quarta-feira, 23 de março de 2016

DISSE QUE ELE ERA MAU E VIU-SE EM MAUS LENÇÓIS

Determinada jovem, que normalmente passa por antipática, detesta que gente desconhecida acaricie o seu cão na via pública, porque acha isso um abuso e não quer que animal faça amizade com estranhos. Em vão tem dito aos transeuntes que não mexam no cão, raramente foi ouvida e chegou até a ser insultada. Apostada em livrar-se daqueles indesejáveis fãs do bicho, recentemente decidiu dizer aos quatro ventos que ele era mau e que mordia, inverdade que surtiu os efeitos desejados, uma vez que as más notícias correm depressa. 
Há dois dias atrás, quando se encontrava a passear o cão numa praça perto da sua casa, o mosquetão da trela partiu-se, o animal soltou-se e correu para um grupo de pessoas que ali se encontrava. Cuidado que o cão morde e é perigoso, foi a dona que me disse! – Gritou uma mulher da janela. Porque é que essa besta não traz açaime? – Vociferou um idoso. Chamem a polícia! – Berrou um ébrio com uma garrafa de cerveja na mão. Na exaltação do momento e perante o avançar do cão na sua direcção, um empregado do saneamento camarário, de vasculho ao alto, preparava-se para lhe averbar uma valente mocada. Não faça isso, o cão é manso e não faz mal a ninguém! – Advertiu a dona. O episódio teve curta duração, ninguém se aleijou e o animal saiu ileso. A dona desandou dali alcunhada de tonta e pede agora a todos que façam festas ao cão! Moral da história: quem quer um cão só para si, não o pode levar para o meio dos outros!  

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