De acordo com estudo
publicado recentemente na revista LEARNING
& BEHAVIOR, da autoria de EMILY
M. SANFORD, EMMA
R. BURT e JULIA
E. MEYERS-MANOR (na foto abaixo), que forneceu provas
disso, os cães stressam-se ao ver os seus donos em perigo e correm para
ajudá-los. Essa correria para consolar os donos acontece pela empatia, já que
homens e cães dividem um forte vínculo emocional decorrente da domesticação que
já leva dezenas de milhares de anos. Assim, de acordo com os autores deste
estudo, os cães, para além de serem capazes de perceber as mudanças nos estados
emocionais humanos, vão mais longe e superam obstáculos físicos para ajudarem
os seus donos.
EMILY
SANFORD, graduada do MACALESTER
COLLEGE, Faculdade em St. Paul, Minnesota/USA e primeira
responsável pelo presente estudo, conduziu os testes a partir da colaboração de
34 cães, que os avaliou quanto ao seu comportamento empático, valendo para o
efeito do paradigma “armadilha-outro”, um projecto experimental usado
anteriormente só em ratos. Cada cão foi separado de seu dono por
uma porta transparente fechada com ímanes, enquanto o seu proprietário, sentado
atrás da porta, cantarolava uma música ou fingia chorar. Os cães abriram as
portas em ambos os cenários, mas fizeram-no 3 vezes mais rápido quando eles se
encontravam a chorar.
Os monitores de frequência
cardíaca mostraram que os cães que abriram a porta ficaram stressados pelo
choro, mas não muito stressados para superar o obstáculo. Ao invés, os cães que
apresentaram maiores sinais de stress não conseguiram abrir as portas, o que
sugere terem estado demasiado aborrecidos com o choro para agirem. Esta
diferença nos níveis de stresse entre abridores e não-abridores não foi
observada quando os humanos zumbiam ao invés de chorar. “Os cães que abriram a
porta mostraram empatia porque tiveram que reprimir sua reacção ao stresse para
abri-la”, explicou STANFORD.
Por outro lado e segundo a
mesma investigadora, os cães que mesmo com os donos zumbindo abriram a porta,
segundo os níveis de stresse registados, fizeram-no não por empatia, mas por
misto de curiosidade e desejo de contacto social. Nos testes não se verificou
nenhuma diferença entre os cães comuns e os de terapia, nem tão pouco entre
raças e estágios etários. Este resultado pode influenciar nos critérios usados
para seleccionar e treinar cães de terapia.
“Pode ser benéfico para as
organizações de terapia considerar mais características importantes para a
melhoria terapêutica, como a empatia, nos seus protocolos de teste",
sugerem os pesquisadores. JULIA MEYERS, co-autora do estudo complementa: “É
provável que alguma forma de comportamento de ajuda também ocorra noutras
espécies de animais, como gatos e papagaios, embora sejam necessários mais
estudos para se poder confirmar. Ainda há muito para aprender sobre o modo de
funcionamento das mentes caninas” e “Este é um pequeno passo para entender como
a empatia pode ter evoluído e o que faz os indivíduos agirem com empatia". Até aqui já calculávamos, queremos mais!
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