O JUIZ NÃO TEVE DÚVIDAS

 

Uma mulher foi condenada ao pagãmente de uma multa de 700 euros no passado dia 14 de novembro de 2023, pelo tribunal criminal de Villefranche-sur-Saône (Auvergne-Rhône-Alpes), depois do seu cão ter atacado uma criança de 9 anos em Thizy-les-Bourgs, em 2022. O animal mordeu-a no rosto e a vítima foi encaminhada para o hospital. “Eu sou responsável pelo cachorro. Não pela menina que me entra em casa sem a minha autorização ”, defendeu a dona do Malinois citado. Segundo ela, mulher de 38 anos, o acidente ocorreu na sua ausência, quando estava a visitar um vizinho e a menina entrou na sua propriedade, aproximando-se do animal.

Após o ataque, o cão de apenas 1 ano de idade foi examinado por um veterinário. De acordo com o resultado desse exame, revelado durante a audiência, o animal apresentava sinais de agressividade e mordia regularmente. Tendo em conta estes elementos, o tribunal considerou que a dona do Malinois deveria ter tomado todas as precauções para que nenhuma criança se aproximasse do animal. O caso não se encontra ainda encerrado porque uma segunda audiência será realizada em Julho de 2024. Após a avaliação médica da criança, a dona do cão saberá naquele momento qual o valor dos danos que terá de pagar.

Quando temos dentro da nossa propriedade um cão de guarda, sempre somos obrigados a manifestá-lo através de avisos e a manter o animal convenientemente resguardado para que não salte para a rua mediante estímulo ou provocação. Para além disso, sempre somos obrigados a pensar nas crianças e na sua irreverência (nas nossas, nas de outros e nas alheias), para que nenhum garoto ao ir apanhar uma bola acabe gravemente ferido ou já cadáver, cuidado que deverá ser ainda maior quando nos ausentarmos de casa, pois é para situações destas que os canis servem! A menos que se viva num bairro como Saigão nos últimos dias da retirada dos norte-americanos (1), os cães de guarda deverão descansar de dia e trabalhar à noite, quando as crianças já dormem e os meliantes despertam para o crime. E depois, Se formos obrigados a usar os cães de guarda durante o dia, dificilmente estaremos seguros!

(1)A Queda de Saigão (1975), na altura capital do Vietname de Sul, foi precedida da retirada de quase todo o pessoal civil e militar dos Estados Unidos, uma retirada apressada e dramática, que deixou para trás muitos colaboracionistas desesperados com as forças inimigas às portas da cidade, como aconteceu recentemente no Afeganistão. No meio da apressada retirada, para além de inúmero material militar, muitos cães de guerra norte-americanos foram deixados para trás e abandonados à sua sorte, vergonha que não voltou a repetir-se.