segunda-feira, 13 de novembro de 2023

SAIR PARA ENSINAR A VOLTAR

 

Como todos sabemos, os passeios com os cães ao exterior são indispensáveis ao seu bem-estar físico, psicológico e social, desde que não sejam sempre os mesmos e os animais acabem por urinar na árvore mais próxima, ao ponto de se enfadarem e de não quererem sair, o que torna obrigatória a variação dos percursos, porque os cães procuram a novidade, buscam o contacto social, adoram a excursão e vivem em constante aprendizagem. Todavia, a variação dos percursos não deve contribuir para que os animais se percam e não encontrem o caminho de volta a casa, quando acidentalmente se soltam ou se afastam, o que não é tão raro acontecer. Assim, entre outras preocupações, quando saímos com os cães, somos também obrigados a ensinar-lhes o caminho de retorno a casa mediante a sinalização ou marcação necessária.

É conveniente que a marcação do percurso de retorno aconteça pelas vias odorífera e social. A procura no lar pelo odor é um treino que deverá acontecer todos os dias em que saímos à rua na hora do regresso a casa, para que o animal consiga distinguir os círculos odoríferos que o conduzem ao lar, altura em que o incentivamos a farejar. Se animal estiver acostumado a comer depois de vir da rua, a sua comida pode ser simultaneamente motivação e recompensa. Com o nosso alento e persistência, por vezes com rara paciência, os cães acabarão por apontar o nariz até chegarem à porta de casa. Sobre este aspecto quero aqui relembrar que os cães que mais se perdem são aqueles que raramente usam o nariz e que têm um parco convívio social, assim como aqueles que se assustam por tudo e por nada.

Para garantir o retorno seguro do animal a casa é preciso que previamente seja condicionado, pelo exemplo do dono, a atravessar sempre nas diversas passagens para peões existentes ao redor da sua residência num raio de até 2,5 Km. Por outro lado, havendo nas redondezas um posto da GNR ou uma esquadra da PSP, o animal deverá familiarizar-se com o local e os agentes, recebendo destes carinho e biscoitos, para que associe os postos policiais a locais de gente amiga e a experiências felizes. Ao dirigir-se ali, o animal mais depressa será identificado e o dono avisado do seu paradeiro. Debaixo da mesma preocupação, este procedimento deverá repetir no consultório veterinário, caso fique nas redondezas do lar do animal (dentro do tal raio de 2,5Km).

Tal como se procede na marcação dos percursos de “ronda”, onde as cobaias se deslocam progressivamente para os marcar, também devemos sinalizar a casa de vizinhos e de pessoas amigas como marcos para possibilitar o regresso do animal, gente simpática que rotineiramente o afaga e com a qual o cão mantém uma relação de amizade, de tal forma que mesmo sozinho, desprotegido e assustado a procure, animando-se ao perceber se encontra perto de casa. A escolha desta casas e estabelecimentos comerciais deverá ser estratégica para induzir o cão ao lugar que procura – a sua casa. "Devolver" o olfacto aos cães e enriquecer o seu viver social são subsídios seguros para que mais depressa retornem ao lar.

PS: Idênticos protocolos deverão ser desenvolvidos junto a habitações de férias e veraneio.

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