alguma? Agora, segundo um velho costume, o da culpa morrer
virgem em Portugal, ninguém a tem e não vão ser atribuídas responsabilidades a
ninguém, quando bastaria uma simples tampa naquele maldito ralo para evitar a
morte desta criança.
Os
Centros de Emprego e Formação Profissional vendem hoje formações como
antigamente se vendiam gravatas pelas ruas - às carradas. Não obstante, ainda
sobra gente que atende o número de emergência sem saber falar inglês, o que
para mim é uma novidade e não deixa de ser estranho nos tempos que correm, ainda
mais num País da EU, que depende em grande medida do turismo. Levará a FAMÍLIA WANZEELE
boas lembranças de Portugal? O que dirá do País e dos portugueses aos seus
familiares e amigos? Terá ainda vontade e coragem para cá voltar? O acontecido
foi mais um lamentável episódio de vergonha em cima de vergonha, para quem
parece não a ter e está acostumado a endossar condolências!
PS. Ignoro se a
propriedade onde se deu este trágico incidente se encontrava licenciada para
turismo rural ou se o seu aluguer foi feito à margem da lei e sem o conhecimento das autoridades fiscalizadoras competentes.
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