quinta-feira, 17 de março de 2016

NÓS POR CÁ: O HOMEM ABSTEVE-SE PORQUÊ?

Enquanto não se implementar aqui uma solução “à finlandesa”, a política pouco nos importa, apesar dos políticos nos causarem sérios amargos de boca, o que não nos pode deixar totalmente indiferentes, porque nos encontramos cativos às suas “magnânimas” decisões. No relógio de cuco que é a “Sic Notícias”, que repete de hora a hora sensivelmente as mesmas, ouvimos por casualidade os resultados da votação do último Orçamento do Estado. E como as novidades no Hemiciclo de S. Bento são tão raras, pelo menos as boas, interessou-nos saber qual a posição do novo e único deputado do PAN (Pessoas, Animais e Natureza) em relação ao dito orçamento. Ficámos a saber que ele não votou a favor nem contra, absteve-se simplesmente, decisão que nos “encucou”, valendo-nos de um verbo muito usado pelos nossos irmãos do outro lado do Atlântico, até porque nutrimos alguma simpatia pelas ideias daquele partido, como não podia deixar de ser, apesar de julgarmos algumas delas utópicas. Será que alguém lhe perguntou porque se absteve? Teria feito alguma declaração? Se sim, não chegou ao nosso conhecimento nem mereceu o devido destaque nas “notícias papagaio”.
Somos naturalmente resistentes às opiniões dos engenheiros, que nos perdoem os nossos amigos desta profissão, pois bem sabemos que em todas elas existem pessoas profundamente diferentes, porque se há gente que se diz saber de tudo, os engenheiros ocupam tradicionalmente o primeiro lugar no pódio, apesar de grande número de engenheiros civis infelizmente se encontrar hoje sem trabalho devido à crise no sector, permanecendo acantonados em casa, sem horas para se deitar e levantar, normalmente ataviados de roupão e de pantufas, sentados num sofá com um jornal pela frente. Como o nosso deputado é também Engenheiro de Construção Civil e especializado na recuperação do património arquitectónico e artístico, ainda mais nos interessou saber quais as causas que o levaram à abstenção.
Uma vez que o seu peso político não conta para a aritmética das decisões, pelo menos enquanto estiver só, pergunta-se: será que o fez para se poder sentar à mesa e dialogar com todos os partidos? Teria entendido que o Orçamento do Estado não era uma causa suficiente para se pronunciar, para não se situar nem à esquerda nem à direita? Temeria que a sua tomada de posição comprometesse de alguma forma a paz social e a estabilidade política? Entenderia que tanto a aprovação como o chumbo desse Orçamento em nada influiria na vida e bem-estar dos portugueses? Ele lá saberá, nós não sabemos! Certo é que vamos acompanhar de perto as suas propostas, intervenções e tomadas de posição, nomeadamente as relativas aos animais e em particular as que aos cães dirão respeito.   

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