Como
todos sabemos, os passeios com os cães ao exterior são indispensáveis ao seu
bem-estar físico, psicológico e social, desde que não sejam sempre os mesmos e
os animais acabem por urinar na árvore mais próxima, ao ponto de se enfadarem e
de não quererem sair, o que torna obrigatória a variação dos percursos, porque
os cães procuram a novidade, buscam o contacto social, adoram a excursão e
vivem em constante aprendizagem. Todavia, a variação dos percursos não deve
contribuir para que os animais se percam e não encontrem o caminho de volta a
casa, quando acidentalmente se soltam ou se afastam, o que não é tão raro
acontecer. Assim, entre outras preocupações, quando saímos com os cães, somos
também obrigados a ensinar-lhes o caminho de retorno a casa mediante a
sinalização ou marcação necessária.
É conveniente
que a marcação do percurso de retorno aconteça pelas vias odorífera e social. A
procura no lar pelo odor é um treino que deverá acontecer todos os dias em que
saímos à rua na hora do regresso a casa, para que o animal consiga distinguir
os círculos odoríferos que o conduzem ao lar, altura em que o incentivamos a
farejar. Se animal estiver acostumado a comer depois de vir da rua, a sua
comida pode ser simultaneamente motivação e recompensa. Com o nosso alento e
persistência, por vezes com rara paciência, os cães acabarão por apontar o
nariz até chegarem à porta de casa. Sobre este aspecto quero aqui relembrar que
os cães que mais se perdem são aqueles que raramente usam o nariz e que têm um
parco convívio social, assim como aqueles que se assustam por tudo e por nada.
Para
garantir o retorno seguro do animal a casa é preciso que previamente seja
condicionado, pelo exemplo do dono, a atravessar sempre nas diversas passagens
para peões existentes ao redor da sua residência num raio de até
Tal como se procede na marcação dos
percursos de “ronda”, onde as cobaias se deslocam progressivamente para os
marcar, também devemos sinalizar a casa de vizinhos e de pessoas amigas como
marcos para possibilitar o regresso do animal, gente simpática que
rotineiramente o afaga e com a qual o cão mantém uma relação de amizade, de tal
forma que mesmo sozinho, desprotegido e assustado a procure, animando-se ao
perceber se encontra perto de casa. A escolha desta casas e estabelecimentos
comerciais deverá ser estratégica para induzir o cão ao lugar que procura – a sua
casa. "Devolver" o olfacto aos cães e enriquecer o seu viver social são subsídios
seguros para que mais depressa retornem ao lar.
PS: Idênticos protocolos deverão ser desenvolvidos junto a habitações de férias e veraneio.
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