Decididamente os fabricantes
de rações para cães não olham a meios para enriquecerem, produzindo inclusive
algumas com alimentos “sem grão”, à base de ervilhas, lentilhas, batata outras leguminosas e seus derivados de
proteína, amido e fibras como principais ingredientes, alimentos que todos
sabemos serem nocivos para os nossos amigos de quatro patas. Como resultado
desta ganância e abuso, cães sujeitos a estas dietas e de raças não
susceptíveis à doença, parecem padecer agora de CARDIOMIOPATIA
DILATADA CANINA (DCM), uma doença cardíaca responsável pelo
aumento do coração que então se esforça para funcionar correctamente. Os
sintomas da doença incluem letargia, perda de peso e por vezes até tosse.
A FDA (FOOD AND DOG ADMINISTRATION),
autoridade federal norte-americana executiva pertencente ao Departamento de
Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, a quem também cabe a fiscalização
da comida para animais, tem sérias suspeitas que o aumento desta doença em cães
se deva a uma nutrição imprópria e deficiente do tipo atrás descrito,
investigando ao momento o potencial elo entre a DCM e
essas rações.
A situação é muito
estranha e a FDA
não nomeia marcas porque considera os ingredientes mais importantes. Ainda que
raças como o Grand Danois, o Terra Nova, o Boxer, o Doberman e o São Bernardo
tenham uma predisposição genética para o problema, o mesmo não acontece com
Labradores, Whippets, Shi Tzus, Schnauzers miniatura e rafeiros, animais em
quem ultimamente foi detectada a doença. Assim, esta agência
norte-americana está a encorajar os proprietários caninos e os veterinários a
relatar os casos de DCM em cães sem predisposição para a doença. O problema não
pode ser encarado de ânimo leve, porque a doença poderá evoluir para uma
insuficiência congestiva que poderá ser fatal. Os relatos deverão ser feitos
através do link do Portal de Relatório de Segurança electrónico ou directamente
para os Coordenadores de Reclamações dos Consumidores da FDA.
A mesma agência aconselha
os proprietários caninos a consultarem os veterinários antes de alterarem as
dietas dos seus cães, em particular os que têm cães que sofrem de DCM, já que
uma dieta deficiente em TAURINA
é
uma explicação potencial. A TAURINA
é
um aminoácido – um bloco de construção de proteínas – essencial para os
carnívoros e a sua insuficiência tem sido amplamente comprovada como
concorrente à DCM.
Não fora a santa
legislação europeia que nos protege e que tantos abusos tem evitado, há muito
que os casos de DCM
teriam aumentado em Portugal. E como mais vale prevenir do que remediar, há que
ler os rótulos das rações antes da sua distribuição, muito embora o rótulo diga
uma coisa e o saco possa trazer outra, trapaça também extensível aos alimentos
para os humanos. Na dúvida, vale a pena mandar analisar a ração e há já quem o
tenha feito através do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Perante tamanha safadeza, lamenta-se que os cães não possam transitar
automaticamente para porcos.
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