sábado, 28 de julho de 2018

AMAN

Não, não se trata de nenhum erro gráfico, o nome é mesmo esse – AMAN, um CPA pertencente à POLÍCIA DE SUFFOLK/UK, que em 2011 salvou o seu condutor de ser morto à facada, o guarda STEVE JAY, que mesmo assim ainda foi esfaqueado nos braços e nas costas. Como resultado da sua intervenção defensiva, o cão também não saiu ileso, sendo esfaqueado nos ombros e no peito, de tal maneira que ter ser levado à pressa para uma cirurgia de emergência.
A valente e valorosa prestação deste PASTOR ALEMÃO valeu-lhe várias distinções e menções honrosas.
Durante o período de recuperação pós-operatório, o seu parceiro de serviço, Steve Jay, levava-o para junto das crianças locais, ensinando-as acerca do serviço e responsabilidades dos cães-polícias, contando para isso com a colaboração do cão, que sempre se manifestou amável e amigável entre crianças e jovens.
Ao pronunciar-se sobre o seu falecido parceiro de quatro patas, JAY não mostra dúvidas ao dizer que só se tem um cão assim uma vez na vida, que nunca tinha tido nenhum assim e que o animal era simplesmente único. Vindo da Alemanha, o Pastor Alemão chegou àquela Polícia com 17 meses e já vinha parcialmente treinado, facto que obrigou o seu condutor a aprender alemão para lhe dar os comandos funcionais (de trabalho).
Depois de ser aposentado, foi-lhe diagnosticada MIELOPATIA DEGENERATIVA, uma doença genética (da qual já falámos) caracterizada pela perca do uso das patas traseiras e pelo enfraquecimento da coluna vertebral. Doença que se julga indolor, mas que é angustiante e profundamente desgastante para os animais, que se vêem obrigados a arrastar-se. Infelizmente, a doença é muito comum nos Pastores Alemães, pelo que deverá ser sistematicamente despistada.
Apesar de privado da sua mobilidade, o AMAN continuava curioso e atento como sempre esteve no serviço. No dia 20 deste mês, fez ontem oito dias, morreu em consequência da doença que o afligiu. Como os cães policiais não recebem tratamento especial de sepultamento, o Guarda Jay pretende largar as suas cinzas no parque para onde o levava nos dias de folga.
O tempo passa, leva as memórias e induz ao esquecimento, mas estou certo que, enquanto for vivo, STEVE JAY jamais se esquecerá que um dia teve um companheiro que lhe salvou a vida. Perder um cão assim e eu já perdi alguns que davam a vida por mim, é uma perda irrecuperável e bastante dolorosa, muito mais do que o comum das pessoas imagina! 

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