quarta-feira, 9 de março de 2016

VAMOS LÁ FALAR DE DISPARATES!

Como “vamos lá falar de disparates” é uma frase acutilante e a toada dominante é hoje mais doce, podemos trocá-la por “aquilo que não devemos fazer”, que é o objectivo deste artigo, rubrica assente sobre uma história real do nosso quotidiano tantas vezes repetida. Determinado cavalheiro decidiu comprar um cachorro Pastor Alemão para oferecer à sua esposa, senhora que muito estima e que há pouco tempo havia sepultado o seu velho cão, também ele um Pastor Alemão. Interessados numa variedade cromática particular, deslocaram-se ao Sul do País, onde acabaram por comprar um cachorro com essa característica, trazendo-o de imediato para casa.
Encantada com a fragilidade e graciosidade do cachorro, que de alguma forma lhe fazia lembrar o cão falecido, a senhora foi-lhe tolerando toda a sorte de tropelias, ao ponto de não conseguir sair com ele à rua, por se ter auto dispensado do exercício da obediência. Devido à dificuldade que criou, viu-se obrigada a contratar uma pessoa para levar o cão a passear, um brasileiro alcunhado de “avô”, que entre outras tarefas, se prestava a trabalhar na construção civil, sendo colher para toda a obra como qualquer trabalhador não-qualificado. O homem aceitou o biscate e passou a sair diariamente com o animal. Como não entendia nada de cães, nem tampouco como pegar numa trela, deixava o Pastor Alemão rebocá-lo, não o contrariava quando intentava atacar os outros cães, consentia que amarinhasse sobre os transeuntes, deixava-o cheirar os caixotes do lixo, abocanhar restos de comida e permitia-lhe que farejasse, urinasse e defecasse à vontade ao longo dos trajectos. Tornado assim mais incontrolável e alcunhado de “maluco”, o cão foi recambiado para um monte alentejano, onde foi solto e nunca mais viu uma trela, tendo como companhia um cão doutra raça, uma vara de porcos Landrace Alemão e outros animais.
Quem será mais insano: a dona ou cão? A resposta é óbvia, porque nenhum cão nasce com um kit de obediência e todos carecem de regras para melhor se adaptarem, quer sejam bravos ou mansos. Um cão é uma prenda que exige cuidado e trabalho, que gera algum incómodo e reclama por alguma (muita) disponibilidade. Correndo o risco de nos repetirmos, dizemos: “quem não tempo para um cão, não o perca a adquiri-lo”. Daqui aconselhamos os nossos leitores a não incorrerem neste disparate e a dirigirem-se a uma escola canina, onde certamente serão elucidados e ajudados na educação dos seus cães. Para além disso, sendo esta a verdadeira razão de ser deste blogue, sempre estaremos à disposição de quem nos procurar, quer necessite de esclarecimento, conselho ou ajuda.

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