quarta-feira, 23 de março de 2016

QUANDO UNS NÃO QUEREM, ESTÃO OS OUTROS ESTALANDO

Apraz-nos a abordar este tema como uma citação bíblica, escusando-nos do seu carácter escatológico e sem querermos tornar sacro aquilo que vamos dizer, somente nos lembrámos do constante no Salmo 118, versículo 22: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” porque debaixo dum princípio idêntico nos dedicámos à criação e ao treino de Pastores Alemães Negros, já que não o fizemos por moda, por serem melhores que os outros, por serem mais rentáveis ou por achá-los mais bonitos ou apelativos, mas porque não eram visíveis nesta variedade cromática as dificuldades mecânicas, psicológicas e cognitivas que assolaram e continuam a assolar a variedade preto-afogueada, tanto do agrado de expositores e juízes e uma tremenda dor de cabeça para quem dela espera aquilo que outrora foi. 
Como a variedade negra é recessiva, foi gradualmente afastada das exposições, ao ponto de ser completamente desprezada e isenta de beneficiamentos desastrosos, mantendo assim intactas as mais-valias que fizeram do Pastor Alemão um cão renomado, sem os handicaps hoje reconhecidos e denunciados na variedade dominante, fruto duma selecção sem sentido ou dum desnorte que apenas se tem preocupado com a estética. Aquilo que expositores e juízes rejeitaram, foi o que melhor nos serviu para o trabalho. Debaixo da mesma preocupação adquirimos grande número de lobeiros, numa época em que raramente eram vistos e pouco apreciados. É caso para se dizer: quando uns não querem, estão os outros estalando! 

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