Um
bairro inteiro na cidade de Toulenne, no Departamento francês de Gironde, une
forças para encontrar Eliot, um cão com deficiência visual e auditiva
desaparecido desde 19 de novembro de 2023. Aproveitando o portão da sua casa
aberto, este Border Collie de 14 anos (na foto seguinte) fugiu e ainda não
voltou desde então. O seu desaparecimento traz os seus donos muito preocupados porque
o animal precisa de cuidados especiais ao sofrer de diversas patologias, que o
obriga seguir tratamento médico prescrito por um veterinário. Há nove dias, os seus
donos e muitos moradores organizam buscas diárias para tentar encontrá-lo,
sendo todo o bairro visto de ponta a ponta. Os donos do cão alertaram ainda a
Mairie, a Gendarmerie, os serviços municipais e diversas associações. Foram
distribuídos folhetos nas caixas de correio dos moradores locais e lançados
apelos, que foram também difundidos nas redes sociais. Mas apesar desta
significativa mobilização, Eliot ainda não foi encontrado. Quem tiver
informações sobre onde o cão possa estar, deverá contactar um número telefónico
indicado. O idoso cão desaparecido está identificado, tem microchip e é
esterilizado, sendo descrito como sociável e muito gentil.
Valho-me
desta notícia para relembrar aos meus leitores da importância das coleiras com
GPS, cujo rasto pode ser seguido no computador e pelo telemóvel, acessórios de
grande utilidade para quem tem cães irreverentes, sem qualquer tipo de ensino e
idosos, nos dois primeiros casos porque ao animais tendem a pôr-se em fuga e no
último a perder-se. O processo de envelhecimento de um cão inicia-se, em
média, a partir dos sete anos de idade, o que inclui, normalmente a perda
de visão e audição, a diminuição da energia, o aumento das horas de sono e
maior dificuldades de locomoção. De acordo com estudos anteriores, mais da
metade dos cães que ultrapassam os 15 anos de vida podem vir a sofrer de
Alzheimer canino, doença que só os veterinários poderão certificar e que é causada
pela degeneração do sistema nervoso central, que induz a mudanças de
comportamento, à perca de memória, à desorientação, a alterações psicológicas, à
confusão e até a mudanças de personalidade.
Numa fase mais aguda do processo de envelhecimento,
agravado pela doença, os cães não respondem quando são chamados; desorientam-se
dentro e fora de casa; não reconhecem os membros da família; deixam de
solicitar afecto e não procuram a atenção dos donos; perdem a vontade brincar,
parecem sempre ausentes e ficam a olhar para o vazio; têm atitudes repetitivas,
dando voltas ao mesmo lugar, perambulando sem rumo e/ou deslocando objectos;
Tendem a ficar presos entre os móveis e não conseguem sair; alteram as rotinas
do sono e passam a dormir mais de dia; caminham e ladram durante a noite sem
motivo aparente, fazem as suas necessidades fisiológicas fora dos lugares
habituais, chegando a perder o controlo dos esfíncteres. Diante deste panorama
e atendendo à idade do Eliot, é bem possível que ao sair se tenha desorientado
e não consiga voltar para casa. Oxalá alguém não lhe tenha dado já sepultura,
que venha a ser encontrado em algum lugar de onde não consiga sair. Mas à
medida que os dias vão passando, as suas chances de sobrevivência são cada vez
menores. Seria óptimo para o Eliot e para os seus donos que alguém o tivesse
acolhido.
PS: O processo de envelhecimento canino é irreversível, mas pode ser retardado através de jogos e de exercícios próprios, capazes de dar aos cães mais idosos melhor qualidade de vida, que é aquilo que tenho andado a fazer com o binómio Paulo/Bohr, quando o condutor muito atarefado tem tempo para isso!
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