domingo, 29 de julho de 2018

ANDAM À BROCHA COM OS CÃES INTOXICADOS COM CANNABIS (THC)

Os veterinários americanos andam à brocha com cães intoxicados com cannabis, segundo informa a NBC online citando dados fornecidos pela AMERICAN VETERINARY MEDICAL ASSOCIATION, cujos centros de controlo de envenenamento animal registam um aumento significativo do número de chamadas. De acordo com a mesma fonte, as chamadas para a Linha de Apoio ao Envenenamento dos Serviços Veterinários sobre ingestão acidental de maconha aumentaram 448% nos últimos seis anos, sendo 90% dos casos relativos a cães e os restantes 10% a gatos.
O Dr. Peter Bowie, veterinário do Pet Emergency & Special Center, em Marin, California/USA, calcula que atende semanalmente quatro ou cinco cachorros intoxicados por cannabis. Este aumento do número de intoxicações deve-se em primeira mão ao consumo humano e só depois à curiosidade e gula presente nos cães. Os são gatos acabam intoxicados quando se tornam fumadores passivos das drogas.
Gary Richter, na foto seguinte, veterinário do Holistic Veterinary Care em Oakland, California/USA, disse à NBC que os cães têm maiores concentrações de receptores canabinóides do que os humanos, receptores esses que afectam a memória, o apetite e a sensação de dor, o que os torna mais susceptíveis aos efeitos da cannabis. Este clínico pede aos proprietários caninos que levem os seus cães ao veterinário caso suspeitem que eles ingeriram a droga, já que as pessoas tendem a rir-se do pitoresco da situação, a pensar que a coisa passa e que tudo vai ficar bem, o que não corresponde à verdade, já que alguns cães têm convulsões que induzem ao coma.
Os sintomas da intoxicação passam por menor batimento cardíaco, temperatura corporal e tensão arterial mais baixas, tremores ou pupilas dilatas. Os cães mostram-se desorientados, trôpegos, híper-reactivos ou sonolentos e urinam-se. Formas mais concentradas de THC, o composto psico-activo da Cannabis, podem ter efeitos dramáticos nos cães. A toxicidade da droga pode ser tratável e o tratamento é de apoio/suporte. Quando os sinais são moderadamente bons, os cuidados de enfermagem a ter podem ser feitos em casa; quando inspiram maior cuidado, os cães deverão ser internados, sendo-lhes controlada a sua respiração e administrados fluídos intravenosos. Quando tratados conveniente e atempadamente, são raríssimos os cães que morrem.
Contudo, o atrás citado Dr. Richter, do Holistic Veterinary Care, tratou de um cão que acabou por morrer intoxicado, porque o animal entrou em coma, inalou o seu próprio vómito e este foi parar-lhe aos pulmões, causando-lhe fatais septicemia e pneumonia. Como o fumo da droga pode provocar “zumbidos de contacto” nos cães, como de resto acontece com as pessoas, os veterinários aconselham os donos que desejam ficar “pedrados” a fazê-lo longe dos cães.
Penso que em Portugal dificilmente chegaremos à gravidade destes números, até porque a droga e os drogados são cada vez menos vistos. Das três, uma: ou estão a acabar, foram para outras paragens ou estão bem escondidos! No combate ao narcotráfico há que dar os parabéns às polícias e também aos seus agentes caninos, porque sem a sua contribuição tudo seria mais complicado e substancialmente mais perigoso.

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