Numa ruela bastante
movimentada onde o sol só bate no Verão e quando está a pique, há uma loja de
artesanato, com o pomposo nome de Templo, que é também uma galeria de arte e um
atelier na boca de quem lá está, uma senhora que por ser magra e se apresentar
de óculos escuros, disfarça bem a idade que tem, para além de ser simpática, despretensiosa
e gostar de animais. A pequena loja, de apresentação rústica, antiga e gasta,
tem no seu interior um conjunto de utilidades práticas e engenhosas ao estilo
naïf, para além de algumas peças despachadas pela Royal Air Maroc.
A arquitectura da casa, a
disposição dos objectos expostos e a sua escolha, parecem reclamar um ambiente
esotérico que ganha corpo na senhora que lá trabalha. Fomos até lá porque tem à
porta vários objectos feitos de raiz de pinheiro, nomeadamente uma cadeira
muito fotografada por nacionais e estrangeiros pela sua originalidade, coisa
para duzentos e tantos euros, que eu jamais venderia por esse preço.
Só com o binómio
Paulo/Bohr ao nosso encargo, quando circulávamos num espaçoso jardim com
árvores frondosas, próprio para relaxar os nervos do cão, que sempre os tem em
franja, encontrámos outro binómio, o constituído pela Sónia e pelo Shane, que
não víamos há vários meses. Como a condutora cinotécnica se fazia acompanhar
pela mãe, senhora de créditos por nós desconhecidos até então, acabámos por
sentar-nos todos numa mesa, onde pusemos os cães na ordem e a conversa em dia
(os malandros já não se lembravam um do outro, ainda mais escudados nas costas
dos donos).
E como conversa puxa
conversa, viemos a saber que a mãe da Sónia canta o fado. Perante alguma
insistência, ainda que com volume em baixo, a fadista lá se decidiu a cantar e
bem um “fado vadio”, obséquio que imediatamente agradecemos (os cães não
aplaudiram, mas também não protestaram). O Shane está com uma apresentação
sólida e uma pelagem deslumbrante, a Sónia continua linda, alegre, risonha e
descomprometida, conforme atesta a foto seguinte.
Nada mais há a mencionar
sobre o passeio deste Sábado, que parecia vir a ser solarengo, mas que depressa
se desnorteou, contrariamente ao Vento Zéfiro que nunca nos abandonou, brisa
fresca vinda do Oeste que rotineiramente vem em nosso socorro nos dias de
Verão. Se porventura virem por aí o Polo e o Paco avisem-me, porque nada sei
deles, até porque o primeiro ligou-me hoje às 02H22 da manhã, não sei bem para
quê! Um óptimo fim-de-semana para todos e bom descanso para a nossa “princesinha
dos núbios”!
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