Determinada jovem, que normalmente
passa por antipática, detesta que gente desconhecida acaricie o seu cão na via
pública, porque acha isso um abuso e não quer que animal faça amizade com
estranhos. Em vão tem dito aos transeuntes que não mexam no cão, raramente foi
ouvida e chegou até a ser insultada. Apostada em livrar-se daqueles
indesejáveis fãs do bicho, recentemente decidiu dizer aos quatro ventos que ele
era mau e que mordia, inverdade que surtiu os efeitos desejados, uma vez que as
más notícias correm depressa.
Há dois dias atrás, quando
se encontrava a passear o cão numa praça perto da sua casa, o mosquetão da trela
partiu-se, o animal soltou-se e correu para um grupo de pessoas que ali se
encontrava. Cuidado que o cão morde e é perigoso, foi a dona que me disse! – Gritou
uma mulher da janela. Porque é que essa besta não traz açaime? – Vociferou um
idoso. Chamem a polícia! – Berrou um ébrio com uma garrafa de cerveja na mão.
Na exaltação do momento e perante o avançar do cão na sua direcção, um
empregado do saneamento camarário, de vasculho ao alto, preparava-se para lhe averbar uma
valente mocada. Não faça isso, o cão é manso e não faz mal a ninguém! –
Advertiu a dona. O episódio teve curta duração, ninguém se aleijou e o animal saiu
ileso. A dona desandou dali alcunhada de tonta e pede agora a todos que façam
festas ao cão! Moral da história: quem quer um cão só para si, não o pode levar
para o meio dos outros!
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