O
treino matinal do Luca foi hoje muito movimentado porque recapitulou o que já
sabia e enfrentou alguns novos desafios. À guisa de sumário, o Beagle
recapitulou os comandos direccionais mais comuns evoluiu em planos diversos,
subiu e desceu escadas debaixo dos comandos de “à frente” e “atrás”, foi
convidado para alguns obstáculos naturais visando a sua sobrevivência e ainda
realizou um truque cinematográfico. Na foto acima, debaixo do “comando de
atrás” vemo-lo a descer as escadas a seu bel-prazer, pondo em risco a
integridade física da sua condutora, também ela pouco à vontade nas escadas. Na
foto seguinte vemo-lo a subir as escadas debaixo do comando de “à frente”,
tarefa que realizou com sucesso e que demonstra a sua solidez de carácter.
Foram
várias as evoluções que executou em planos mais altos, uns mais largos e outros
mais estreitos, mostrando-se confiante e cómodo em todos eles. Na foto abaixo
vemo-lo a executar um trajecto sobre um rebordo plano de um tanque, onde ao
trotar mostrou a sua excelência biomecânica.
Tal
como um gato, também evoluiu sobre o topo de um muro convexo com 20 cm de
diâmetro, mostrando excepcionais qualidades enquanto futuro cão de resgate e
próprio para enfrentar os mais diversos cenários operacionais onde as passagens
estreitas e irregulares se fizerem presentes.
O
aquecimento fê-lo sobre um pequeno banco de alvenaria, obstáculo com o qual já
se encontra perfeitamente familiarizado. As maiores dificuldades sentiu-as a
dona, que se viu obrigada a evoluir num terreno relvado e irregular. Mais uma
vez o Adestrador veio em socorro deste binómio.
Para
aumentar a sua capacidade de impulsão, o Luca foi também convidado para a
transposição de alguns castelos, obstáculos que vai vencendo de acordo com a
sua adaptação e desenvolvimento muscular. Como a sua dona tende a esquecer-se
do comando de “junto”, o Beagle tende a evoluir com a cabeça para onde está
virado, que pode não ser na direcção aos obstáculos.
Foi
pedido à Andreia que o ajudasse a subir uma rampa de mosaico escorregadia, para
que ela percebe-se da necessidade de se adiantar em relação ao cão. Com alguma
dificuldade a condutora lá se adiantou, justificando a sua delonga com o facto
de estar cansada.
O
Luca foi também convidado para saltar sobre um feixe de lenha para aumentar a
sua rusticidade, autonomia e abrangência operacional, porquanto é um cão
maioritariamente acostumado a percursos urbanos e não acidentados.
Num
dos momentos de supercompensação, recriámos um truque cinematográfico, pondo o
pequeno Beagle a beijar um pássaro pintado numa parede, habilidade que não
demorou a aprender pelo contributo do seu olfacto.
Tivemos
ainda ocasião para recapitular os comandos básicos da obediência. Na foto que
se segue vemos o Beagle sentado e quieto sobre o rebordo de um tanque onde
evoluiu. Quieto e sentado ficou, mas a sua cabeça raramente parou!
Terminámos
os trabalhos com um salto sobre um aparelho de ferro, próprio para miúdos e
graúdos, transposição que o Luca fez “com um pé às costas”, como se há muito o
conhecesse. No meio dos trabalhos e nos seus trajectos cruzámo-nos com vários
cães e o Luca pouco ou nada lhes ligou.
A preparação física do Luca está quase
no final. Doravante, a ginástica será alternada com exercícios de obediência e
de busca, esperando-se que brevemente este Beagle alcance a tão desejada
condução em liberdade, o que obrigará a sua dona a maior concentração e acuidade
técnica – é chegado o momento da Andreia valer ao Luca!
PS: Introduzimos este cão no treino através da ginástica e não através da pistagem, como seria de esperar, porque chegou à escola nada interactivo, bastante hiperactivo e indisciplinado, sem reconhecer a sua líder e a rosnar quando contrariado. A divisão das tarefas que a ginástica faculta está a tornar a Andreia e o Luca cúmplices, cumplicidade reforçada pelo recurso à recompensa. Felizmente que o Luca tem excelentes impulsos ao alimento e ao movimento, o que facilita de sobremaneira a sua instrução (lá virá o tempo da recusa de engodos).
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