Os veterinários americanos
andam à brocha com cães intoxicados com cannabis, segundo informa a NBC online
citando dados fornecidos pela AMERICAN
VETERINARY MEDICAL ASSOCIATION, cujos centros de
controlo de envenenamento animal registam um aumento significativo do número de
chamadas. De acordo com a mesma fonte, as chamadas para a Linha
de Apoio ao Envenenamento dos Serviços Veterinários sobre ingestão acidental de
maconha aumentaram 448%
nos últimos seis anos, sendo 90%
dos casos relativos a cães e os restantes 10% a gatos.
O Dr. Peter Bowie, veterinário
do Pet Emergency & Special Center, em Marin, California/USA, calcula que
atende semanalmente quatro ou cinco cachorros intoxicados por cannabis. Este
aumento do número de intoxicações deve-se em primeira mão ao consumo humano e só
depois à curiosidade e gula presente nos cães. Os são gatos acabam intoxicados
quando se tornam fumadores passivos das drogas.
Gary Richter, na foto seguinte, veterinário
do Holistic Veterinary Care em Oakland, California/USA, disse à NBC que os cães
têm maiores concentrações de receptores canabinóides do que os humanos, receptores
esses que afectam a memória, o apetite e a sensação de dor, o que os torna mais
susceptíveis aos efeitos da cannabis. Este clínico pede aos proprietários
caninos que levem os seus cães ao veterinário caso suspeitem que eles ingeriram
a droga, já que as pessoas tendem a rir-se do pitoresco da situação, a pensar
que a coisa passa e que tudo vai ficar bem, o que não corresponde à verdade, já
que alguns cães têm convulsões que induzem ao coma.
Os sintomas da intoxicação
passam por menor batimento cardíaco, temperatura corporal e tensão arterial
mais baixas, tremores ou pupilas dilatas. Os cães mostram-se desorientados,
trôpegos, híper-reactivos ou sonolentos e urinam-se. Formas mais concentradas
de THC, o composto psico-activo da Cannabis, podem ter efeitos dramáticos nos
cães. A toxicidade da droga pode ser tratável e o tratamento é de
apoio/suporte. Quando os sinais são moderadamente bons, os cuidados de
enfermagem a ter podem ser feitos em casa; quando inspiram maior cuidado, os
cães deverão ser internados, sendo-lhes controlada a sua respiração e administrados
fluídos intravenosos. Quando tratados conveniente e atempadamente, são
raríssimos os cães que morrem.
Contudo, o atrás citado
Dr. Richter, do Holistic Veterinary Care, tratou de um cão que acabou por
morrer intoxicado, porque o animal entrou em coma, inalou o seu próprio vómito
e este foi parar-lhe aos pulmões, causando-lhe fatais septicemia e pneumonia.
Como o fumo da droga pode provocar “zumbidos de contacto” nos cães, como de
resto acontece com as pessoas, os veterinários aconselham os donos que desejam
ficar “pedrados” a fazê-lo longe dos cães.
Penso que em Portugal
dificilmente chegaremos à gravidade destes números, até porque a droga e os
drogados são cada vez menos vistos. Das três, uma: ou estão a acabar, foram
para outras paragens ou estão bem escondidos! No combate ao narcotráfico há que
dar os parabéns às polícias e também aos seus agentes caninos, porque sem a sua
contribuição tudo seria mais complicado e substancialmente mais perigoso.
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