segunda-feira, 20 de novembro de 2023

DOMINGO AZARADO, PASSEIO ESTRAGADO

 

Religiosamente e sabendo dos riscos que corro, porque o flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, também conhecido como ”mosquito-palha”, responsável pela transmissão da Leishmaniose a humanos e animais é mais incisivo ao amanhecer e ao anoitecer, saio todas as manhãs com o meu cão uma hora e meia antes do sol nascer, em parte confiante nos bons ofícios da coleira Seresto e nas pipetas que lhe ponho. Perguntar-me-ão: “Porque sai tão cedo?” Literalmente para me livrar de encontros indesejáveis e de possíveis aborrecimentos durante duas horas, que é o tempo que demoro a fazer a minha caminhada diária com o cão. Se iniciar o passeio uma hora depois, é mais do que certo que irei ter chatices, porque de todo o lado sair-me-ão ao caminho inúmeros cães soltos e empertigados, assim como gente que, pelas minhas costas, tenta afagar o Pastor Alemão que me acompanha, coisa que o lupino detesta por ser surpreendido. Apesar da lei dizer que todos os cães deverão circular à trela nos espaços públicos, poucos são os que observam a obrigação e muitos são que se estão a borrifar para ela, infelizmente, porque a obrigatoriedade da trela visa o bem-estar de todos nós, tenhamos cães ou não. Vamos a um caso concreto.

Ontem, domingo 19 de novembro, a sul da cidade bávara de Holzkirchen por volta das 15h45, um menino de 7 anos saiu com o pai para dar um passeio. A determinado momento cruzaram-se com um homem de 48 anos que passeava o seu cão, um animal de tamanho médio que circulava à solta. Quando o menino saiu de repente de um arbusto próximo do cão, o animal mordeu-o na parte inferior de uma das pernas, causando-lhe um leve ferimento que o remeteu para o atendimento médico, segundo relatou a polícia. Como resultado do incidente, um oficial do esquadrão de cães de serviço dos Serviços Centrais de Emergência de Rosenheim registou o incidente e identificou todos os envolvidos, dando início a investigações preliminares contra o dono do cão agressor por lesão corporal negligente. “Está na cara”, como se usa agora dizer, que aquele cão reagiu agressivamente pelo medo que o aparecimento inesperado do miúdo lhe causou. Pergunta-se: Se o cão estivesse na ocasião preso à trela, a agressão poderia ser travada? Obviamente que sim, a menos que o dono também se assustasse e ficasse pasmado pela surpresa! Sair com um cão à rua e como sair com o carro para a estrada, todo o cuidado é pouco, temos que contar com os outros!

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