quarta-feira, 29 de novembro de 2023

TODOS À PROCURA DE ELIOT

 

Um bairro inteiro na cidade de Toulenne, no Departamento francês de Gironde, une forças para encontrar Eliot, um cão com deficiência visual e auditiva desaparecido desde 19 de novembro de 2023. Aproveitando o portão da sua casa aberto, este Border Collie de 14 anos (na foto seguinte) fugiu e ainda não voltou desde então. O seu desaparecimento traz os seus donos muito preocupados porque o animal precisa de cuidados especiais ao sofrer de diversas patologias, que o obriga seguir tratamento médico prescrito por um veterinário. Há nove dias, os seus donos e muitos moradores organizam buscas diárias para tentar encontrá-lo, sendo todo o bairro visto de ponta a ponta. Os donos do cão alertaram ainda a Mairie, a Gendarmerie, os serviços municipais e diversas associações. Foram distribuídos folhetos nas caixas de correio dos moradores locais e lançados apelos, que foram também difundidos nas redes sociais. Mas apesar desta significativa mobilização, Eliot ainda não foi encontrado. Quem tiver informações sobre onde o cão possa estar, deverá contactar um número telefónico indicado. O idoso cão desaparecido está identificado, tem microchip e é esterilizado, sendo descrito como sociável e muito gentil.

Valho-me desta notícia para relembrar aos meus leitores da importância das coleiras com GPS, cujo rasto pode ser seguido no computador e pelo telemóvel, acessórios de grande utilidade para quem tem cães irreverentes, sem qualquer tipo de ensino e idosos, nos dois primeiros casos porque ao animais tendem a pôr-se em fuga e no último a perder-se. O processo de envelhecimento de um cão inicia-se, em média, a partir dos sete anos de idade, o que inclui, normalmente a perda de visão e audição, a diminuição da energia, o aumento das horas de sono e maior dificuldades de locomoção. De acordo com estudos anteriores, mais da metade dos cães que ultrapassam os 15 anos de vida podem vir a sofrer de Alzheimer canino, doença que só os veterinários poderão certificar e que é causada pela degeneração do sistema nervoso central, que induz a mudanças de comportamento, à perca de memória, à desorientação, a alterações psicológicas, à confusão e até a mudanças de personalidade.

Numa fase mais aguda do processo de envelhecimento, agravado pela doença, os cães não respondem quando são chamados; desorientam-se dentro e fora de casa; não reconhecem os membros da família; deixam de solicitar afecto e não procuram a atenção dos donos; perdem a vontade brincar, parecem sempre ausentes e ficam a olhar para o vazio; têm atitudes repetitivas, dando voltas ao mesmo lugar, perambulando sem rumo e/ou deslocando objectos; Tendem a ficar presos entre os móveis e não conseguem sair; alteram as rotinas do sono e passam a dormir mais de dia; caminham e ladram durante a noite sem motivo aparente, fazem as suas necessidades fisiológicas fora dos lugares habituais, chegando a perder o controlo dos esfíncteres. Diante deste panorama e atendendo à idade do Eliot, é bem possível que ao sair se tenha desorientado e não consiga voltar para casa. Oxalá alguém não lhe tenha dado já sepultura, que venha a ser encontrado em algum lugar de onde não consiga sair. Mas à medida que os dias vão passando, as suas chances de sobrevivência são cada vez menores. Seria óptimo para o Eliot e para os seus donos que alguém o tivesse acolhido.

PS: O processo de envelhecimento canino é irreversível, mas pode ser retardado através de jogos e de exercícios próprios, capazes de dar aos cães mais idosos melhor qualidade de vida, que é aquilo que tenho andado a fazer com o binómio Paulo/Bohr, quando o condutor muito atarefado tem tempo para isso! 

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